Segundo o Expresso:

"É inevitável Portugal sair do Euro"
"O euro tem os dias contados" e Portugal devia ser dos primeiros países a terminar com a "tentativa fútil de permanecer na moeda única", afirma Desmond Lachman, antigo director adjunto do Fundo Monetário Internacional (FMI)
É inevitável. Portugal não vai conseguir aguentar a políticas do FMI sem grandes cortes da despesa e sem deixar o euro. Esse será o fim. A minha pergunta é: se este será o fim, porquê esperar dois anos, que se avizinham de recessão, quando já sabemos que a saída do euro é fatal? Não sugiro que o default (incumprimento do pagamento da dívida) ou a saída do euro seja uma opção fácil ou que não vai provocar dor, mas apesar de tudo e preferível fazê-lo agora do que perder dois anos. Quando olho para os números de Portugal não percebo como é que o país irá conseguir ao mesmo tempo pagar a divida e aguentar um programa de austeridade imposto pelo FMI, que resultará em recessão profunda e ao mesmo tempo em deflação, o que irá piorar tudo, aumentando o problema da dívida pública.

Para ler o resto da entrevista:
http://aeiou.expresso.pt/e-inevitavel-p ... ro=f666554

Independentemente das opiniões do sai que sai ou que tem de sair, parece-me pouco provável e realizável.
Os encargos e a responsabilidade de qualquer país por sua inciativa sair do Euro são enormes.
Só vejo a Alemanha com pod€r e organização económica/financeira suficiente para tomar tal inciaitiva.

E ao ler o post anterior vejo a afirmação de o FMI nos ter imposto um plano irrealizável.
Parece-me incorrecto querer sacudir as responsabilidades nossas na elaboração e aceitação desse plano.
Se a memória não me falha, tal plano foi negociado por um anetrior governo dito socialista, subscrito por dois partidos que hoje partilham o governo de Portugal.
E todos afirmaram na altura, com especial ênfase um dos maiores aldrabões/primeiro ministro de Portugal, ser um negócio da China tal acordo.

Pessoalmente, considero que o actual plano é cumprível, já os timings do anterior eram muito difíceis, mas, não podemos esquecer que PPC e Marques Mendes afirmaram que ao fim de dois anos iríamos ter a coisa resolvida.

Da maneira que as coisas estão a acontecer, podemos acordar um dia destes e já não haver Euro. Nessa altura nós portugueses poderemos estar metidos em trabalhos, pois podemos acabar com uma moeda a valer metade do Euro, sem crédito e com uma dívida externa duplicada.

Segundo o CM:

Diz George Soros
"Euro pode sobreviver à saída de Portugal ou Grécia"
O financeiro americano de origem húngara George Soros considera que "a Europa e o euro correm perigo" e mostra-se favorável às "Eurobonds" como "solução última".
Numa entrevista ao diário francês ‘Le Monde’, George Soros afirma que "é necessário dar à Zona Euro uma legitmidade política", no sentido de uma governação económica europeia.
George Soros afirma também que "o euro pode sobreviver à saída de Portugal ou da Grécia, de dimensão modesta. Mas a União rebentaria se fosse o caso da Espanha ou da Itália. É portanto preciso distinguir os países pequenos dos países grandes".
O financeiro admite, porém, que a saída de um membro mesmo "pequeno" da Zona Euro provocaria "o caos, o afundamento do seu sistema bancário. Autorizar um país a deixar a Zona Euro exige por isso um planeamento minucioso".
As declarações do financeiro americano surgem um dia depois da cimeira franco-alemã de Paris, em que o Presidente da República francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, propuseram a introdução de uma "regra de ouro" nas constituições dos Estados da zona euro impondo políticas de reequilíbrio orçamental.
George Soros, que em 1992 apostou na saída da libra esterlina do Sistema Monetário Europeu, avisou que "os mercados podem ganhar" e que é preciso dar um passo político na Zona Euro.
"A Zona Euro tal como existe hoje não tem autoridade orçamental e fiscal. Enquanto esse poder não existir, o mercado pensará que pode ganhar. Tem diante dele o Banco Central Europeu. Mas o poder do BCE limita-se a resolver problemas de liquidez - para tornar os mercados mais fluidos - sem atacar os problemas de solvência dos Estados", analisou George Soros.
"A situação é grave e as autoridades apenas agora começam a levar o assunto a sério", afirmou o financeiro americano ao diário francês.
"Até aqui, (as autoridades) apenas respondiam à pressão dos mercados. Começam agora a discutir soluções de longo prazo", considerou o financeiro americano.

Há muito tempo que não se falava no Euro, o que até é bom sinal.

Se o mundo fosse governado por George Soros já tinha implodido há muito. O mundo está mal governado; veja-se a cimeira, ou encontro, Merkel-Sarkozy: lá se encontraram e tomaram decisões e até convidaram um fulano para não sei o quê (acho que foi para um cargo que não existe).

Eu deixei de fazer previsões, pois acho que a lógica e o bom senso se mudaram para outras paragens e tudo aquilo que possamos imaginar acaba por ser ultrapassado por aquilo que estas luminárias decidem.

As pessoas pensaram que existia uma UE - e até existiu, enquanto isso de limitou a deixar a malta andar de país em país sem parar na fronteira e em distribuir 0,3% do IVA através de fundos comunitários. O pior foi quando um conjunto de burocratas e economistas criaram uma moeda única, sem se terem dado ao cuidado de ler aquilo que qualquer aluno de economia estuda.

Emma Bonino disse que a "UE funciona nos dias de sol", ou mais ou menos isto, ou até nem foi bem isto, mas acho que a ideia é esta: funciona até aparecer uma crise. Apareceu uma crise e agora é o bom e o bonito.

Segundo o DN:

Jacques Delors
Moeda única e Europa estão "à beira do precipício"
O euro e a União Europeia estão "à beira do precipício", afirmou o antigo presidente da Comissão Europeia Jacques Delors numa entrevista hoje publicada nos jornais Le Soir (belga) e Le Temps (suíço).
"Temos de abrir os olhos: o euro e a Europa estão à beira do precipício. Para que não caiam, a escolha parece-me simples: ou os estados-membros aceitam a cooperação económica reforçada que sempre defendi, ou transferem mais poderes para a União" afirmou Delors.
O antigo presidente da Comissão afirmou ainda que "desde o início da crise" que os dirigentes europeus "têm passado ao lado da realidade", acusando os líderes das grandes potências da Zona Euro, Alemanha e França, de "formular respostas vagas e insuficientes".
"Tal como estão, não servem para nada", disse Delors sobre as propostas do Presidente francês, Nicolas Sarkozy, e da chanceler alemã, Angela Merkel, de reforma das instituições comunitárias para responder à crise da dívida.
Delors, francês de 86 anos, foi presidente da Comissão entre 1985 e 1995.
Na entrevista aos dois jornais francófonos, Delors defendeu a mutualização das dívidas dos estados-membros "até 60 por cento" do respectivo Produto Interno Bruto (PIB).

Jacques Delors foi o único líder efectivo que a Europa teve até hoje. Penso que os actuais intervenientes lhe deveriam dar ouvidos.

Sempre achei Jacques Delors um líder sério e com carisma; como tal, acho que se deve ler as suas palavras com atenção e reflectir.

Mas, em termos práticos, não creio que a mutualização das dívidas públicas seja exequível e imagino que Merkel e Sarkozy só falam nisso porque estão afogados em dívida pública de outros estados e temam não receber. Alguém acredita que a Suécia, a Finlândia, a Áustria ou a Polónia entrem nesse barco?

A mutualização implicaria uma responsabilização por decisões passadas.

Não sei, mas acho que tudo isto necessita de um governo europeu - um governo democrático. Será que isso é possível?

Temos cá a troika, e ainda bem; caso contrário estávamos em muito pior situação. Temos visto quanto a troika manda: os homens falam e ninguém levanta cabelo. Imaginem o que seria um governo europeu. Teríamos revisão constitucional e muitas coisas mais. E ninguém bufaria.

E teríamos também - cá e lá fora - movimentos/partidos "nacionalistas" a crescerem como cogumelos e a complicarem as contas todas. É um bico de obra.

Eu sinceramente, penso que Sarkozy e Merkel apenas se tentam defender mutuamente, porquanto, ainda nada surgiu de benéfico para o Euro em si, fruto das suas decisões. Eu não tenho nada contra um governo europeu, desde que seja aceite democraticamente por todos os países e não só pelos do Euro, coisa que não acredito que possa acontecer, depois, também não vejo o que um governo europeu pode fazer, se o problema de fundo não for resolvido, isto é, esse governo só poderá existir se for formada uma espécie de federação económica, de outra forma não vejo quaisquer benefícios para a UE. No fundo esse governo já existe, com o presidente e os comissários, que, como se tem visto nem piam.
Penso que se têm de tomar medidas de fundo que envolvam toda a UE, em que alguns países vão ter de ceder nalguns pontos que irão ser muito controversos. É evidente que a crise dos states em nada ajuda, pelo contrário, e poderia ser agora que a UE daria um salto e perdeu a oportunidade.
Começo a ficar cada vez mais duvidoso que não tenhamos de recuar muitos anos, eu que, parvamente, sempre fui um adepto do Euro e, até, nem me incomodaria uma união económica efectiva, mesmo pensando que perderíamos alguma independência, quer dizer...só não a perdemos na aparência, porquanto, estamos reféns de quem nos deu a mão.

foi isto..
desde que entrou o euro, o pais a todos os niveis empobreceu.
esta verdade, esteve oculta durante estes anos.
as empresas perderam competividade, o ensino enfraqueceu, os bancos em crise, os combustiveis pilar da economia sobe, o pib nem se fala.
com o euro a unica economia que cresceu foram as receitas do estado e das empresas que trabalham para o estado.
o governo e camaras, gastam esses milhoes arrancados dos nossos bolsos, em obras que derraparam, custam o dobro do previsto, e no final nao trazem retorno economico para o futuro.

e vai continuar na mesma m*rda, vao fazer o crlho do tgv, com a gasolina em alta, as empresas de transportes, logistica, vao entrar em crise.

O mundo está todo a passar por uma crise financeira, existe muitas teorias, esta é uma delas:

http://www.youtube.com/watch?v=QiY8QB1fNAY

Segundo o Expresso:

Crise da dívida: juros gregos acima de 44%
O disparo nos juros da dívida grega prossegue e é acompanhado pelos juros das obrigações do Tesouro português. Juros dos títulos italianos a 10 anos continuam acima de 5%
A situação da dívida grega continua a degradar-se. As yields (juros implícitos) dos títulos gregos a 2 anos atingem, a meio da tarde o valor recorde de 44,02% no mercado secundário, segundo dados da Bloomberg.
Os juros em todas as maturidades da dívida grega continuam a subir. Os juros dos títulos gregos a 3 anos estão acima dos 37% e os juros dos títulos com maturidade a 10 anos subiram para quase 18%.
Também os juros das obrigações do Tesouro (OT) português têm estado em alta em todas as maturidades, com os juros das OT a 2 anos em 13,28% e os das OT a 10 anos em 11,18%, a meio da tarde.
Por outro lado, os juros dos títulos do Tesouro italiano (BTP) a 10 anos continuaram a subir acima de 5% durante o dia de hoje, depois de ontem terem fechado em 5,01%. No caso dos juros das obrigações espanholas (OE) com aquela maturidade, também, já estão acima de 5%.
Recorde-se que um dos objetivos da intervenção do Banco Central Europeu nas últimas duas semanas no mercado secundário da dívida soberana foi inverter a subida dos juros das OE e das BTP, particularmente barrar a subida ao patamar dos 5%-6% para as maturidades a 10 anos, que colocariam estas dívidas perto da linha vermelha dos 7% (o "teto" Teixeira dos Santos que implicaria recurso à troika e pedido de resgate).

Por este caminho não vejo que possa existir luz ao fim do túnel, sobretudo para nós os mais pequenos, se é que a Itália, estando noutro campeonato, continua a ser arrastada.

Outra soluçao segundo os entendidos da materia seria a Alemanha sair do Euro e voltar ao marco, no entanto a Alemanha sozinha nao se ia aguentar, pois se a Europa baixasse o euro para o valor de 1 euro = 1 Dolar, as trocas comercias ficavam mais atrativas e a economia voltava a arrancar, a Alemanha ficava para tras.

Por isso é que a Alemanha esta a frente de tudo, assim ninguem e faz nada sem que se acautele e olhe para o seu umbigo,

Claro e estamos, todos os países estão, reféns da Alemanha - como ela está refém de nós, da forma que falou - porque os maiores estão à rasca como nós, apenas são maiores.
Veja-se a França, a Itália e a Espanha, estamos a falar da segunda, terceira e quarta economias da zona Euro.