Confrade Radar

não conheço a reportagem, mas vou procurar ...

no entanto se tivermos em atenção ao actual peso da China:

- no comércio mundial no seu todo (importações e exportações), por região geográfica ou por segmento de bens
- na posse de terra arável no seu exterior (África, América Latina, Bacia do Índico e agora Europa de Leste)
- na poupança mundial, nas reservas cambiais, e na posse de instrumentos de dívidas de terceiros
- na compra incessante de tecnologia e de centros de decisão empresariais

e se levarmos em linha de conta que tudo isto resulta de uma estratégia de Estado, cujas razões por vezes a razão desconhece

então estão reunidas muitas premissas para levarmos com mais atenção ao que se passa e decide na China ...

E tudo isso com dinheiro emprestado pelo sistema bancário mundial... realmente tudo isso que falou eu sabia e estava ciente, não sabia nem estava ciente é que era tudo com grandes empréstimos pelo sistema bancário mundial... pensava que era com riqueza e superavit deles... mas veja sim essa reportagem e depois diga algo que fiquei meio a navegar depois de ver a reportagem...

Confrade Radar


só mais um pequeno (gigante) aspecto, que explica em parte a expansão bem sucedida dos chineses:

a China tem maiores linhas de crédito bilateral com os países africanos e latino-americanos que o resto do mundo

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se Portugal convertesse os 5 biliões não utilizados (da linha para o sistema financeiro), para aplicar em crédito bilateral para expansão das nossas exportações e investimentos, em 3 a 4 anos teríamos resultados muito positivos no PIB, nas contas públicas, no emprego etc ... quer queiram quer não, o nosso futuro passará sempre pelo exterior ...

Sim, estou de acordo com isso... eles apertaram tanto tanto tanto o credito as empresas em favor de créditos a habitação e aos automóveis que acabaram quase destruindo o crescimento empresarial médio todo... agora acho que vai aliviar esse estrangulamento depois de terem levado no focinho nesses créditos que privilegiaram...

Eu NUNCA entendi como é que um funcionário ia ao banco e saia de lá com um credito de 150.000€ e depois a empresa onde ele trabalhava e lhe pagava o salário tinha que penar pra levantar 50.000 ou 100.000€ pra fluxo de caixa, e se os conseguisse levantar era com taxas 3/4 vezes superiores ao empréstimo do seu funcionário...

bom a realidade de hoje acabou por dar razão aos bancos ...

o crédito "mal parado" no segmento das empresas é mais significativo em valor e percentagem, bem como, é o que tem menos garantias reais ou colaterais convertíveis ...

é verdade que houve muito disparate, principalmente na "gestão equilibrada de dependências"

aliás os modelos foram todos revistos de alto a baixo, e as normas europeias e internacionais ficaram mais apertadas ...

hoje em dia, as instituições financeiras reportam quase tudo (só falta enviar o boletim de saúde dos funcionários) ao banco central, em regime diário, semanal e mensal ... e recebemos visitas de inspecção todos os meses ... neste momento não há sector tão vigiado como este ...

Bom eu falo pelo que sei... com movimento de 5 milhões de euros anuais e media de 50.000€ na conta a ordem (isto acho que em 2008) o inteligente do gestor me veio retirar uma conta caucionada de 150.000€ (e passa-la a letras) que vivia mais ou menos sempre ocupada por causa das reparações nos navios regulares e que são sempre extremamente caras... parece ate brincadeira né, mas era precisamente essa conta que me permitia ter fluxo de caixa para navio abaixo dinheiro na mão com os estaleiros, e com isso obter sempre atendimento preferencial e discutir sempre os valores das reparações...

o tango de tanga

http://sol.sapo.pt/inicio/Internacional/Interior.aspx?content_id=99969

Foi hoje apresentado um relatório governamental que aponta para uma queda dos preços das casas em Janeiro no mesmo dia em que diversos jornais revelam que um dos maiores bancos do país, o industrial Bank, terá deixado de conceder credito às empresas imobiliárias


China pressiona bolsas europeias
http://economico.sapo.pt/noticias/china-pressiona-bolsas-europeias_187818.html

Novas exigências de capital e liquidez impostas pela norte-americana Fed para a banca estrangeira explicam ajustes do banco alemão.
O Deutsche Bank prevê reduzir em cerca de um quarto a dimensão dos seus activos nos EUA, na prática, tal significa diminuir o seu balanço em 100 mil milhões de dólares, este corte passará por realocar algumas operações para a Europa ou Ásia


Deutsche Bank obrigado a forte corte de activos nos EUA
http://economico.sapo.pt/noticias/deutsche-bank-obrigado-a-forte-corte-de-activos-nos-eua_187822.html

"kwacha"] escreveu :

Confrade Aranha

como compreenderá, o que acabou de afirmar não seria atendível, e no dia em que qualquer emissor coloque as razões enunciadas pelo confrade num prospecto, então seria um desastre completo, pois ninguém está interessado em ir a um leilão do faz de conta ...

Confrade kwacha,

as razões que todos podemos verificar foi que a procura triplicou a oferta e essa razão de mercado não precisa de ser enunciada
a não ser que quando há " cartel " as normas de mercado já não valem e o leilão seja mesmo de faz de conta

dê uma vista por esta interessante opinião de quem andou com a " mão na massa " e o que diz sobre o que fez a Espanha para resolver a sua situação e se aceitou os tais leilões de faz de conta ...

Consultor e antigo responsável global da tesouraria e dos mercados financeiros do Santander diz "a possibilidade de estarmos a criar uma crise mais sistémica é hoje muito maior".

http://www.publico.pt/economia/noticia/joao-ermida-a-possibilidade-de-estarmos-a-criar-uma-crise-ainda-mais-sistemica-e-hoje-muito-superior-1625910?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+PublicoRSS+%28Publico.pt%29

Confrade Aranha

li e reli o artigo citado ... não encontrei uma palavra que caucione a atitude de suspender uma emissão ao abrigo dos seus argumentos !

aliás seria muito estranho que assim fosse ... é capaz de me dizer onde vislumbrou tal afirmação ou opinião ao longo do artigo ?

se um dia ler as regras deste mercado (estas regras são semelhantes para outros mercados, ex: arte), perceberá as razões ...


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sobre o artigo, esperava ver algumas declarações do senhor sobre contratos swap, zero, pensamento novo, zero, ainda assim prestei atenção a isto:

P: O que fez a Espanha de diferente? Era demasiado grande para ser resgatada e assustou a Europa?
R: Os portugueses são diferentes dos espanhóis. Se nos nossos manuais de História aprendemos as várias crises por que Portugal passou, em Espanha aprende-se as grandes conquistas, não as grandes crises por que a Espanha passou. E isso faz uma diferença enorme. Quando os espanhóis querem sair de uma crise, pensam como é que vamos conquistar todos os outros. Nós pensamos como é que vamos sair da crise. Temos uma atitude fatalista de que a crise mais tarde ou mais cedo vai chegar.

comecei a olhar para a história económica e financeira dos manos ibéricos e reparei numa diferença substantiva:

- em 400 e tal anos de colonialismo, Portugal nunca vendeu nenhuma colónia, enquanto a Espanha foi vendendo a franceses, alemães e americanos diversas parcelas do seu império para salvar sucessivas falências do estado espanhol ... de facto somos muito diferentes ...

Confrade Aranha

recorda-se da conversa sobre os bónus dos dirigentes nos grandes bancos internacionais ?

ora aqui vai informação desta vez credível dos bónus do HSBC
para 239 directores, um valor médio de 1,2 milhões de libras
bónus total de 290 milhões num resultado de 13,6 mil milhões
os bónus são 2% dos resultados e representa 200% dos salários

como vê o "económico" é credível, mas quando os números são grandes, por vezes surgem uns lapsos de edição (acontece aos melhores)

http://economico.sapo.pt/noticias/hsbc-paga-mais-um-milhao-de-libras-a-cada-gestor-de-topo_187826.html

Confrade kwacha,

Não disse que no referido artigo estava o que advogo, mas isso sou eu que não pesco nada do assunto e não entendo bem " estas " regras de mercado ...

mas reparou na questão da Espanha ( e foi por isso que citei o artigo ) e à forma como as coisas se passaram diferentes de Portugal numa situação de crise pior que a nossa pela sua dimensão...

é que nós para além de uma atitude fatalista, ainda temos as nossas grandes figuras a dizer que somos alunos bem comportados , que é o mesmo que dizer que aceitamos tudo , inclusive servir de cobaia a uns mandatados senhores de pasta na mão ...

por isso volto ao início da nossa conversa , para mim uma emissão de dívida com uma procura 3 vezes superior à oferta ter um juro superior a 5,1 % insuportável para o País que somos não é admissível para as regras de mercado vigentes e deveria pura e simplesmente ser recusada

Sem dúvida que

mas a Espanha não tem um programa de assistência como o nosso nem como o irlandês ...

a Espanha tinha um problema muito grave no sistema bancário com potencial reflexo na sua dívida pública (veja o exemplo do Bankia)

não vamos comparar alhos com bugalhos ... o seu saldo orçamental e a sua dívida acumulada são completamente diferentes dos nossos !

a única semelhança entre Portugal e Espanha reside em parte da fórmula de resolução destas questões: Alemanha e BCE

é só isto e nada mais ... o resto é tudo tão diferente ...



pois eu compreendo o seu sentimento ... recorda-se dos cipriotas também pensaram nisso ... e até tentaram negociar com os russos uma linha de crédito em melhores condições financeiras ... mas a solução tinha um valente porém ... a componente política ... por isso voltaram-se de novo para o BCE e para os mercados ... são maus mas pelos vistos os russos eram piores ...

não emitir não é solução, aguentar ... aguentar ... também não é solução, porque o mercado sabe tudo sobre o que você precisa ...