Caro kwacha

Respondendo ao que ficou lá para trás…

Eu não sei se os negociadores portugueses eram bons ou maus, o que eu sei é que resultou num acordo desastroso. Mas estás a partir de um pressuposto errado: nunca foi vontade deste governo renegociar o que quer que seja. Antes pelo contrário, a intenção era ir além da troika.

Havia, apesar disso, um capítulo no memorando original sobre crescimento. Constata-se agora que nem o governo nem as sucessivas comissões de avaliação lhe prestaram a devida atenção… presumo eu, por falta de vontade política. A Sra. Lagarde falou disso algumas vezes.
E há muita coisa que se pode fazer com pouco dinheiro. E há até coisas que se podem fazer com impacto positivo no crescimento e na receita. Mas, repito, para isso é preciso vontade política e competência.

Por fim, posso dizer-te que conheço muito bem a nossa situação. E a minha opinião é que assim não vamos lá. Durante a aplicação do programa, alargaram-se prazos no critério do défice. Para o futuro, terá que se fazer o mesmo com a dívida. A menos que se ache petróleo entretanto.
Cumps

Caro Matic
Respondendo ao que ficou lá para trás…

Tens toda a razão. Os partidos na oposição dizem coisas que não lembra ao diabo. Veja-se o desplante desta senhora, uma conhecida e perigosa extremista de esquerda.

http://www.sol.pt/noticia/49689

Ou como é possível os suecos atribuírem o Nobel a um gajo que diz estas barbaridades.

http://krugman.blogs.nytimes.com/2013/0 ... ugal/?_r=0

Por fim, queria dizer-te que apelidar de cego quem tem uma opinião diferente da nossa é, no mínimo, salazarento.
Cumps

Uma coisa é certa, com ou sem barbaridades ditas pela oposição (talvez sejam criativos e inovadores demais), se eles não existissem mesmo sendo poucos, os que mandam ainda mandavam mais pois não tinham ninguém que lhes fizesse frente, e nisso temos de dar os parabéns a oposição, pois algumas leis contra o contribuinte não foram aprovadas até hoje graças a oposição.

Gradiador,

A Ferreira Leite (de quem tenho boa impressão) está em pré-campanha eleitoral para Belém, ela diz o que for conveniente, para elem de que essa notícia é de 2012, altura em que toda a gente previa um 2º resgate em Portugal.

A opinião do Paul Krugman foi em Maio de 2013, numa altura em que todos previam um 2º resgate, mas eu também acho que houve um exagero na austeridade. Os cortes eram essenciais (alguns mal feitos é um facto) e eu ainda acho que falta cortar mais umas coisas (não na parte social, mas sim nos organismos públicos e funcionalismos do estado), só que acho que foi depressa demais. Infelizmente fomos obrigados a fazer a esta velocidade.

Outra coisa. Eu em lado nenhum digo que sou contrário ao crescimento, mas acho que o crescimento é o objetivo, não um meio para baixar o deficit. Acho que a redução do deficit é que é um meio para chegar ao crescimento.

Também acho que sem cortes não há nem haverá queda do deficit nem crescimento, pois nenhum país consegue crescer com um peso tão grande em cima dos ombros como é (já foi pior) a despesa pública.

O estado teve de cortar a despesa e tem de continuar a fazê-lo senão tem de aumentar os impostos. Quem tem de investir e gastar são os privados. O estado tem de deixar de gastar dinheiro como sempre o fez, pois o estado para ter dinheiro tem de pedir às pessoas e empresas impostos e isso sim mata a economia e impede o crescimento.

Na minha ótica, Portugal para crescer, o estado tem de reduzir o deficit e a dívida publica. O que a Ferreira Leite disse não é contrário ao que eu digo.

Para crescermos temos de fazer aumentar as exportações e aumentar o investimento, só não acho é que o aumento do investimento tenha de ser público, através do aumento da despesa pública. Prefiro o aumento do investimento privado e incentivos ao mesmo.

Querer aumentar a despesa pública e baixar os impostos para atingir o crescimento é utopico e não me parece que a Ferreira Leite seja de opinião diferente.

Na questão do cego, o que eu disse foi:
Onde é que alguem pode discordar desta afirmação, quanto mais eu ser apelidado de ser salazarento?
O crédito está MUITO mais barato? Sim está.
Porquê? Porque foi reposta a confiança a quem nos empresta dinheiro.
Como? Por causa dos sacrifícios que todos tivemos de aguentar para se conseguir baixar o deficit e cumprir as metas que nos obrigaram a cumprir.

como já sou idoso, por vezes as coisas escapam-me ... agradecia que alguém me indicasse, em que página se fala de medidas para o crescimento

Memorando de Entendimento entre Portugal e a Troika
http://www.amrconsult.com/wp-content/uploads/2011/05/MemorandoEntendimento_PT.pdf

Passos: "Não sou um cidadão perfeito" PM garante que não tem nenhuma dívida ao fisco. Pedro Passos Coelho admitiu que não é um "cidadão perfeito" e que muitas vezes se atrasou na entrega de contribuições. O primeiro-ministro garante que nunca deixou de solver as responsabilidades e que não tem nenhuma dívida ao fisco.


Não serve...

Mas e preferível isso, do que as patéticas desculpas dadas pelo ministro Mota Soares e dos diligentes laranjinhas, como o inefável Marco Costa...

É tão patética esta como todas as outras.

Boas

Vi agora este topico que me parece interessante, e apesar de não ser de nenhum partido tento sempre votar em linha com o que acho ser adequado para o país no momento em questão.

Já cometi erros, pois já votei BE, logo quando surgiram, PS na altura no primeiro mandato de Socrates, mas maioritariamente tenho votado PSD, não porque são os melhores, mas porque têm sido aqueles que vão contra o populismo das medidas fáceis de baixar impostos e dar dinheiro a todos... esse aspecto é importante para a sustentabilidade do país.

Recomendo uma análise historica depois do 25 Abril ao nosso país, vejam este site penso que é fácil de ler

http://lusotopia.no.sapo.pt/indexPTGovernos.html

Aqui, muito sucintamente, podemos ver que depois do 25 de abril quem lixou isto tudo foram os comunistas, com a alienação de tudo para a esfera do estado, algo que ainda hoje estamos a resolver e que representa as famosas gorduras do estado, ou seja, um estado grande demais para a população do nosso pais e da capacidade de recolher impostos. Depois vieram blocos centrais, muitos anos de PS e alguns anos de PSD (mais de cavaco).

Assim conclui-se que o estado do nosso país deve-se a uma completa falta de estratégia, causada pela loucura do após 25 de Abril, que depois devido ao populismo ninguém quis mexer como deve de ser, hoje e um pouco graças a troika ou termos chegado a bancarrota, la se conseguiram quebrar algumas barreiras.. mas ainda falta muito por fazer.

Assim o principio base é ganhas 1000, gastas 1000 (ou menos) e nunca ganhas 1000, gastas 1200.... se formos pela ultima via é normal que a divida nunca baixe e que andemos sempre a pedir como uns coitadinhos, mas os bancos adoram-nos somos o seu sangue... Este principio devia estar na constituição com as respectivas excepções em caso de calamidade etc...

Ora neste caso o PSD e pelo PPC, tem este principio, o homem vai contra tudo e todos com este principio e para mim é correcto. E digo-vos que não é fácil, se calhar muitos de nós já teríamos com muito agrado abandonado o cargo....

O PS tem governado o nosso país, o PS não tem feito nada e promete tudo e que desta vez é que é... ora espero bem que nós tugas não sejamos enganados mais uma vez ao dar ao PS a possibilidade de ser governo nesta próxima candidatura. Então depois de deixar o país a mingua vamos premia-los com um governo??? não entendo.... é óbvio que o PSD tem de ganhar para haver continuidade e depois em 2019/2020 ai sim o PS possa retornar ao governo....

Abraços

Ainda faltam muitos meses para as eleições, pelo que ainda irá correr muita água debaixo da ponte.

Está visto que o PSD não tem interesse em anunciar a coligação muito cedo, o que vai esvaziando o CDS. Se hoje o PP vale 5/6% daqui a 2 meses vale 4% e entrará na coligação com muito menos força. Esta parece ser a estratégia do PSD perante o parceiro de coligação.

Quanto depois a vencer as eleições, parece também claro que o PSD aposta em varias situações:
- Anúncio constante das boas notícias económicas, tentando mostrar ao "povo" que a tormenta passou, que conseguiram correr com a Troika e agora que tomaram as rédeas do país tudo será melhor para a população;
- Tiros nos pés do PS, aliado a um comprometimento que o principal partido da oposição tem com a origem da crise. Suponho que a atribuição das culpas ao PS será um hábito, do género, vocês sujaram, nós limpamos;
- Mais importante que tudo tem a ver com fracasso da Grécia. Caso o Syriza caía e perca esta guerra, dará armas extremamente relevantes ao governo Português e diminuirá o espaço dos partidos de esquerda como o BE, o PCP ou o Marinho Pinto.

Há 1 ano eu julgava impossivel o PS perder as eleições, hoje o panorama está diferente. É certo que o povo parece ter memória curta e o mais provável é o PS ganhar as eleições, mas com tudo o que alterou nos últimos meses em relação à percepção que as pessoas tem do governo, ainda há uma réstia de esperança para PPC.

Epá… que lapso o meu… e grave.
Os meus cabelos brancos já fazem com que a minha memória me pregue algumas partidas.
E onde é que eu estava com a cabeça ao pensar que esta gentalha pudesse dedicar um capítulo ao crescimento económico?

Contudo, eu tinha a forte convicção que se falava em crescimento e, por isso, fui dar uma vista de olhos novamente ao documento (o que postaste é uma tradução incompleta) e a carta de intenção dedica um ponto ao crescimento, onde se pode ler “profundas reformas estruturais para impulsionar o crescimento potencial, criar emprego e aumentar a competitividade” (a tradução é minha).
É uma pena que se tenha ficado pela carta de intenção.

Matic

Eu não concordo contigo. Há muito boa gente que não concorda contigo.
Mas não é por isso que tenho a veleidade de dizer que és cego.

Vou ficar ansiosamente à espera. Mas sentado.

sondagem do El Pais publicada a 09/Mar/2015

http://politica.elpais.com/politica/2015/03/07/actualidad/1425756440_821944.html

está completamente enganado ... este é um documento completo ... foi o memorando inicial assinado com a troika em 2011
a carta de intenção falava em criar condições ao crescimento ... Reforma do Estado, PPPs, Energia, Reforma da Justiça, etc etc

deixo aqui dois gráficos simples ... que contextualizam os factores para qualquer retórica sobre crescimento em Portugal