Ora cá vai a minha opinião. Sou completamente a favor da legalização da prostituição , e quando falo em legalização, estou obviamente a falar de um novo enquadramento legal que permita que a actividade enquanto tal seja considerada uma profissão, com todas as consequências (deveres e direitos) que daí resultem. Faz-me a maior das confusões, que alguém possa em 2008 questionar a legitimidade do Estado para cobrar impostos resultantes do negócio do sexo pago, sugerindo que estaríamos perante um "estado proxeneta" se assim fosse, passando um atestado de menoridade às "pobres coitadas" que têm que vender o corpo para ganharem a vida. Continuam os velhos preconceitos, neste paízinho certamente muito mais respeitável que uma Alemanha, Holanda, Bélgica, Nova Zelândia, Austrália, alguns estados dos EUA, etc. Cambada de estados proxenetas é o que são!

Já agora e para finalizar, sou também a favor da legalização de todos os tipos de drogas, duras e leves, vendidas em farmácias ou em estabelecimentos previamente seleccionados por uma autoridade de saúde. Aqui, o estado seria dealer, pelo facto de também cobrar impostos?

Em resumo, sou a favor da legalização de toda e qualquer actividade que resulte da escolha individual de cada um, desde que que essa actividade não colida com os direitos de terceiros.

A legalização é problemática. Se as GP's passarem a pagar impostos o Esatdo passa a ser proxeneta!
Como não é proibido qualquer GP pode legalizar-se como profissional liberal, pagar impostos e SS e benficiar de todas as regalias de outro trabalhador. Mesmo que legalizassem não era possível serem trabalhadoras por conta de outrem.
Tal como o cannabis tambem o consumo não é proibido, mas a venda é. A solução para a droga era ser vendida nas farmácias. Acabava o tráfico e todos os problemas a ele associado.

Gosto da tua lógica em relação ao estado passar a ser proxeneta.
Isso quer dizer que nós que trabalhamos numa actividade que paga impostos somos todos GPs do estado

Legal é há muitos anos...

Neste caso acredito que o eventual "Regulamento" teria muitas regras distribuidas por muitos artigos como é costume do nosso legislador, teria que abranger a actividade de travecas e quejandas criaturas dando-lhe o consequente selo de reconhecimento "oficial". Nasceria até uma nova especialidade no direito

Certamente que haveria também "vantagens", mas assim de repente só me lembro da chulisse passar a ser profissão reconhecida pelo Estado . Afinal nem todas as profissionais o seriam por conta própria, e não o sendo, sê-lo-iam por conta de outrem...

Não é. Está naquela zona cinzenta entre não ser legal nem ilegal.



E qual o problema? Não sou apreciador das "quejandas criaturas" mas são sex workers como as GPs de cromossoma XX.



A vantagem seria que o chulo/empresário de bordel, como qualquer outro empregador, passaria a ter deveres e responsabilidades perante os/as seus/suas empregados/as ao contrário da selvajaria actual. E caso não cumprisse com eles seria punido. Além de que, pagando impostos, de certeza que as Finanças iriam lucrar uns belos milhões. Claro que entre isto e a realidade vai sempre uma enorme distância e as coisas nunca seriam assim tão bem desenhadas a régua e esquadro. Mas entre não fazer nada e fazer alguma coisa parece-me preferível pelo menos... começar. Ora vê lá se - embora os buracos por onde muita rataria se escapa continuem a ser bastantes - a cobrança de impostos não levou uma volta importante?

Não é. Está naquela zona cinzenta entre não ser legal nem ilegal.

E qual o problema? Não sou apreciador das "quejandas criaturas" mas são sex workers como as GPs de cromossoma XX.

se vivêssemos num mundo mais perfeito, não teria reservas à tua opinião. Mas a amostra existente com os empresários do alterne e afins não é de todo entusiasmante, e ver esse número já por si significativo multiplicado n vezes... e com a chancela da legalidade... faz-me ter muitas dúvidas sobre o aspecto da big picture resultante, sem uma reforma radical do sector.

Claro que entre isto e a realidade vai sempre uma enorme distância e as coisas nunca seriam assim tão bem desenhadas a régua e esquadro. Mas entre não fazer nada e fazer alguma coisa parece-me preferível pelo menos... começar. Ora vê lá se - embora os buracos por onde muita rataria se escapa continuem a ser bastantes - a cobrança de impostos não levou uma volta importante?