Todos às urnas!

Parece que agora é que começa a haver a certeza de que é mesmo o último ano, com o PSD a descolar nas sondagens. Acho que já merecemos um pouco de sossego, com uma série de figuras inenarráveis a irem borda fora. Agora está na hora de aprendermos a lição; convém que tragamos os próximos de rédea bem curta. E convém que, se eles asnearem, não levemos tanto tempo a correr com eles.

De acordo com a sondagem TVI, tudo aponta, para uma coligação PSD/PP...

Sou quase capaz de apostar que hoje o amanhã vai sair uma sondagem na sic ou rtp em que o Sócrates está a frente nas sondagens 0,5%.

As nomeações de Sócrates

Hoje a Sic, já fala outra vez em empate técnico entre PS e PSD. Prevejo, uma noite eleitoral, bastante longa...

Hoje saíram 3 sondagens:
- Público/TVI - dá a vitória ao PSD com + 6,4% que o PS e o CDS - 10% . A soma do PSD/CDS dá maioria
- RTP/Católica - Empate a 36% - CDS - 10%. A soma do PSD/CDS dá maioria
- Expresso (mini sondagem) - Vantagem do PSD em 0,5%. CDS - 13,7%. A soma do PSD/CDS dá maioria
Não é assim para todos os gostos, a maioria dá vitória ao PSD que junto com o CDS obteriam a maioria.

A Católica é quem costuma estar mais perto da realidade.

O Marcelo diz que é a da TVI que tem acertado, ou mais perto, nas duas últimas eleições.

Se ele dissesse o contrario é que era de admirar.

Parece cada vez mais certo a vitoria com maioria absoluta do PSD/CDS. Por outro lado a vitoria do PS - que nunca conseguiria a maioria absoluta - ia provocar uns caos pós-eleitoral.
Isto tambem iinfluencia os votos dos indecisos.
Só um escandalo de surpresa pode mudar este sentido de voto, e tambem muita gente sente que pouca diferença vai fazer a mudança.
Quando Guterres substituiu Cavaco nada de substancial mudou, o mesmo depois do Guterres por Durão.
O que vai mudar é um ambiente de crispação em relação ao Socrates mas a vida real do País e das pessoas pouco muda.

E é isso que me incomoda.

É esse fatalismo que faz com que as pessoas depois de votarem para a Assembleia da República, não é para Primeiro-ministro, esperem pelas próximas eleições, sem colababrem activamente de modo a fazer com que o seu voto seja validado como uma mudança efectiva.

É ver que as pessoas não comparecem às reuniões.
Quando comparecem é quase por obrigação ou mesmo por obrigação.
Mesmo que seja um simples reunião de condomínio.
Nessas reuniões estão sempre à coca de alguém que saiba, que resolva.
Não se interessam pelos problemas, mesmo os não compreendendo não solicitam informação de modo a poderem melhor julgar.
Querem é safarem-se rapidamente da reunião.

E depois são bem capazes de dizer que a culpa foi daquele! Eles nunca são culpados, nós incluídos já que fazemos parte do colectivo.

Seja em que actividade for esse estar tem sido recorrente.

As taxas de abstenção foram crescendo com o tempo. Já ninguém vibra com a política, como antigamente. A política, já não provoca, discussões acaloradas. Recordo-me que tinha 6 anos, quando foram as célebres eleições presidenciais Soares/Freitas do Amaral. E recordo-me dos debates, das discussões entre as pessoas nas ruas, na emotividade com se discutia, quem era o candidato presidencial preferido. Tanto foi assim, que para um miudo de 6 anos, não foi indiferente; também eu tinha o meu candidato preferido na altura. E ficaram-me na memória essas eleições. Se hoje tivesse 6 anos, provavelmente, daqui a 25 anos, não me iria lembrar das actuais eleições.

Essas eleições ficaram na memória de toda a gente - e por algumas razões: a alegria, os cartazes, os hinos, e, não o esqueçamos, a qualidade dos candidatos.

O Público publicou esta infografia com a resultado de todas as legislativas até à data: http://static.publico.pt/homepage/infog ... tivas2011/. Vê-se que a abstenção aumentou muito nas últimas eleições, acompanhando o aumento do número de eleitores inscritos (+600.000, devido ao novo sistema de recenseamento, creio eu). Estive a fazer umas contas e verifiquei que o número de votantes não tem diminuído tanto como isso:

Ano Taxa Eleitores Votantes
1976 16,5 6.564.667 5.481.497
1979 17,1 7.249.346 6.009.708
1980 16,1 7.179.023 6.023.200
1983 22,2 7.337.064 5.708.236
1985 25,8 7.818.981 5.801.684
1987 28,4 7.*.668 5.678.358
1991 32,2 8.462.357 5.737.478
1995 33,7 8.906.608 5.905.081
1999 38,9 8.864.604 5.416.273
2002 38,5 8.902.713 5.475.168
2005 35,7 8.944.508 5.751.319
2009 40,3 9.519.* 5.683.393

É provável que existam 800.000 eleitores "fantasmas", mas que ninguém tem coragem para retirar do sistema. Este número inflaciona grandemente os números da abstenção.