Caros,

Com tanto ataque à classe média achei incrível como o PS ainda consegue uma maioria relativa....

Resta-me o consolo de que o Sócrates vai ter de "seduzir" outras hostes se quiser fazer passar os diplomas quentes.

A elevadíssima abstenção em nada contribuiu para a qualidade da democracia. Continuamos a deixar que os outros decidam por nós. Em Braga, por exemplo, o PS voltou a ganhar a maioria e digam-me agora o que tem feito o PS (do Mesquita Machado) para além de apostar no Centro Histórico ( ) ou no crescimento desmesurado de cogumelos à volta da cidade ( )?

A Bracalândia tinha mais espanhóis que portugueses... o Bom Jesus e o Sameiro já não atraem os Bracarenses... mais que fartos de ver o mesmo.

O MM ainda não percebeu que tem de atrair outro tipo de investimento à cidade para, por exemplo, criarem-se parques temáticos (é o que se costuma fazer em algumas cidades interiores por esse mundo fora) onde se possa criar mais emprego numa cidade extremamente afectada pelo flagelo que todos sabemos ser de índole nacional. E um parque da cidade? Onde é que ele está? O Dolce Vita é mais um centro comercial.... e o resto? Vamos andar a ver lojas????

Quando, penso em lazer... "fujo" para o Porto! Ou, melhor, durante a semana vejo como viver em Lisboa tem um leque de opções infindáveis.

Ab.

A nova composição do parlamento obrigará a certas definições a nível partidário.
Relativamente ao PS, com menos meio milhão de votos, sem maioria absoluta, com experiências passadas de governos minoritários e de alianças com o PSD e CDS, sempre a governar à direita, terá agora de definir se mantém o rumo de continuar a governar à direita mas com a direita. Essa situação já provocou antes um mal-estar nas hostes socialistas e levou à perca do seu peso eleitoral.
Ou então se alinha pela esquerda obtendo acordos pontuais com o BE e o PCP de forma a possibilitar a passagem de um programa de governo. Evidentemente, que tais acordos serão difíceis de cumprir, e visariam permitir ao PS mais tarde fazer-se de vítima e responsabilizar essa esquerda, BE e PCP, de inviabilizar um governo. Por isso, creio que tanto BE como PCP não cairão nessa cilada.

As autárquicas vão também definir um pouco melhor a influência local de cada um dos partidos. Já que aí o argumento de que se vota para primeiro ministro (logro no qual as pessoas caem) já não serve de nada.

Irá aparecer, entretanto, uma nova figura em jogo. O futuro presidente do PSD. Que poderá trazer uma nova animação a este puzzle. E sobre esta incógnita só se poderá especular que lhe caberá preparar o terreno para umas eleições intercalares.

E porquê eleições intercalares?
Sózinho o PS não conseguirá manter por muito tempo um governo.
Acompanhado pelo CDS, é evidente que este lhe retirará o tapete e acusará o PS de não cumprir com os seus compromissos.
Pela esquerda, além de não interessar ao PS, esta não deixará de deixar cair um governo que não cumpra com a revisão do lei do trabalho, alterações ao estatuto dos professores, alterações na saúde, nos impostos, em matérias civis como o casamento e adopção dos homossexuais.

Fica então que o PS será tentado a negociar com o PSD. Seria mais seguro em termos de permanência no poder mas teria de partilhar esse mesmo poder (e os job for the boys) com um PSD que se encontra sem leme e sem timoneiro.

Há que não ter ilusões que a actuação do PS no governo não tem desagradado assim tanto ao PSD e ao CDS. Eles concordam no geral e até agradecem que seja o PS a fazê-lo.

A análise dos resultados pode permitir concluir ser o PCP o único que manteve estável o seu universo eleitoral aumentado-o um pouco.
O BE beneficiou da descida do PS, indo buscar votos aos que querendo votar à esquerda dificilmente o farão no PCP.
O PSD deve ter beneficiado igualmente da descida do PS, indo buscar votos aos não querendo votar à esquerda acham o PSD credível em termos de social democacria.
O CDS beneficia dos descontentes do PSD e de alguns, poucos, PS's.

Quer isto dizer que o aumento dos votantes no CDS e no BE não fazem parte de um universo eleitoral que se possa ainda considerar estável.

Essa tá linda de morrer

só me apetece chorar... é uma vergonha tão grande que tenho de ser português!!! em 30anos é a 1ª vez que tenho esse sentimento. o povo português, ou melhor, 36% desse povo e talvez + 40%, fazem-me ter vergonha.
76% de portugueses que estao satifeitos com o país e que não se importam que continue assim.

parecem as mulheres dos anos 70 que eram enganadas, sabiam mas viravam a cara.

So me apetece rir... orgulho-me se ser Português, pois apesar de toda uma campanha de jornalistas comprados e politicos de 2ª que assinam acordos internacionais e depois dizem mal deles.
Ao menos o Socrates e o Portas não andaram a fazer promessas mirabolantes e ganharam.

O grande momento vai surgir com a discussão do orçamento. Aí o PS terá de obrigatoriamente fazer alianças.

Havia por aqui um tópico que dizia que com ALIANÇA se tinha mais sucesso com as mulheres...
O Portas não usa aliança mas tem muito sucesso com as peixeiras. Curioso que o Socrates tambem não usa aliança!

Pois eu, que nada tenho a ver com o PSD, se estivesse no lugar deles faria enviava a seguinte "bomba atómica".

E ist,o porque não entendo porque um PSD em certa medida fragilizado não toma uma inciativa a todos os títulos inédita e estimuladora. A verdade é que todos os partidos sentiram necessidade de retirar a maioria absoluta a Sócrates. E conseguiram tanto o CDS, PSD, BE e PCP. Houve aqui uma necessidade patriótica e uma convergência de interesses assinalável. Não competiria ao PSD, encostar definitivamente Sócrates à parede, propondo conversações com os outros 3 partidos de modo a se obter um entendimento para a formação de um governo em altenativa ao de um do PS, presidido por Sócrates?

JOSÉ SÓCRATES FELICÍSSIMO... ATÉ JÁ FORMOU BANDA!

Só posso dizer que estou satisfeitissima com o resultado de ontem,
nota-se que realmente o português que está preocupado verdadeiramente com o seu país,quer que o país seja governado á esquerda,e sem a MAIORIA ABSOLUTA o governo PS vai ter que andar mais mansinho!

A meu ver foi um grande passo para Portugal.

Concordo plenamente, com a diferença de ser em 34 anos e não me apetecer chorar...

Não me admira que 36% dos portugueses tenha votado no PS. Se pensarmos bem:
- os funcionários públicos continuam a ter total estabilidade no emprego e tiveram este ano um aumento significativo; este aumento, em conjunto com a baixa da prestação da casa, as promoções na compra de automóveis e os saldo aliciantes dão uma falsa sensação de prosperidade;
- os reformados, os pensionistas, os beneficiários do rendimento mínimo e, de uma forma geral, aqueles que recebem apoios do estado receiam que uma mudança de políticas os possa prejudicar.

O PS perdeu 600.000 votos. É muito voto perdido para quem está no poder com maioria absoluta. E perderia muitos mais, não fora a incompetência do PSD. (Já alguém tinha visto um partido de poder fazer uma campanha a dizer mal do TGV e a falar em asfixia democrárica? Não falaram aos portugueses, que são pessoas com anseios e com projectos de vida e precisam de se sentir motivados.)

Apesar da Manela ter entrado com os dois dedos esticados em sinal de vitória
A derrota foi mesmo dela e do PSD.

O PSD culpou o Santana Lopes pela última derrota eleitoral, no entanto, a Manela trouxe um valor acrescentado de 0,4%.

O PS teve uma legislatura em que procurou implementar reformas, que não fez amigos em lado nenhum, juntando a isso atravessamos um crise mundial. A imagem do governo, e de José Socrates, com os escândalos que foram amplamente debatidos, foi-se desgastando. No entanto conseguiu vencer outra vez.

Porquê? Porque em vez de se debater o futuro do país, o desemprego, o crescimentos económico (ou falta dele), assuntos que poderiam dificultar o discurso de José Socrates, enveredou-se por um caminho de ataque pessoal e para além disso ainda lhe deram cartas (a questão do TGV, da tentativa de acabar com o SNS, com o rendimento mínimo, etc...).

Resultado: José Socrates não precisou de se defender, mas ainda ficou com armas para lançar o contra ataque.

Perguntam como é que José Socrates foi reeleito? Não teve oposição à altura. O trabalho do PSD foi tão mau, que o CDS agradeceu e obteve um resultado histórico.

Para terminar, o Presidente da República também não quis ficar de fora e deu a machada final! Creio que por esta altura ele terá mais amigos no PS, que dentro do PSD!