Serão as GPs pessoas/mulheres “normais”? Isto é, andar a vender este tipo de serviços deixa uma pessoa normal? Não deixa uma mulher (sendo que me estou a referir a GPs) com traumas profundos e irreversíveis? Consegue uma GP levar uma vida normal quando não está a atender ou existem sinais comportamentais de índole psicológica que denunciam “bagagem” derivada desta vida?

Por vezes faço o exercício mentalmente de imaginar como seriam e vão ser as vidas das GPs “A” e “B” que conheço e estão bem adaptadas a esta vida. (Sendo ambas conhecidas do tasco pelos motivos óbvios não vou referir nomes, mas garanto que me inspiro em duas mulheres reais):
-A GP “A” – Entrou nesta vida e passado pouco tempo adaptou-se perfeitamente e sem grandes sobressaltos, óbvio que teve de aprender à força certas lições, mas em pouco tempo acabou fazendo desta a sua principal actividade;
-A GP “B” – Entrou nesta vida e de início foi o “fim do mundo”, vinha para Portugal para ter uma profissão normal, acabou por ser obrigada a prostituir-se, temeu pela vida, sofreu, lutou, venceu e hoje anda na “vida” por opção, com grande mestria e é reconhecidamente das melhores naquilo que faz a nível nacional.

Agora, serão estas duas mulheres “normais”? Ou terão traços de personalidade e/ou traumas psicológicos que as marcarão para o resto da vida? Os companheiros (namorados ou maridos) de ambas com o que é que têm de lidar? Nós noutro tópico já debatemos a perspectiva do Putanheiro que se apaixona pela GP e aqueles que sendo ou não Putanheiros assumiram o que sentem por uma mulher que é GP e ficaram a seu lado, pode dizer-se que têm como companheira uma “mulher normal” apesar da profissão peculiar que esta tem ou teve?

Aquele abraço

Mais uma vez mt bem observado confrade!!!
Dando a minha opinião sobre o assunto.... acho que cada caso é um caso!!! E acho que a maioria nao consegue lidar bem (a nivel da cabeça) com este tipo de serviço (dificil), apesar de aparentar lidar bem!

O que é ser normal? Será a pessoa com quem tomamos café, ou aquela que trabalha na secretária ao lado "normal"? Seremos nós normais, ou carregamos dramas, traumas e segredos connosco?

Conheço razoavelmente umas quantas GP´s e algumas melhor ainda. Não ouço histórias de dramas, segredos, sentimento de culpa, desgraças, vidas duplas, etc. Vejo pessoas normais, tão normais como eu.

Um dos comportamentos tipicos que detectei nas GP's que frequento mais regularmente, é o de dizerem que vão sair dessa vida num determinado prazo ( normalmente 1 ano).
Mas acabo por verificar que ficam muitos mais anos, algumas delas com saídas "definitivas" mas que acabam por voltar.
Claro que as opções fora da prostituição são poucas, mas tambem acho que voltar é demasiado fácil porque o que custou foi começar.
Estranhamente acompanhei algumas que tinham planos muito precisos e calendarizados para a saída e acabam por voltar sem perceber o que correu mal.

Outro comportamento mt comum é gastarem rios de dinheiro em roupas, sapatos, bolsas, etc...
As que têm carro também gostam mt de audis bmw's e mercedes....

Começar em qualquer actividade está hoje me dia muito mais difícil do que no passado. A pessoa traça um plano e acaba por verificar que a coisa é muito mais difícil do que se imaginou. E Gp é altamente rentável, escapa ao fisco e tem despesas pequenas.

Concordo Jolinho, as despesas pequenas é que é mais relativo... cada vez mais GP's fazem retoques no corpo (umas mais outras menos) e aí lá se vai o lucro de vários meses!....

Ser put* ou putanheiro paga-se a nivel psicologico, meus caros.
Pode ser mais ou menos subtil mas paga-se.
Não quer dizer que a alternativa também não tivesse consequencias negativas.
Acho que há uma grande diferença entre alguém que à noite vai para acasa ter com um filho ou vive com mais duas ou três GP's que vão rodando. Neste caso é inevitavel perder o contacto com a vida normal.
É claro que as que ganham bem e começam a gastar o que nunca conseguiriam ganhar noutra actividade vão acabar por arranjar problemas. Perdem a opção de mudar de vida e mais dia menos dia vão deixar de facturar aquilo a que estavam habituadas.

Algo de semelhante se passa noutros sectores: por exemplo, a moças com uma palmo de cara que participam em duas telenovelas e julgam ter o mundo a seus pés. De um dia para o outro aquilo acaba e a readaptação pode-se revelar bastante complicada.

Sei de pelo menos um caso de uma moça que tinha alguns problemas na cabeça em relação ao sexo e apesar de estar apaixonada por um colega meu e ter ciumes terriveis dele quando ele optava por outras, não conseguia ir para a cama com ele fora do lupanar. Problemas de intimidade graves!

Também conheço razoavelmente bem várias GP's que tem a cabeça muito bem organizada e para quem a maior parte dos TD's são um jogo sexual interessante onde quem manda são elas. Nestes casos os danos são minimos. Acho que existem.

90 % delas entram com a ideia de ganhar uns trocos, por a vida a jeito, mas.... o grande problema é quando dão conta estão metidas no meio de tanto dinheiro ''fácil '' que também se torna fácil o gastar .

Em relação a nós.... é vicioso . Todos nós temos 1 ou mais razão para procurar gp´s e por norma encontramos o que procuramos . Não é fácil largar.

Vai passar a ser obrigatório afixar nos sites da especialdade;
Foder faz mal ás suas finanças

Por acaso penso que este tópico deveria ser dirigido aos frequentadores das GP's, porquanto, se alguém vive uma vida dupla somos nós, que saímos delas, chegamos a casa, beijamos a mulher e os putos e retomamos a normalidade, tal Super Homem quando vira Clack Kent.
Mas é este o tópico e é sobre ele que temos de dissertar, bom palavrão este "dissertar", não é?
Não me acredito que ninguém abrace esta profissão, como se de uma profissão normal se tratasse, isto é, ninguém vai para escola para se formar em "meretriz", todas - todos - começamos a vida pelo mesmo local, derivando depois em função de diversos factores. Eu por exemplo, adorava desenho e acabei em Vendas/Marketing, no entanto, ainda hoje me derreto com os desenhos, elas começam empregadas de balcão e depois, por circunstâncias várias, normalmente as "circunstâncias" várias têm nomes de Manuel, José, Francisco, que as levam a cometer uma série de actos que as levam a assumir as "consequências", muitas dessas "consequências" têm agora 5,6,7, 8 ou nove anos e os tais "circunstâncias" foram fazer mais "consequências" com outras garotas que, virtualmente, irão acabar como estas.

Essas têm um problema pior: entram numa novela, fazem umas presenças em discotecas, dão umas entrevistas e habituam-se num instante aos holofotes. Só que essas podem ser substituídas ao fim de três ou quatro anos pela próxima cara bonita. O mesmo acontece com as modelos, que trabalham muita vezes em condições degradantes: o trabalho é em regime de escravatura e elas ganham apenas a exposição pública. Dinheiro? Que o vão ganhar como apresentadoras, entrevistadoras ou outra coisa qualquer. Aqui a carreira é muito curta e mais desgastante do que a de Gp.

E o desgaste que se sofre quando se trabalha semanas a fio num projecto, sete dias por semana, de manhã, à tarde e à noite, e na recta final tem que se trabalhar três dias e duas noites de enfiada? (E depois tem que se fazer pressão a sério para receber.) Isso afecta, perturba, desgasta e uma pessoa leva umas semanas a recompôr-se.

O importante em tudo é manter o equilíbrio, saber criar defesas, não dispensar os pequenos (e os grandes) prazeres e levar a vida numa boa. E, enquanto a saúde e o físico o permitirem, mandar umas boas quecas .



É assim como se fomos infiltrados, gente que tem uma certa actividade e, ao chegar a casa, despe esse fato e assume o personagem normal. É algo que se aprende a fazer. Só há um aspecto chato: há muitas recordações fantásticas de que não se pode falar. Vale-nos o fórum.

Até à data, ainda não conheci uma única GP, que me tivesse dito que antes de ser GP, tinha uma vida melhor em termos financeiros. O "antes", representa sempre uma vida mediana, às vezes mediocre, de dívidas, salário minimo, desemprego e dificuldades várias. Depois iniciam-se nesta actividade e tudo muda, de 8 para 80.

Já tive oportunidade de dizer noutro tópico, que as coisas não se resumem ao dinheiro. É claro que, o dinheiro é o principal, mas depois existem as relações que se vão estabelecendo com determinado tipo de clientes, e os amplos benefícios que daí resultam e que, juntamente com o dinheiro, contribuem para que uma GP fique "presa" a essa vida. Uma GP, que entretanto fui perdendo o contacto, contou-me um dia que, tinha um cliente médico, que lhe passava as receitas médicas que ela queria, outro cliente advogado, que lhe tratava de vários assuntos legais, outro empresário, que era o seu fiador, no arrendamento de apartamentos. Já para não falar do fulano que oferecia roupas caras e outro que oferecia plasmas e computadores portáteis. E antes de ser GP, auferia cerca de 500 euros mensais, e chegava a estar um ano e meio, sem visitar o seu país natal. E quando o fazia, parte do dinheiro que juntava era para o bilhete do avião, enquanto que, a outra parte, dava para estar duas semanas no máximo no seu país. A partir do momento em que se tornou GP, além de ter passado a enviar mais dinheiro para a familia, começou a visitar o seu país com maior regularidade e quando o dinheiro faltava, tinha 3 clientes em Portugal, que lhe enviavam dinheiro por Western Union.

Deixar essa vida o que é que significa ? É passar do 80 para o 8. É uma volta de 360º graus e voltar tudo ao mesmo. É na melhor das hipóteses, ter um emprego a ganhar o salário minimo, viver com dificuldades, não puder enviar dinheiro para a familia´, ter um problema legal, e não ter ninguém que o resolva, nme ter dinheiro para contratar um profissional, é querer arrendar um apartamento e não ter fiador, é querer ir de férias ao seu país natal e não ter dinheiro para isso. E já se sabe, faz parte da natureza humana, é fácil viver com aquilo que nunca se teve, o dificil, é viver com aquilo que não se tem, mas já se teve. Se esta GP vai deixar esta vida ? Não acredito. É um exemplo, de que os benefícios daí resultantes, "prendem" por completo uma GP e a mesma fará tudo o que estiver ao seu alcance, para que o "status quo" se mantenha.

È por isso, que vamos ouvindo com regularidade a história do " mais 3 meses, mais 4 meses", e às tantas, a GP, além de mentir ao cliente, está a mentir a ela própria, está a dizer algo, que nem ela própria acredita. E depois há também os planos para as "retiradas", que os vamos a ver, nuncam passam por uma retirada completa, há sempre aquela conversa, de se retirar, mas continuar a atender meia dúzia dos melhores clientes. E a maioria nunca chega a fazer a tal retirada. Há quem faça, aliás, há bastantes situações identificadas aqui no fórum. Mas não tenho dúvida, que 90 % dessas retiradas, são as tais retiradas, em que a GP, continua a atender uns quantos clientes.

Concordo com tudo o que escreveu amigo Morpheus, mas até hoje, com raríssimas excepções, todas me falaram em filhos, ou trazê-los para cá ou sustentá-los, que é outro ponto e este é, na verdade, muito forte. Temos estado a falar de brasileiras, basicamente, mas poderíamos estar a falar de nacionais e o problema não seria diferente.
O que muitas das vezes eu não entendo, é como é que todas conseguem passar incólumes e não são reconhecidas por familiares, amigos que possam denunciar, nem digo de propósito, mas em conversa normal, assim como, como é que as famílias lá longe não desconfiam da quantidade de dinheiro enviado ou, no caso das nacionais, como não desconfiam da subida do nível de vida.
Eu às vezes faço essa pergunta e reparo que o comportamento delas é exactamente igual ao nosso, isto é, têm uma vida dupla, toda planeada ao mínimo dos pormenores.

Conheci uma que em tempos andava assustadíssima, porque a mana começou a fazer perguntas e a andar atrás dela, por causa dos horários que fazia e do dinheiro que entrava. Conheci outra que tinha um telemóvel para o marido e outra para o anúncio e uma vez, estava lá eu, disse ao marido "vou ter que desligar, que a patroa está a chamar." Não sei se o marido estava por dentro do assunto e aquilo era um código, ou se pensava que a senhora tinha uma actividade regular.

Tive uma amiga que foi Gp e eu só soube já ela estava retirada. Toda a gente sabia, mas não se falava. São os pactos de silêncio: toda a gente sabe e ninguém fala. Não sei se ela mantém ou não uns amigos. Imagino que isso possa acontecer. Está casada e tem filhos, mas o dinheiro faz sempre jeito.

No fundo é como nós: quando decidimos dar uma queca tomamos as precauções - para que tudo corra como deve ser - e no fim voltamos para casa a assobiar. Eu até nem volto: por alguma razão sou matinal e prefiro fazer as coisas durante a manhã. Acho que seria incapaz de mandar uma queca e a seguir ir directo para casa - e o ideal são mesmo aqueles dias em que uma pessoa vai para fora e só regressa no dia seguinte.