Boas Confrades.
Sei que já existe (mais ou menos) um tópico para isto, mas está trancado.
Penso que desde o início do mês de Abril já é possivel termos acesso à prep de uma forma mais fácil, a própria médica de família pode prescrever e vamos comprar, como qualquer outro medicamento banal, à farmácia do bairro.
A minha pergunta é, já alguém obteve a PREP desta nova forma? sem ser na farmácia hospitalar? Se sim, foi o médico de família que passou, ou pode ser um médico particular? Sei que só algumas especialidades têm autorização para prescrever a PREP, mas a minha dúvida é se pode ser um privado a fazê-lo.
Obrigado e boas phodas

Aí está uma boa questão. Online não existe nenhuma informação sobre o assunto.

Para quem desejar saber, a semana passada fui a uma consulta de infectologia de forma a perceber se já se podia ter acesso ao truvada, sem ser a partir de consulta e dispensa hospitalar do medicamento. A resposta do médico, foi não. E que nem estava a ver de que forma isso ia acontecer, pois os clínicos gerais e os médicos de outras especialidades que estão referenciadas para puderem prescrever, não estão para aí virados.. eles teriam de fazer uma formação sobre a Prep e pelos vistos não ha grande vontade, isto para além de outros fatores..... Pelos vistos, a portaria entrou em vigor, mas nada está a acontecer nem há previsão.
Aconselha-se os cuidados normais...
Ah, outra coisa que me disse foi, em caso de acidente, a prev deve ser iniciada até 6 horas após o incidente... Tudo o que passar disso o risco já aumenta e muito mesmo, ele dá consultas num hospital público e disse que há muitas infeções em quem tem azar e começa a prev após as 6 horas.
Mas não pensemos nisto.
Boas phodas... A que não dermos, nunca mais damos, podemos dar outra, mas aquela, já foi.

Aplicação será muito difícil, existirá enorme resistência por parte dos médicos. A verdade é que a prevenção das DST é um falhanço completo, há uma pandemia de infecções altamente resistentes e a nova geração pura e simplesmente não usa preservativo. É uma desgraça completa. E portanto, com a comunidade médica alarmada (já há uns 10 anos que houve este shift de deixar de se usar preservativo, a coisa tem vindo a cozer em lume brando e neste momento é um caos de infecções), dificilmente existirá aplicação prática.

É exatamente por isso que há a resistência da parte dos médicos. A PrEP deve ser usada em situações específicas, aí eles não negam, mas para uso mais generalizado.
No uso generalizado, o receio é que o pessoal passe a facilitar ainda mais no uso do preservativo, que. associado, quase uma certeza, ao uso incorreto da Prep, não só alastra a pandemia de outras DSTs como do próprio HIV, que inclusive´pode mutar e ganhar resistência aos medicamentos que para já é o que existe na luta contra o HIV.

Quem se quiser apenas proteger, de uma forma ainda mais segura, tem sérias dificuldades no acesso.

Qual farmácia qual quê. Então mas afinal em Portugal já é possível conseguir uma receita de PrEP sem pertencer aos chamados grupos de risco (homens que têm sexo com homens, trabalhadores do sexo, utilizadores de drogas intravenosas e outros eufemismos)?

Artigo de há 4 meses atrás.
https://cnnportugal.iol.pt/vih/prep/e-i ... 9892230b2d

edit: isto de não se poder editar os posts ao fim de alguns minutos é chato.

https://www.insa.min-saude.pt/relatorio ... ugal-2023/


Parece-me que pelo menos em 2022/23 do total de cerca de 4500 utilizadores de PreP em Portugal, apenas cerca de 200 não são homens que têm sexo com homens, e dessas 200 pessoas imagino que não sejam todas mulheres e GPs.

Ao contrário do que sugeri no post anterior parece-me que em Portugal nem as GPs conseguem ter o acesso à Prep de que precisam.

Então gostaria realmente de saber como é que vários membros do fórum dizem ter acesso. Proclamam (ou mentem) aos médicos que fazem parte dos tais grupos de risco/vulneráveis? Metem maroscas com médicos privados? Lobby profissional/"perigo ocupacional"? Mercado negro? Vão buscar a receita a um outro país onde qualquer um que queira proteger-se tem esse direito?

Muito simples:

Caso queiras mandar vir de Inglaterra, compra na Farmácia Alldaychemist - compras um apartado postal em Inglaterra, crias uma conta e pedes Truvada (genérico). Demora uns dias e duas caixas mais portes ficam em cento e alguns euros. É muito simples de adquirir.

Em Portugal, muito do que aqui foi escrito são só barbaridades: liguem para o hospital, para o serviço de infectologia e peçam uma consulta de PREP. Em pouco tempo serão atendidos.

Não é preciso ser de um grupo de risco: basta referir que, por vezes, tem sexo com mulheres e não fazem uso do preservativo.

São acompanhados por um especialista em VIH, consulta de PREP, fazem análises de cada vez que vão à consulta e é-vos dispensado medicação até à próxima consulta, que pode ser renovada antes.

Consulta, análises e medicamento são gratuitos.

As mulheres, muitas delas não tem conhecimento da profilaxia pré-exposição, dai a não adesão. Conheço uma que foi aconselhada por mim a fazer uso da PREP e ela fá-la sem falhar.

O problema da resistência ao medicamento ou seroconversão só se coloca se não existir adesão terapêutica. Conheço um único caso de seroconversão por má adesão terapêutica.

Os homens podem fazer a PREP on demand mas as mulheres não: a terapêutica só funciona nas mulheres de modo contínuo.

Está a decorrer um ensaio, neste momento, em África, com 5000 prostitutas que receberam um outro anti retroviral injectável e com uma taxa de 100% de eficácia - tem vantagens tais como: uma injeção de 2 em 2 meses, menos efeitos secundários e 100% de eficácia.

Qual o contra: o preço - uma coisa bárbara no presente. Dezenas de milhares de euros por mês.

*** Não é verdade que a PPE só funciona nas primeiras seis horas. Pode ser administrada até 72 horas após contacto sexual. O que aumenta, em caso de infecção, é a probabilidade de sucesso se administrada nas primeiras seis horas.

De notar que, estatisticamente, a probabilidade de um homem se infectar se tiver sexo com uma mulher com VIH é de 1/2500. No caso da mulher, porque recebe esperma dentro do canal vaginal associado à possibilidade de micro lesões no canal vaginal é de 1/1250.

Espero ter ajudado.

Boa noite.

Mais uma boa notícia, apesar de cara: o Lenacapavir.

https://www.cmjornal.pt/mundo/detalhe/e ... ater-o-vih

Injectável de 6 em 6 meses.

O outro injectável (cabotegravir) deverá entrar em breve no círculo da PREP mas também é caro e este injectável dá para 2 meses.

Se os laboratórios cedessem as patentes, em pouco tempo a SIDA passaria à história, pois deixavam de existir novas infecções.

De momento, o Truvada é segurissímo mas implica a toma de comprimidos (diários ou "on demand" no esquema 2 +1+1) e há casos de seroconversão devido ao esquecimento da pastilha, principalmente da 2º dose, a mais importante após sexo.