Lá estás tu a contradizeres-te.

Então queres estabilidade, politicas continuadas no tempo, políticos com visão, etc, no entanto és contrario a maiorias absolutas.

Sabes que sem maioria absoluta não existe estabilidade, nem rumos definidos, pois as minorias fazem exigências absurdas o que desvirtua os planos estratégicos e eleitorais de quem vence as eleições sem maioria.

Vê por exemplo o PS. Analisa o plano do Centeno antes das eleições e vê depois o orçamento que foi aprovado, assim como os acordos que assinou com a esquerda. Nada a ver. Onde está a visão de futuro e o rumo a longo prazo?

Isto terá a ver com o nosso atraso civilizacional. Pensemos no cidadão médio, ou naquilo que seria o cidadão médio, se isso existisse. O nível de preparação desse cidadão e o nível de participação pública de que ele é capaz e teremos aí uma boa base de explicação para o facto de de muita coisa não correr bem, como poderia e deveria.

Isto torna a governação - seja qual for o governo e a época - muito mais complexa e muito mais limitada.

Tudo isto porque o PS teve que ceder à esquerda foclorica...

No seu programa eleitoral, constava que a retoma dos cortes nas pensões e nos ordenados e na sobretaxa do IRS , seria feito em dois anos, isto em contraponto à direita que prometia em 4...

Ora sendo uma ou outra, era entendivel, agora tudo, num ano, vai causar mossa e muitos constrangimentos, principalmente agora no segundo semestre, altura que muita dessa retoma é efectuada...

Ou seja, neste caso era até preferível um governo PS com maioria absoluta...

Não foram só as reposições supersónicas, foram também as 35 horas, a anulação das privatizações dos transportes, o discurso da possibilidade de nacionalizar o BES, etc.

Um PS com maioria absoluta não fazia estas coisas.

O engraçado é que falamos de um PS com ou sem maioria absoluta, quando estes nem ganharam as eleições, quanto mais maioria absoluta.

Caro xkiter

Do que depreendi do seu post foi, em síntese:

1. Despedimentos no Estado. Pagamento da divida;
2. Crescimento anémico;
3. Diminuiçao do IRC para as empresas;

Vamos à análise.

1.O que o confrade não terá considerado na sua equação, é que ao contrário das empresas (porque o "Estado" não é uma empresa, e defendendo eu, que deverá seguir a boa governança do privado o despedimento de, digamos 10 000 Pessoas, implicaria para esse mesmo Estado, (por via dos impostos=receita), o pagamento de compensações por despedimento (1 mês de salário por cada ano, ou 12 dias por cada ano de serviço...), bem como, subsídios de desemprego, acrescido da diminuição da receita, por via do IRS desses "despedidos". Nas empresas, o mesmo despedimento significa, de imediato e para sempre, menos TSU, pago, menos salário a pagar no final do mês, menos seguro de acidentes de trabalho, menos medicina do trabalho, etc.., não tendo de se "preocupar", com o pagamento de subsídio de desemprego, durante pelo menos 2 anos, pois essa responsabilidade é, adivinhou, do Estado. Isto significa que não se deve racionar o aparelho estatal? Sim, sem duvida, mas propunha um processo, pensado, estudado de (re)colocação, dessas Pessoas, em lugares/serviços/organismos, em que haja carência, no sector da saúde por exemplo. Outro exemplo de cortes, poderia ser no numero de assessores e dos estudos encomedados a grandes escritótios de advogados dos gabinetes ministeriais, no corte das rendas das energéticas, nas PPP, por exemplo. Pouco, ou nada, foi feito nestas áreas, quer por este quer pelo anterior governo, optando, por cortar no rendimento das Pessoas, na Saúde, nas pensões, nos apoios sociais, etc, o que sempre discordei.

Quanto à divida, obviamente que não defendo o simples hair-cut.. O que defendo é a renegociação de prazos e montantes; a Alemanha, só em 1975 acabou de pagar a divida resultante da sua reconstrução pós-guerra. Aquela prática é comum, banal, na mercado empresarial. O custo do serviço da divida (juros) é igual ao custo do SNS!! Impressionante. Assim, torna-se extremamente, difícil alocar recursos para a economia, pagar aos credores, assumir responsabilidades sociais (pensões apoios sociais) e em ultima análise, crescer.

2. Quanto ao crescimento, e as promessas de 3,4%/ano da geringonça, Bom.. nem vamos por aí, pois como atrás referi a PAF, não acertou num único numero. Se no ano passado ainda crescemos, de forma anémica, a crise angolana, um dos principais mercados exportadores, veio desiquilibrar a performance desse motor da economia, e com os mercados europeus, principalmente o espanhol em crise e com o domínio das politicas de austeridade impostas por Bruxelas, o crescimento só poderá crescer com base no mercado interno ou no consumo, mas mesmo aqui com riscos evidentes de desiquilibrio da balança comercial e da divida privada. Mas, qual seria a opção? Mais cortes, austeridade sobre austeridade, que já vimos com PPC/PP, e que não nos fez crescer, de forma sustentada? Pessoalmente, não acredito nessa receita que, já vimos, falhou, nessa vertente. A famosa "saída limpa", com direito a um relógio/cronómetro (lembram-se) a contar os segundos (Paulo Portas a brincar..) foi apenas esconder os problemas da banca para debaixo do tapete (vide caso BANIF..)

3. O IRC e a competitividade fiscal. Aqui, tendo em concordar com o confrade, mas quando dá o exemplo da Irlanda, parece esquecer as afinidades, culturais, sociais e históricas, (assim como a língua), que este país tem com os EUA. Não por acaso, refere 3 gigantes das tecnológicas: Google Apple, e FB, todas com origem nem terras do tio Sam. Se fosse assim, que o crescimento, surgisse, como um passe de magica e por decreto, descendo o IRC, para digamos 7%, todos os países considerariam essa possibilidade, digo eu, então porque não o fazem?! O que vimos foi as empresas portuguesas, as grandes, pois 95% das nossas empresas são micro/pequenas empresa, a deslocarem, como refere, para Amesterdão, e a pagar impostos nesse país...

Aquilo que nos diferencia, neste saudável bate-boca, é que o confrade, acredita que estaríamos melhor com a nova PAF e que com a geringonça, estamos a caminho do abismo. Eu não acredito, nem numa coisa nem noutra. Mas, por enquanto, dou o beneficio da dúvida ao Costa. Tal como o Ulrich

Matic Escreveu:

"Então achas que se deve dar o benefício da dúvida a este governo, pois só tem 8 meses de governação, contudo não achas Não deveria este governo ter a oportunidade de governar sem a Troika cá? Não deviam ter o benefício da dúvida? Ou esse benefício é só para a esquerda demagógica e irrealista?"

Matic,

Talvez, até para vermos onde ia esse governo de PPC/PP... Mas existia um pequeno detalhe:é que temos um regime Parlamentar, (tal e qual, como em Espanha), e só agora, as pessoas se aperceberam, ao fim de 40 anos de Democracia, (o que nos diz algo sobre a cultura politica dos portugueses...), que elegem deputados, não governos.

E neste regime, o governo, emana do Parlamento, com base no número de deputados eleitos. Não é o vencedor das eleições, que governa. São os deputados eleitos, que sustêm uma solução governativa. Aquilo que ocorreu, na sequência das eleições de outubro, e que esses deputados, na sua maioria, rejeitaram o governo que saiu das eleições: a nova PAF. Assim, Cavaco não teve outro remédio, e a contragosto, dar posse a uma outra solução governativa: a gerIngonça, que como noutro local tive oportunidade de dizer, só existe, devido ao governo PPC/PP. Irónico.

Então primeiro falas de benefício da dúvida e agora vens falar de números de deputados necessários para formar governo?

É óbvio que este governo tem apoio parlamentar, senão não era eleito. Mas ter o benefício da dúvida do ponto de vista político, aceito que o pudesse ter, só não aceito que o mesmo não seja dado a outros que mais o mereceram.

Tal como tu nos primeiros anos do LFV o apoiaste mesmo sem ele ganhar nada, pois ele teve 5/6 anos a arrumar a casa para depois partir para os resultados desportivos. Ele chegou a um clube falido, desorganizado, com enormes feridas, sem infraestruturas e sem rumo. Percebeste aí que se deveria primeiro organizar e depois melhorar os aspectos desportivos, mesmo com diversos erros pelo meio. De certo percebes a analogia.

Quanto aos despedimentos no estado, falas que é menos IRS que o estado recolhe e que ainda tem de pagar as indemnizações e fundo de desemprego. Mas lembra-te que quanto mais tempo passa maiores serão as indemnizações e um ajustamento hoje, mesmo com custos, é o início da resolução do problema. Depois o despedimento não é para toda a gente uma situação definitiva.

De todo o modo concordo plenamente que antes de se despedir deveria reorganizar-se. Há locais públicos a necessitar de gente e há outros excedentarios, mas nunca daria para ficar com toda a gente. Aqui, tens também o problema dos sindicatos que entendem em dificultar a deslocação de trabalhadores de um posto para outro.

Concordo ainda que PPP (já renegociadas e dificilmente se poderá negociar ainda mais pois há contratos assinados), organismos estatais, etc, etc, deveríamos ser muito mais rápidos a corrigir e eliminar.

Pois é, isto parece-se muito com uma pescadinha com o rabo na boca. Não se gasta, logo o consumo não aumenta; não havendo consumo a economia não cresce e o pib regride.

Mas a gestão dum país é muito idêntica à gestão da nossa própria bolsa, o que quer dizer que eu só posso - só devo!!! - gastar o que tenho. Se tenho mais posso gastar mais, se tenho menos terei naturalmente de gastar menos.

Como o aparecimento dos cortes nos rendimentos originados pela crise, todos os que foram vítimas desses cortes tiveram de ajustar as despesas, adaptar-se um pouco, sacrificar o superfluo ao essencial. Sei que haverá muitas formas de se chegar ao um destino assim como sei que o Estado deverá gastar o dinheiro que tem da forma que for mais conveniente e rentável. Se, por exemplo, o ensino privado for mais barato que o público porque não o privado? Se na área da saúde ficar mais barato recorrer a clínicas/hospitais privados porque não?

Agora uma coisa eu sei: se pedir emprestado para adquirir seja lá o que for, tenho de pagar conforme o que ficou acordado com o emprestador!

Na teoria maioria absoluta seria estabilidade etc etc

Em portugal significa corrupçao exponencial
Tachos para os amigos etc etc
Portanto nao ha contradiçao nenhuma nao querer mais desse veneno

A soma de votos que permitiu eleger este governo pela constituiçao foi a melhor coisa que podia acontecer pra travar o rumo que ps e psd fizeram nestes anos todos
E que tao bom resultado deu

Pôr culpas no be ou no pcp è cair no ridiculo
Ps e psd devem assumir a herança que nos deixaram

Nao percebo a constante referencia á esqyerda como folclorica etc etc
Folclorico è um psd e cds a festejarem uma vitoria e nao imaginarem que o costa os ia apear
Alias digam-me um partido que nao seja folclorico e nao tenha corruptos e incompetentes

Corrupção existe com maiorias ou sem maiorias, podia dar vários exemplos...

Alias se maiorias relativas e de coligação fossem sinal de não corrupção era um óptimo sinal...

Folclórico, porque com eles, os problemas são sempre resolvidas com mais dinheiro para o bolso das pessoas!!!

Dá votos, é popular, dá nas vistas!!

Consequências disso? Mas isso é importante? Que interesse tem?

Não interessa se o país tem condições para isso e as consequências disso...

Espero sinceramente estar profundamente enganada e se estiver venho aqui pedir sentidas desculpas, mas estou muito temeroso deste segundo semestre...

Acho que vamos pagar caro, tanta fanfarronice folclórica...

Folclorico significa animo e alegria
Ha 4 anos que muitos nao sabem o que è isso

Pois, é como eu digo, circo.

Tal como dizia o Perestrelo: "é disso que o meu povo gosta".

Eu diria mais
Circo para o povo
E ópera para os banqueiros

Este governo de esquerdas é a melhor coisa que aconteceu na democracia portuguesa .

1- Adorei ver o PPC e o CDS a tentarem dizer que eles é que ganharam e eles é que deveriam formar governo.

2- Muda um bocado o dogma do país estar sempre dividido entre o PSD ou o PS.

E o PPC fez bem a economia portuguesa porque nos endividou mais do que estávamos?
Não percebo a vossa tesao pelas 35 horas no público em que aspecto isso influência a produtividade ? Vocês notaram algum tipo de melhoramento nos serviços públicos com as 40 horas ? Eu reparei um decréscimo nos serviços SNS nomeadamente. . .

E passar tudo para privados , vejam o exemplo dos EUA que estão a tentar criar um SNS público , ou os ingleses que começaram a discussão de passarem os metros de Londres todos para o controlo público, não quer dizer que os privados façam mau serviço mas tenho a certeza que os portugueses não se importam de pagar para terem um SNS com qualidade e que funcione como deve ser.


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Acho que este é um tema que não tem discussão, pois despedimentos no Estado é coisa que não é possível - ou melhor: quase não é possível. Não é possível para os trabalhadores com contrato de trabalho em funções públicas, que são a esmagadora maioria. O caso é diferente para aqueles que têm contrato individual de trabalho, que são em muito menor número.

Ainda por cima estamos num tempo em que o número de funcionários públicos já é bastante inferior ao dos outros países. Vou tentar colocar aqui um gráfico (espero que resulte):