Só depende de nós Ou pelo menos um clube de leitura relacionada com o sexo, erotismo, sensibilidade, volúpia ...

Não sou propriamente adepto de livros de auto-ajuda, caro Balls, mas este até tem a sua piada. Enferma, contudo, de uma contradição: os "truques" são tão bem elaborados e esquematizados que a autora deve ser tudo menos relaxada.

Quanto a mim, não podia estar mais relaxado, nestas minhas férias.

Devo dizer que, em termos literários, sou adepto dos grandes gestos, do "maior que a vida", do cliffhanger entre capítulos. Mas, de vez em quando, "descubro" livros que não têm nada disto e que, na sua contenção, acabam por ser verdadeiros hinos a qualquer coisa.

Estes são, pois, dois pequenos livros que reli recentemente e que são verdadeiras obras-primas da contenção:

O Imperador de Portugal, de Selma Lagerlöf (Ulisseia)

Uma Alma Simples, de Gustave Flaubert (Europa-América)

No primeiro, a escritora sueca, Nobel da Literatura (em 1908 ou 1909), conta a história de uma criança que vê o seu pai partir do cais dos ferries com destino desconhecido. A sua mãe diz-lhe que ele parte para um destino distante e exótico — Portugal — onde foi convidado a ser imperador. A criança passa a adolescente e depois para a idade adulta, sempre com a convicção do destino do pai. Décadas depois ele volta…
As emoções estão lá! A ilusão de uma vida está lá! A solução pós-ilusão está lá! Mas tudo contido, sem grandes gestos, tragédias ou folhetins (a que hoje poderíamos chamar de telenovelas).

No segundo, Flaubert conta a história dos habitantes de uma casa. A história da Senhora Aubain, viúva que vive quase que em função do marido morto. A história dos seus dois filhos, Paulo e Virgínia (nomes trágicos da literatura que terão um destino inglório). E, sobretudo (para mim), a história da criada interna, Felicidade, uma mulher triste, que não prima pela inteligência nem pela beleza, a quem todos os azares batem à porta e que nem por isso deixa de ser optimista, fiel à patroa e de boa índole. Uma alma simples…
A criada, paradigma da corrente realista, mostra-nos a vida a passar. E naquelas breves páginas, conseguimos, de facto, sentir a vida a passar, pejada de pequenos episódios que morrem assim que terminam. Nada fica e a vida passa!
Sou adepto dos grandes gestos, mas a contenção de Flaubert em Uma Alma Simples é verdadeiramente extraordinária.

Boas leituras.

Não adianta, não consigo mesmo virar new-age...

Relendo, pela milionésima vez, Os Maias...

Às vezes não é preciso ser completamente new-age.
Pode-se ser só um bocadinho.
Pelo menos naquelas que nos parecem ter mais lógica.

Em vez de se fazer yoga, pode-se fazer Tai Chi que é uma arte marcial com movimentos, mas serve bem para relaxar e sempre se faz algum exercicio físico.
Pode-se fazer meditação "à ocidental" (8 Minute Meditation: Quiet Your Mind. Change Your Life do Victor Davich), que não custa nada e é rapidinha.
Pode-se carregar um bocadinho mais nos peixes, nos ovos, nas saladas, nos legumes, nas frutas e não comer carne a todas as refeições.
Pode-se desenvolver a memória e a capacidade de concentração com aplicações online.
Pode-se aprender PNL ou EFT.
Pode-se beber uma canequinha de chá verde todos os dias.
Já que se vai aromatizar a casa, pode-se escolher a fragrância consoante as regras da Aromaterapia (e se não resultar, fica bem cheirosa na mesma).

Boa Gup! A little bit of this and a little bit of that! Prá que extremos?

Como em (quase) tudo, a chave está na moderação.
Reconheço que tirei benefícios da minha "detox" das proteínas animais por exemplo (10 kilos a menos ), reconheço os benefícios que me traz aquilo que o confrade chama de "meditação ocidental", etc... de toda a maneira, quando começa (o livro) a apelar demasiado para o "outro lado", perdeu-me por completo...

Hoje sinto-me verdadeiramente culpado, depois de 5 kilos de alface semanal, temperada com lima e azeite extra virgem, brocolos, tomate, cenora, abacate, banana,... hoje é dia de bife à inglesa, dois dedos de espessura, mal passado, quase em sangue, batata frita sem regras, ovo estrelado, vinho, uma dose massiva de acidos a contrariar a semana alcalina, isto é quase como papar uma tripla completa de teens com dois ou tres repetecos

...valha-me o omega 3, o EPA, o DHA, a Vita D3, o Centrum, o oleo de coco, a Acerola, a Luzerna, a Maca, o Ginkgo, o chá verde, o sumo de lima com bicabornato de sodio em jejum e o guronsam

Good girl!



Não é mau. Mas, se relesses o "Brás Cubas" , tinha menos esse ar de releitura obrigatória...



Ficaste transparente, não?... A questão é que, se não fugíssemos muito da nossa dieta mediterrânica, esse equilíbrio lá está: pouca carne e pouco peixe (e mais peixe que carne), cereais, legumes, fruta, leite, ovos...

http://youtu.be/badOiExoMKk

New age =

Relendo "A Regra de Quatro" de Ian Caldwell e Dustin Thomason

(Isto da crise... )

Esse até é bem giro.

"O Labirinto da Saudade", de Eduardo Lourenço.
(Além de ter sido sugerido por um confrade, já estava na fila).

Para ler nos transportes públicos:
"The Dave Grohl story" de Jeff Apter
já que falei com o Sr. quando os Foo Fighters vieram substituir os GnR numa edição do RiR.
"Nirvana the true story" de Everett True

Eduardo Lourenço, grande senhor, tive o prazer de o ver e ouvir numa palestra há uns 5 anos atrás (?), grande pensador.

Por aqui terminou-se os Cem Anos de Solidão do Gabriel Garcia Márquez (aconselho!) e segue-se Se Isto é um Homem, de Primo Levi, sobre a experiência do autor no campo de concentração de Auschwitz.