Há mais de meia década atrás aconteceu-me uma situação inesquecível -
infelizmente pelos piores motivos .
Em uma das minhas diversas deambulações telefónicas,
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pelos inúmeros anúncios que existiam em Setúbal, (via Biblia aKa Correio da Manhã), um em particular chamou-me à atenção:
Segundo constava, a casa tinha a laborar 3 meninas.
Estas, por sua vez teriam as idades compreendidas nos 18, 19 e 20 anos de idade respectivamente.
Todas brasileiras, elegantes e atraentes.
Liguei, e aceitei fazer marcação.
Quando cheguei ao apartamento (em prédio totalmente decrépito no conhecido bairro do liceu) ; senti uma enorme vontade de "por-me ao fresco".
Aquela espelunca não inspirava pingo de confiança.
Contudo daquela vez a minha cabeça de baixo levou a sua avante, - ingenuamente resolvi arriscar contrariando os meus instintos.
Quem abriu a porta foi uma mulher de idade avançada ( > 60 anos ).
Surgiu como se de um espectro se tratasse:
Encurvada e cabisbaixa, de rosto congestionado e enrudecido , com um ictérico tom de pele acenava.
Acenava em gestos de convidar-me a entrar, enquanto com a outra mão segurava um xaile cor salmão que afagava-lhe as costas.
Dispersos cabelos brancos e grisalhos polvilhavam o escalpe já bastante visível, com várias entradas e clareiras .
Se antes de entrar no prédio, as dúvidas e hesitações existiam , com a aparição de tal geriátrica personagem, a pouca vontade que tinha rapidamente se evaporou e deu lugar à desconfiança e ao cepticismo.
Naquele momento algo alertou-me que ali havia esturro.
Inicialmente não entrei.
Fiquei somente estarrecido a olhar para a velha e a velha a olhar para mim, durante uns longos e assustadores 5 segundos.
Antecipando-se disse-me algo como :
-"Não tenha medo não meu filho, pode entrar, não sou eu que vai fazer o programa . "
Embora bastante relutante, acedi e entrei - "pode ser que me surpreenda pela positiva" - pensava eu.
Pois bem, pensei mal.
A única ponta de veracidade que o anuncio possuía era o da nacionalidade das meninas em questão.
Todas as 3 eram brasileiras.
Não tinham nem de perto, nem de longe a idade anunciada.
A mais nova teria os seus 30s e muitos , as outras duas seriam seguramente quarentonas .
Fizeram-me lembrar os 3 porquinhos

, pois além de feias como um suíno, eram baixas, com pernas grossas e disformes.
O seu cabelo era preto, comprido, liso e oleoso.
Tinham um aspecto meio indígena, meio africano .
Além destes itens possuíam 2 asquerosos pormenores que eram comuns às 3 : a presença de um visível buço e o traje :
Um corpete, que infrutuosamente dissimulava o disforme e obeso abdómen apertado e esmagado contra o tecido.
Eram visíveis várias pregas de camada adiposa que saltavam à vista junto dos contornos do mesmo.
Como é por demais óbvio, educadamente declinei as três personagens

, com o simples argumento que nenhuma teria a idade anunciada.
Neste momento o ambiente passou de mal a pior:
A idosa começou a estrebuchar e a balbuciar que eu teria que pagar num alto e hostil tom de voz .
Assustado, dirigi-me celeremente para a porta de entrada do apartamento, olhei de relance para traz e naquele momento uma figura masculina apareceu ao fundo de um corredor.
Enquanto isso, a velha ficou entreposta entre mim e a saída, ao mesmo tempo que vasculhava no bolso pela suposta chave.
Nesta altura comecei a ver a minha vida a ir de mal a pior.
Impetuosamente

empurrei-a com todas as minhas forças para fora do meu caminho.
Abri a porta e fugi o mais rápido que pude.
Lembro-me que corri os 500m mais rápidos da minha vida.
Foi algo digno de medalha de ouro em Olimpíadas .
Meti-me no carro , tranquei as portas e rapidamente desapareci.
Passados mais de 5 anos, sempre que passo por tal bairro sinto um leve arrepio e tremor e relembro-me da velha ( la put* madre), dos 3 porquinhos (as GPs) e do proxeneta do sexo masculino que apareceu ao fundo do corredor .
