Tirando Lisboa, há duas ou três cidades europeias onde me imaginaria a viver facilmente: San Sebastián (bonita, nem muito grande nem demasiado pequena), Barcelona (por tudo e mais alguma coisa, à excepção do irritante Barça) e Praga (linda de morrer, com o senão de ser demasiado turística em qualquer época do ano). Mas, acima de todas, acima de qualquer uma, a minha “segunda” casa: Florença, a encantadora Firenze.
Por questões pessoais e algumas profissionais, visitei-a por diversas vezes, mas tantas vezes nunca foram suficientes para me cansar. Havia sempre algo diferente, algum pormenor que nunca tinha reparado, uma certa cor que nunca tinha encontrado. Corri as vielas tortuosas e as praças intemporais, detive-me vezes incontáveis a observar o mármore rosa, branco e verde do Duomo e da Campanille, sonhei com a perfeição na Piazza della Signoria, perdi-me nos corredores dos Ufizzi, redescobri Oltrarno, subi à colina de Fiesole e detive-me no miradouro postal-ilustrado que é a Piazzalle Michelangelo. Dali, a cidade dos Medici espraia-se diante dos olhos: vê-se os pináculos das igrejas, a cúpula da catedral, os telhados do casario colorido, as águas mansas do rio Arno. Desço precipitadamente em direcção à ponte Vecchio, a única que sobreviveu na segunda Guerra Mundial. Corro-a de cima abaixo e vice-versa, fascinado pelas joalharias que a abrilhantam, pelas luzes que o rio reflecte e pelas gentes que, tal como eu, não se cansam do deslumbramento. Sim, Florença é tudo isto e muito mais.

Mas toda a região em redor é de igual deslumbramento – A Toscânia não se resume a Florença. Fiz um périplo integral por toda a província, percorrendo estradas, caminhos e auto-estradas, passei e parei em milhentas aldeias, vilas e cidades, andei a pé entre vales e colinas engalanadas com ciprestes, ascendi a montanhas que no Inverno se cobrem de neve, emaranhei-me em terras vinhateiras e provei alguns dos melhores néctares dos deuses que as minhas papilas gustativas alguma vez sentiram, mergulhei nas ondas rasteiras do mar Tirreno. Foram mais de três mil quilómetros entre prazeres mundanos, delírios gastronómicos, copos de Chianti e Montalcino para animar ainda mais a alma, pedaços de História, pedras que assistiram ao desfilar dos tempos. E a gente, o povo toscano, simples, humilde, elegante, orgulhoso do seu passado e sempre com uma palavra gentil – Buon giorno, ragazzo!
Mas isso fica para desenvolver mais tarde...

Caro Plutão


Sem dúvida uma cidade muito bonita e com uma excelente "fusão" entre o passado e o presente.

Se fosse rico, para além de Lisboa, escolhia mais duas cidades para viver (sempre com água):

a) em Itália, um pouco mais a norte a pequena cidade de Como;

b) na África do Sul, a cidade do Cabo (Cape Town);


Aguardamos o relato do périplo italiano.

Obrigado kwacha

E é bem provável que, depois dos próximos capítulos da Toscânia, faça relatos das minhas incursões por Como (embora prefira o lago Maggiore) e pela Cidade do Cabo (the Mother City), sem dúvida e de longe a minha urbe preferida em África.

... que é também na minha opinião o único defeito de Florença.

E Siena e Volterra e San Gimignano e Greve...

Tinoni, não deixas de ter razão, mas Florença ainda tem refúgios secretos e bem guardados.

Siena, Volterra, San Gimignano, Greve-in-Chianti e muitas outras mais (foram mais de 3.000 km) terão o seu espaço e serão aqui contempladas. Em breve.

Mais um relato sentido do nosso viajante…

Posso dizer que Florença, juntamente com S. Petersburgo, é uma das minhas maiores falhas enquanto amante de viagens.
Já estive com viagem planeada para as duas. Já estudei as duas. Falhei nas duas.

Por enquanto, caro Plutão, fico-me pelos teus relatos…

Rio Arno em Florença, Itália

um local menos visto

Confrade Plutão,

Ao ler este seu post, pensei: - Alguém com os mesmos gostos por cidades onde gostaria de viver, o mais incrível foi a escolha por San Sebastian, para mim seria a minha 1ª escolha, 2ª Barcelona 3ª Paris, como diz o Malato eu também já fui feliz nestas 3 cidades.

S. Sebastian cidade de uma arquitectura muito bem pré-definida não muito em altura, cidade pro antigo com ruas e praças todas elas muito limpas e o jardim junto á Câmara, o Miramar Palace, a Catedral a praça da Constituição outra obra de arquitectura fabulosa, depois tem aquela zona nova junto ao estádio “anueta” com um pequeno rio que atravessa toda a cidade onde sobressai a ponte Maria Cristina de uma arquitectura linda, a baia com a sua praia, o pequeno oceanário e a subida ao morro em com uma vista fabulosa, para o fim deixo a gastronomia e a cidra sempre fresquinha a brotar dos tuneis, bom já estou com agua na boca..
Podia dizer muito mais sobre esta cidade que adoptaria para viver de bom agrado.

Barcelona, desta pouco descrevo porque é sobejamente conhecida de todos nós, tem muitos anos de historia, arquitectura fabulosa uma vida nocturna 5*, o resto vem por acréscimo, há não esquecer o desfile dos Gays e Lesbicas... já pítico e de grande animação, há subir ao Montjuic e admirar a cidade daquele ponto é fabuloso...

Paris a chamada cidade luz, para quem como eu já teve a sorte de lá ter estado 9 – 10 vezes, pelos vários museus a maioria só fala do Louvre mas o D’orsey é super sempre com exposições temáticas fabulosas... o Senna com as suas varias pontes cada uma com a sua historia, as viagens de barco pelo seu leito apreciando a cidade do rio, o curioso subir aqueles 682 degraus da Torre Eiffel, o monumento mais visitado no mundo, a Notre Damme, o Arco do Triunfo naquela enorme avenida dos Champs Elises todo o expledor dos seus jardins, a Basilica do Sacre Coeur e toda a sua envolvência dos restaurantes tipicos explanadas e todas as culturas juntas não esquecendo os pintores de rua que em cada esquina existe um. Os espectáculos com um ritmo alucinante toda aquela zona do Piccaly – Moulen Rouge etc.
Não esquecer a 70Kms a Euro Disney… que loucura todas aquela animação e aventura…

A todos boas ferias e aventura este ano vou visitar + uma vez Havana e saber como está a família Fidel…