Tinoni,
És fiscal da EMEL?

Não. Sou street artist de Foz Côa.

Tinoni, o putanheiro mais culto cá do tasco.

Aposto que também é defensor da manutenção do teatro da Cornucópia mesmo sabendo que aquilo não é viável economicamente e tem que ser sustentado por pessoas que trabalham arduamente noutras áreas de actividade que contribuem para o progresso económico.

Pedro11, o putanheiro que mais falha apostas cá do tasco.

Não, não sou defensor da manutenção do teatro da Cornucópia. Nunca achei que o Cintra fosse outra coisa que não um insuportável canastrão e a Cornucópia um excelente exemplo dos motivos porque algumas companhias de teatro são inviáveis. Não todas. Ainda há umas quantas fixes mas que, ó maldição!... "têm que ser sustentadas por pessoas que trabalham arduamente noutras áreas de actividade que contribuem para o progresso económico". Coitadinhas das pessoas que, além disso, ainda têm de sustentar os BES, BANIFs & afins. Que tanto "contribuiram para o progresso económico"

Este assunto é um bico de 3 paus!

Eu sou o típico gajo que olha para os quadros e não vê nada do que muitas vezes dizem que lá está, que pouco ou nada vai ao teatro, ópera, ballet, concertos de orquestras, museus, etc.
Tenho dificuldade em sentir e perceber muita da típica "cultura". Tenho de ler para tentar perceber as merdolas. E mesmo quando consigo explicá-las, continuo muitas vezes sem as conseguir entender bem. Filosofia e poesia são também bons exemplos deste tipo de coisas, para mim. E custa-me muito perceber alguns valores absurdos que atingem certas coisas em leilões.

Sou um gajo que aprecia mais a tecnologia e a ciência.
Dou muito mais importância à evolução da tecnologia e da ciência do que à evolução das artes.
Se excluir da equação os valores económicos dos items, prefiro ter um tablet de 100 euros do que um Miró ou um Picasso pendurado na parede.

E raramente suporto conversar com artistas. Colocarem-me numa mesa para jantar ou numa festa cheia de poetas, filósofos, pintores, escultores, bailarinas ou actores de teatro é pura tortura. put* que pariu as conversas deles. Até nos tempos da universidade, nas reuniões de associações de estudantes, só me apetecia dar chapadas às gajas de Letras, Filosofia, Sociologia e Antropologia. E apetecia-me comer as gajas de Farmácia.

No entanto, percebo que há uma diferença entre entretenimento e cultura.
E que nem toda a cultura tem de ser forçosamente e obrigatoriamente "viável economicamente". Mesmo inviável deve continuar a poder ser acessível. Senão iremos perder parte daquilo que torna o que somos, como humanos.

Se ninguém visitasse determinados elementos culturais, e por isso não fossem rentáveis, isso não significa que tenham de ser automaticamente "abandonados". Monumentos são também um bom exemplo disto mesmo.

Confrade gup,

Concordo com o que escreveu excepto os dois últimos parágrafos. E vou-lhe dizer porquê que não concordo.
Porque vivemos numa sociedade cost oriented. Tudo tem um custo e ao fim do dia alguém tem que pagar a factura. O que não é justo, é pensar-se que algumas coisas são sagradas e por isso o "ser viável economicamente" não é argumento.

Sei que algumas pessoas vão continuar a estrabuchar mas é tudo uma questão de tempo. O mundo está a mudar!
Há tempos um ilustre confrade dizia-me que estou redondamente enganado porque há muita procura de espectáculos, concertos, etc e que os bilhetes esgotam-se sempre. Não tenho dúvidas que isso aconteça com iniciativas como o Rock In Rio Lisboa e alguns espectáculos no MEO Arena. Quanto ao resto que se passa no teatro D. Maria, Politeama, Cornucópia e afins, exposições do comendador Berardo no CCB, Fundação de Serralves, etc, etc, só têm que ser sustentáveis economicamente. O Estado não pode e não deve gastar um euro que seja a subsidiar caprichos que não geram retorno financeiro. É assim que as empresas funcionam e é assim que todas as organizações que têm um orçamento por trás devem funcionar.

Ainda há dias estava a ver uma reportagem sobre os professores universitários que dão aulas sem serem remunerados. Quando comecei a ver o background desses professores, reparei logo que alguns eram de História e de outras áreas das Ciências Sociais e Humanas. Pudera... Se esses professores fossem de uma área técnica ou científica, seguramente que teriam outras ocupações fora do meio académico. E no meio desta história toda ainda queriam entalar o ministro da tutela como se o governo fosse responsável pelas opções que certas pessoas fazem quando decidem enveredar por áreas de formação que sabem à partida que não vão ter emprego. Por isso continuo a pensar que o numerus clausus para essas áreas devia ser o mínimo, a tender para zero e assim empurrava-se as pessoas para as áreas que efectivamente podem dar um impulso ao desenvolvimento da actividade económica e consequentemente ao desenvolvimento do país.

Não sou particular adepto das chamadas artes, no entanto ainda bem que no passado o critério da rentabilidade económica não prevaleceu. Hoje não seria possivel ficar extasiado perante cidades como Roma, Florença, Praga, etc.
Claro que hoje em dia o importante é o instante imediato e o futuro é algo que não nos interessa particularmente.

Se eu morresse hoje, estaria de acordo. Como não é provável que isso aconteça, o futuro interessa-me bastante.

há por aí uns "artistas" que têm a mania que trabalham e que os outros passam a vida a dormir ao sol, esses artistas costumam ficar extasiados só com as fotos das GPs de Roma, Florença e Praga, pelo que não entendem a razão de existir da cultura em geral e da arquitectura em particular nessas cidades

nos dias que correm, o deplorável é ver um ignorante encartado e vaidoso da sua menor e deficiente condição

narval,

Eu respondia-lhe à letra se dissesse quem era e não andasse aqui a mandar indiretas.

"Artista" não sou, cultura você deve ter bem menos do que eu e muito provavelmente ficou picado por pertencer ao tal grupo dos que eu referi.

Fico-me por aqui porque não respondo a nicks repentinos que vêm aqui mandar postas de pescada para aumentar o número de posts, ganhar credibilidade e começar a meter uns tds a ver se pegam.

Você e mais uns quantos que por aí andam devem pensar que ando a dormir.

Caro Pedro,

Eu compreendo e concordo com quase tudo o que escreveu.
E sim, eu tb sou do mais prático que há: dá lucro? É rentável? Então é algo a manter. Não dá? Custa aos contribuintes? Então não. Acabe-se com isso.
No entanto - e não sou artista nem especial connaisseur ("con* conhecedor" até faço por isso... ups não resisti...) - penso que a arte (até certo ponto) constitui uma excepção. Claro que não sou da opinião em dar milhares de euros para um realizador (como João César Monteiro) nos apresentar uma obra como a sua Branca de Neve (a muiiiiito preto e branco...), nem posso deixar de me sentir prejudicado (enquanto contribuinte) pelos constantes défices das recorrentes iniciativas culturais (muito teatro dito experimental...) de uma Companhia como a Cornucópia. Há muito "artista" por aí que de certeza vive no "mundo da lua" e não vê (quer ver?) nada mais do que o chamado direito à e da Cultura...
Mas, e um grande mas, eu era hoje bem mais pobre culturalmente sem Serralves ou a Casa da Música (e falo-o como portuense), mas tb sem ter podido ver o Louvre ou as Oficinas (Uffizi) de Florença, o Museu do Prado ou alguns musicais da Broadway. Portanto nisto - como em muitas outras coisas - nem "tanto ao mar, nem tanto à serra"!

Se há coisa que não gosto são os extremos. Não gosto da extrema direita, nem gosto da extrema esquerda. Também não gosto do extremismo no que toca aos custos do estado (ou esbanjamos dinheiro ou de repente deixa-se de dar), neste caso da cultura, mas podiamos falar da educação, saúde ou justiça.

O "nosso" dinheiro dos impostos tem de ser bem rentabilizado, mas não acho que a cultura tem de dar lucro. Existe um orçamento de estado, que tem verbas para a cultura e nesse campo só espero que seja bem empregue e criteriosamente distribuído. Nunca imaginei que teria de dar lucro ou "break even".

Todos sabem que sou a favor da redução dos custos do estado, mas não sou extremista, pelo que deixar de dar dinheiro á cultura porque não é rentável é um erro.

Entendo que o P11 veja como um desperdício, mas talvez seja melhor analisar do ponto de vista do critério da distribuição de fundos, em vez de analisar do ponto de vista apenas de rentabilidade. Há coisas que vale a pena manter.

Pessoalmente na cultura, acho que a grande prioridade do Estado era de conservar bem o que já há.

É uma dor de alma, andar pelo país e ver tantos monumentos e outras obras de arte, ao abandono e depois perceber que se gastam fortunas no apoio a artistas que não atraem público algum. Isto para mim é CRIMINOSO!

No teatro, por exemplo, defendo apoios financeiros, a companhias que consigam alguma fidelização de público e mesmo aqui, sempre de maneira muito creteriosa e procurando diversificar geograficamente esses apoios...

Uma verdadeira política cultural é essencial a um país, mas tem tem que ser gerida com muita parcimónia... Como tudo!

eu não vou ao teatro, nem para ver, nem para participar, você é que deve pertencer ao grupo que frequenta o teatro da avenida de roma, e deve ser por isso que se considera com mais "cultura" do que eu

É verdade que na Av. de Roma há vários "palcos" com uma programação de grande qualidade. E bastante moderna, com grande interacção entre "artistas" e "público"