Eu procurei na busca do fórum “TD sem GP” e nada me foi indicado.
Assim sendo aqui vai.
A arrumação é algo tramado.
Fim de ano. Toca de arrumar a papelada e ver perdas acumuladas. Frustrante exercício!
Umas pequenas férias já em 2010 e eis-me a ver o que andei para aqui a escrever.
Cabeça pensante(por vezes mal) e concluo que o importante são só os têdês.
Contabilizo-os e são 49.
Serão? Recontagem e afinal nem cheguei aos 50… Assim ainda não dá para me cobrir da cor do mijo após uns espargos bem temperados!
Solução? E que tal um sem gêpê?
Hummm… Esta coisa de incluir nãogêpês por aqui pode provocar reacções alérgicas.
Haverá depois quem virá dizer que não se pode por a um mesmo nível uma nãogêpê com uma gêpê. Ou será o contrário. Ambos são possíveis?!
Deveria haver mesmo era um tópico chamado devaneios ou divagações…
Isso seria bom e inócuo já que permitiria não levar a sério o que se lia.
Onde vou colocar esta coisa que ando para aqui às voltas para lhe dar ares de têdê
Quando nada mais há que fazer poderíamos dar largas à imaginação e poluir um pouco este tasco. Sem fazer fumo, que pode provocar doenças que podem matar.
Quem vou escolher colocando uma nãogêpê nivelada com uma gêpê?
Para isso tenho de considerar o “investimento” de modo a serem comparáveis.
Parto do “sem” (lê-se 100) e vejo-me fora do ninho em que despesas de deslocação são iguais para ambas. Como debitar os “sem” (estas aspas vão dar chatice da grossa

)na nãogêpê (vêem bem que estou a evitar o termo civil

)? A ver adiante como tudo se equilibra.
E agora

Como começar
Eis-me inscrito num desses sites de encontros há uns anitos sem nada aparecer de interessante. Até que, uma vez mais, recebo uma insípida
“tem uma mensagem nova enviada por…”. Vista a peça que rezava
“Ouve lá tens um perfil que consegue informar ainda menos que o meu. Mas tens um convite já fora de prazo para um jantar. Como é?”. Safa! Que violência de quem se diz ter 49 aninhos, 1,70 e 70 quilinhos. Solteira e sem filhos. Nas habilitações, licenciada e na profissão, liberal. Será…? (lembrei-me de um anúncio que foi aqui publicado que dizia
“não sei porque sou put*!”). Pezinhos de lã, à “gup” (ele me perdoará a fraca imitação dos passinhos), e nada de resposta elaborada…
“…..@hotmail.com”.
“Teresa pede para adicionar o seu perfil à sua lista de contactos”. Ei-la! Diálogo encetado à força e jeito de dedos e de muita táctica
“És tu? Sim, sou eu. Nome? Carlos. De onde? Do mesmo que tu.” Conversa afiada para bons entendedores que até se querem entender.
“Olha, que fazes? Faço o que posso!”. “É por causa do convite? Pode ser”. Conversa promissora e ao fim de 2 dias,
“Como és? Alto, com falta de cabelo, mais de 90 quilos e tu? Eu tenho braços, mamas, rosto, pernas (grossas por sinal) e não tenho barriga!” E no desespero sai o inesperado
“Até quero aceitar aquele convite que está fora de prazo. Porque não? Onde, quando e vamos lá fazer o sacrifício!”. Assim se combinou o que eu chamo de uma queca diferida sem resultado definido. O que poderia significar “sem queca alguma”. Restava saber quem ia comer quem, como e aonde.
Chegada ao local, feitos os cumprimentos e
“Porque não entras e começamos por um café e depois se vê.” “Vê-se o quê?” “Sei lá, és diferente do que eu pensava.” Lá entro no que me pareceu um misto de escritório e frigorífico mal arrumado, com um guiador à direita, e observo as pernas grossas a martelar na embraiagem, no travão e a acelerar. Movimento interessante aquela subida e descida de joelhos e aba da saia
.“Houve lá aquela foto que tens no msn já foi há uns tempitos, não é?” “É, ou pensavas que ia mostrar as rugas? Mas sou eu mesma e tenho um mau feitio do caraças, dizem”. Entrada num bar/café algo calmo e um figurão, daqueles que nos entram pela casa dentro, em manobras de engate. Rico local para um café!
Observada a “coisa” nãogêpê até pode ser que… “
Sabes a juventude assusta-me, já não há valores, só pensam em ter mais e mais…”. “Hum… tenho aqui uma do antigamente, não é?” “Eu? Até sou de esquerda!!”Ficamos assim então, na esquerda, e toca a despachar o café e pensar no regresso. Ainda
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a uma gêpê para justificar a viagem
E pensei ainda mais enquanto ela me ia

… uma artista (será?) formação superior, de família tradicional do norte, com vivenda discreta lá para perto da Galiza. Solteira, filhos nenhuns, em estado de apetência por novidades… Sou eu novidade? Já agora…
Ainda nem saídos éramos e
“vamos então jantar?”. “OK. Escolhe o local, grelhados de preferência e peixe será bem vindo mas nada de veludos e porteiros”.
Porra! A nãogêpê sabe escolher onde comer.
Café 1,50, jantar, sardinhas congeladas grelhadas que pareciam frescas com pão e queijo da serra, rodovalho grelhado com salada de tomates e pimentos, um doce para acalmar a excitação, café e um irlandês, leia-se whisky antes, tudo por 84,50. Cartão de crédito e bilhete de 5 pelo serviço e eis a “coisa” nivelada com se tratasse de “uma” simples com uma gêpê.
Só que o regresso será penoso. Decididamente tenho de encontrar uma gêpê disponível. Por aqui estou feito. Posso tentar uma manobra de manápula esquecida, um encosto pernal, um sorriso lascivo… Né… não vai dar

. Põe-te lá a observá-la. Lembra-te das lições que teimas em esquecer! Olhos brilhantes? Pernas a tremer? Ida aos serviços para compor a maquilhagem e não só? Riso algo nervoso? Deixou-me pagar o jantar? Tudo bons sinais e em adultos e confiantes deveria dar alguma saída. Para ambos. Único mau sinal, habituado a gêpês de corpos harmoniosos, como os aqui descritos e não verificados, alguns, e de performances extasiantes e arrebatadoras, seria que só a força de gravidade é que poderia por o “tal” em pé se eu fizesse o pino? Que trabalheira!
Esquece Carlos,
soi-disant. Acordou-me ela
,“Olha lá está a pensar em quê?”. “Que só vejo sinais positivos em ti em como vamos dar uma queca e estava a pensar onde?!”. “Convencido! Quem te disse a ti que estou para aí virada?” “Precisas que to diga? Até estás não é?”. “Vejo que me enganei acerca de ti. Pensei seres diferente dos outros que me abordam no msn que só pensam no mesmo.” “Mas eu não penso, eu quero mesmo! Ou não.”Saída do restaurante e…
“Tenho uma casa que me serve de refúgio, onde me isolo para trabalhar, aceitas uma bebida mais para descansar do jantar e depois regressas a casa?”. “Olha, pensa bem. Se eu entro já não poderás saber, nem eu, quando vou sair. Se hoje ou amanhã.”. “Vejo que contigo nada há a fazer. Vou levar-te ao teu carro…”. Que feitio me saiu, cheia de iniciativas prometedoras.
“Agora vem atrás de mim! Mas não penses que isto é convite para a cama. Já estou velha para aventuras”. “Até eu! Por isso agora nada de aventuras. Ou é ou não é!”E foi… Chegados ao local, impecavelmente fornecido e decorado. Servido um whisky mais, este de malte (que faz bem aos ossos e dentes), vendo aquelas coxas grossas a roçarem uma na outra, e o rubor a subir-lhe pela cara acima lá lhe fiz companhia no sofá maior.
“Não estavas bem sentado ali?” “Estava pois, mas ali não dá para deitar!” E entra uma manápula entre os joelhos que progride rapidamente detendo-se no elástico dos collants por não haver espaço para ir mais adiante em face do fecho instintivo das pernas. Um pouco mais e sinto a pele áspera, não de frio, tipo (pensei em escrever vulgo

) pele de galinha e uma perna minha salta para cima de um joelho dela e uma aproximação facial mútua, em ar de desafio, nada mais provoca que um relaxar de pernas e uma subida da mão na direcção certa. Que dilúvio que por ali havia! Estava feito. Não se tratava de uma balzaquiana. Algo bem mais faminto, pronta a dar tudo, sem piedade por quem se encontrasse por perto.
Acordo sobressaltado. Um tabuleiro e um cheiro a café acalmam-me.
Um duche refresca-me, suaviza o esqueleto e amacia os músculos.

Assim passei um fim de semana. Jantar, pequeno almoço, almoço simples na cama, sesta, jantar, pequeno almoço e uns duches para limpar a alma e o corpo.
Regresso a casa e envio uma mensagem.
“Cheguei! Não volto, importas-te? Detesto ficar viciado…”. Recebo a resposta
“Somos dois a não gostar de ficarem viciados!”Eis o têdê sem

para ser classificado como não têdê e assim me manterei nos 49!
Daí o ter vindo parar aqui. Para bons entendedores... eis um confrade que vos entretém!

PS - Deveria finalizar "
atentamente" talvez "
atenciosamente"?!
