Confrade Dragon

as Ilhas Seycheles ? é muito simples explicar ?

na época Portugal desenvolvia esforços diplomáticos para resolver a questão de Timor, principalmente através da ONU;
o caso tinha um opositor forte a própria Indonésia e tinha um adversário enorme que era a Austrália;
a estratégia passava por isolar a Indonésia, e influenciar ou condicionar a Austrália, e isso exigia também efectuar diligências junto dos pequenos países da bacia do Índico, onde ambos os países têm fortes interesses;
neste caso concreto das Seycheles contou com a colaboração e apoio de Angola e Moçambique, porque estas ilhas entraram para a comunidade regional dos países da África Austral (SADEC);
estes esforços foram somados e articulados com outros desenvolvidos pelo Governo através dos PMs e dos MNEs;

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o problema da dívida do Estado não está nas despesas com as viagens ou nos carros ou nos salários dos políticos ...

se alguém tivesse lido os OGEs (desde 2001) na óptica da despesa, facilmente percebia quais são os problemas ...

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a economia portuguesa tem outras dívidas, as empresas com 116 mil milhões, e as famílias com 109 mil milhões ...
uma parte destas dívidas (de momento não sei) é dívida externa ...
e sobre estas dívidas, o sistema bancário português já contabilizou provisões de crédito "mal parado" no valor de 17 mil milhões ...

a dívida do Estado deve rondar os 205 mil milhões, se adicionarmos as empresas e as famílias, chegamos à quantia de 430 mil milhões !!!

as poupanças totais no sistema devem rondar os 120 mil milhões ... e o nosso PIB está nos 160 mil milhões ...

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as pessoas perguntarão, mas afinal onde está o dinheiro que pedimos emprestado ?

"simplificando", o dinheiro foi aplicado em duas finalidades:

a) a maior fatia está em activos (habitações, infraestruturas públicas e investimento produtivo)
b) a outra parte está no financiamento dos "prejuízos correntes" (do Estado, das empresas e das famílias)


Espero ter ajudado a melhor compreender a realidade portuguesa

Kwacha,

Mais milhão menos milhão o panorama e a fotografia da nossa economia é essa, mas deixa que te pergunte, estás a defender exclusivamente o Mário Soares ou dizes que não é um problema o uso que os nossos governantes dão aos dinheiros públicos e à forma como se aproveitam do estado mesmo depois de saírem das suas funções governativas?

É que o Mário Soares de santo não tem nada e a forma como os nossos governantes usam o nosso dinheiro é vergonhosa, nem que seja por causa do exemplo que dão ao contribuintes. Sei muito bem que não sao os carros que usam ou o telemóvel que gastam que vai influenciar a divida publica, mas sou apologista de se liderar pelo exemplo.

O sentimento de impunidade em Portugal é gigantesco.

Eu até diria mais, cuidado com as alucinações e os queixinhas que vêem conspirações em todos os lados....

Fdxxx até neste tópico tenho que "levar" contigo, larga-me a braguilha.

Confrade Matic

eu não estou a defender ninguém, nem eles precisam que eu os defenda ...

a minha intenção foi chamar a atenção para o que é importante, em vez de andarem distraídos com as migalhas ...

em relação ao período histórico em que decorreram as tais viagens, vou dar dois exemplos de duas decisões com impacto relevante no estado actual das finanças públicas:

a) entre 89 e *, a revisão das carreiras e dos mecanismos de progressão e aposentação na função pública e a descentralização administrativa (aliás se lerem Miguel Cadilhe irão perceber porque ele diz que o Cavaco é o pai da dívida e o PS a mãe);
b) em Agosto de *, após a assinatura do Tratado de Maastricht, tivemos de resolver uma questão estrutural do nosso sistema bancário, que se tratava de reduzir a taxa de redesconto de 20% para 2%; infelizmente demasiado preocupados com o impacto na inflação, não soubemos aproveitar nos 9 anos seguintes as virtudes da liquidez injectada no sistema, servindo praticamente para financiar as famílias na compra de habitação e o Estado na construção das infraestruturas públicas;


depois destes dois exemplos, ninguém de bom senso perde tempo com viagens, salários, telefones, carros etc ...

eu sei que é preciso dar o exemplo, mas para mim exemplo seria começar a falar a verdade e cumprir com a palavra dada ...

Confrade kwacha as suas explicações poderão ter a sua lógica, direi que têm o seu quê de político, mas temos de fazer análises mais pragmáticas porque o povo não entende esse tipo de linguagem e sabe apenas que vive com a corda amarrada ao pescoço. A qualidade de vida é hoje incomensuràvelmente melhor que antes de 74 mas o preço que vamos ter de pagar por isso poderia ser bem menor caso fossemos governados, desde há quase 40 anos, por gente capaz, séria, inteligente e com sentido patriótico. O que vemos é esquemas, compadrios, roubos descarados, corrupção e o que ouvimnos da boca dessa gente é mentiras descaradas, asneiras atrás de asneiras e brincam aos polícias e ladrões com o maior dos á vontades. É a 'chico-espertice' no seu melhor! Alguém é responsabilizado criminalmente por isso?

Um recém-nascido já carrega uma dívida tremenda mesmo antes de lhe cortarem o cordão umbilical e eu quando acordo todas as manhãs já tenho mais uns quantos €s a pagar porque me responsabilizaram por uma dívida que não fiz e que aumenta dia a dia.

Como cidadão e contribuinte zeloso tenho o meu direito à revolta e assiste-me a liberdade de chamar uns quantos nomes feios a esta cambada que nos (des)governa há quase 40 anos.

Sua Excelência "O Pai da Nação" que deu a volta ao Mundo enquanto esteve no poleiro anda agora mais agreste porque lhe foram cortados à sua fundação uns míseros 300 000€s. E quanto nos custa suportar a vigilância das suas 4 casas e sustentar as suas mordomias? Uns míseros tostões, eu sei!

(Quando houver oportunidade vamos falar do custo e da utilidade destas queridas fundações....)

Bastava pôr as fundações todas a pagar IMI

E quem é que deve ser responsabilizado por isto?
Quem é que detinha as responsabilidades de decidir quais as melhores opções para o país?
Quem é que decidiu que o financiamento deveria ser para a compra de habitação e construção de autoestradas e não para investigação e desenvolvimento por exemplo?

Seguramente que não era o contribuinte anónimo, mas sim todos aqueles que se bateram para ocupar os lugares públicos, nomeadamente os lugares governamentais.
Esses é que devem ser responsabilizados. Ninguém os forçou a ir para esses lugares.

Tenho o direito á minha indignação porque enquanto os dinheiros públicos estavam a ser esbanjados e mal, eu estava empenhado no meu trabalho criando riqueza. Talvez esse tenha sido o meu erro e de muitos. Eu acordei há cerca de 14 anos atrás para esta pouca vergonha que se vinha passando no país. Não acordei com a crise!

Confrade Dragon

os meus comentários e análises poderão ser estranhos, diferentes e em contra corrente com a opinião instalada, mas são meus ...

"temos de fazer análises mais pragmáticas porque o povo não entende esse tipo de linguagem"
eu fui bastante pragmático e julgo ter explicado de forma acessível para o português médio entender ...

a maioria das mensagens (e a linguagem utilizada) dos demais confrades é dogmática, panfletária, preconceituosa e demagógica:
dogmática - parte do princípio geral que os políticos são uns bandidos
panfletária - porque é acusatória sem nexo, sem senso e sem provas
preconceituosa - tem preconceitos com o dinheiro e exercício do poder
demagógica - porque não informa e explica os problemas e as soluções

e quando o povo é assim, os políticos bandidos agradecem, é meio caminho andado para governarem o rebanho ...

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um pequeno exemplo, das escolhas recentes do nosso povinho, num período de crise acentuada e desemprego:
as vendas dos "smartphones" dispararam 30% em geral, e cerca de 55% no segmento jovem (até aos 25 anos);
as vendas de manuais escolares (do 1º ano até ao 12º ano) desceram mais de 8% e no universitário mais de 6%;

a educação e a formação nunca foram suficientemente entendidas como a maior herança entre gerações ...

veja o exemplo do dinheiro do Fundo Social Europeu para a formação, a maioria dos casos foram mal sucedidos, porque todos envolvidos entenderam como mais uma fonte de rendimento imediato, e estou a falar dos empresários da formação, dos formadores e até dos formandos, aliás ninguém queria ir para a formação se não fosse para mamar umas "coroas" ... e agora diga-me quem é corrupto ?

Kwacha,

Muitas das coisas que dizes são verdade e é aí que está o verdadeiro problema, agora não podes nunca minimizar o impacto gerado pelos gastos sem sentido dos governantes.

Considero-me muitíssimo bem informado, sou do meio financeiro/empresarial e sei bem que os carros, telemóveis e ajudas de custo dos políticos não chegam a 0,1% do nosso PIB, mas Portugal precisa do povo, precisa que os portuguesas se mobilizem e acho vergonhoso que os exemplos que vêem de cima sejam de impunidade e de falta de vergonha em gastos de uma forma desprezível do que não é deles.

O problema é que quem vai para cargos públicos é para se servir dos mesmos, salvo rarissimas excepções.

Concordo com o dragon.

Confrade Matic

a minha atitude pode ser tudo menos cómoda ...

na minha vida profissional cedo aprendi 1 lição ...

a "confiar" no ladrão e a "desconfiar" do burro ...

até pode parecer estranho ... mas é verdade ...

o ladrão é previsível e o burro é imprevisível ...

com o ladrão podes parametrizar as perdas ...
com o burro podem ser incomensuráveis ...

O curioso é que em Portugal os burros votam nos ladrões.

Tal como disse num outro tópico, acho que o povo português maioritariamente tem poucos conhecimentos, mas acho que todas as pessoas já perceberam que andamos a ser mal geridos desde que vivemos em democracia, para além de sermos "roubados" pelos nossos governantes.

Os fundos estruturais que vieram da CEE (agora UE) foram mal aplicados, a nossa função publica foi vergonhosamente engordada em numero e em regalias e os negócios foram sendo feitos a trote dos lobbis. Isto sim levou à crise que temos, acrescentando depois logicamente a divida dos privados, na maioria em créditos à habitação, mas aqui o governo pouco pode fazer de momento.

Mas aquilo que o povo vê efectivamente são os carros exuberantes, as viagens exageradas e os empregos arranjados depois de saírem do governo. Tu dizes que isto é pouca coisa, eu digo que é muita. Não pelo valor em si, mas pelo significado que tem.

O exemplo conta muito e o exemplo que o Soares deu foi tudo menos positivo quando foi PR, mas pior são as barbaridades que tem dito ultimamente.

Preferia não ter burros nem ladrões a liderar, mas talvez esteja a ser utópico.

"O exemplo conta muito e o exemplo que o Soares deu foi tudo menos positivo quando foi PR, mas pior são as barbaridades que tem dito ultimamente"

ultimamente até lhe dou um certo desconto porque o homem está debilitado; agora o que não lhe suporto é a arrogância com que debita palpites e diz disparates uns atrás dos outros. Parece o dono do pedaço e só me admiro é que ainda tem muita gente que quase quebra a espinha a vergar-se perante Sua Excelência! Talvez precise que apareça por cá o Rui Mateus a dizer umas quantas verdades e a desmacarar certas habilidades!

Caso BPN

TRIBUNAL ABSOLVE OLIVEIRA e COSTA E DIAS LOUREIRO

Juíza considera tribunal comum incompetente para apreciar acção do BPN contra Oliveira e Costa, Dias Loureiro e outros ex-responsáveis do grupo.

O processo cível do BPN contra vários ex-administradores do antigo Grupo BPN/SLN sofreu um revés no início deste mês: a juíza do processo considerou que a acção é da competência dos tribunais do comércio, argumento que fora apresentado pela defesa dos réus, e absolveu na primeira instância Oliveira e Costa, Dias Loureiro e outros antigos responsáveis do Grupo BPN/SLN. A administração do BPN, segundo apurou o CM, já recorreu da decisão para o Supremo Tribunal de Justiça.

O despacho da juíza, que o CM consultou na 11ª Vara Cível de Lisboa, é categórico: "julgo procedente a excepção da incompetência das varas cíveis em razão da matéria quanto aos pedidos de condenação dos RR [réus] a pagar à A [BPN] indemnização e, consequentemente, absolvo da instância os RR [réus]."

A decisão baseia-se, segundo o despacho, na constatação de que "a acção da responsabilidade de membros da administração para com a sociedade é da competência dos tribunais do comércio." Daí que seja referido que, segundo a Lei de Organização dos Tribunais Judiciais, "compete aos tribunais do comércio preparar e julgar as acções relativas ao exercício de direitos sociais" entre administradores e sociedades.

No essencial, está em causa, segundo o despacho que separou os processos cíveis do criminal, um pedido de indemnização do BPN de 42 milhões de euros. A decisão diz respeito a seis antigos responsáveis do Grupo BPN/SLN: Oliveira e Costa, ex--líder do BPN, Dias Loureiro, Luís Caprichoso e Francisco Sanches, ex-administradores da SLN e do BPN, SGPS, Jorge Jordão, ex-administrador da SLN, e António Franco, ex--administrador do BPN.

O BPN já apresentou um recurso no Supremo Tribunal de Justiça. E é este tribunal que irá decidir se a indemnização será apreciada por um tribunal comum ou pelo Tribunal de Comércio de Lisboa.

EX-BANQUEIRO E MULHER MANTÊM BENS SEPARADOS

A juíza do processo recusou o pedido do BPN, apresentado no âmbito da acção cível, para que fosse declarada "a nulidade, por simulação, da separação de bens e de partilha" entre Oliveira e Costa e a mulher, Maria Yolanda.

Segundo o despacho, só no caso de Oliveira e Costa ser condenado a pagar uma indemnização e a mulher ser absolvida é que o BPN teria interesse em que os bens dos dois voltassem a ser comuns. O casal foi também absolvido da instância