Eu sempre entendi que, enquanto estudei - entre 62 e 78 - o ensino não tinha boa qualidade. Era repetitivo, estudava-se matérias que não faziam sentido (eu ainda fui daqueles que tinham que saber as batalhas de cor, o nome das estações do caminho-de-ferro e outras coisas mais), a escola não estimulava a criatividade. Lembro-me das aulas de moral, em que uma freira contava com macabro pormenor aquilo que os romanos faziam aos cristãos e lembro-me bem dos castigos corporais: as reguadas, as palmatoadas, os estalos e os horrorosos puxões de orelhas.

Recentemente andei de novo pelo ensino superior - e não gostei daquilo que vi e vivi. Tudo bem, vai-se dando umas matérias e até se aprende alguma coisa, mas um aluno tem que andar sempre em cima do carril, do início até ao fim. Se se quer algo mais, desenvolver um assunto, explorar uma hipótese, não é ali; talvez noutro lugar. (Falo de escolas reputadas). Não, o cenário não é brilhante.

E não podemos esquecer uma coisa importante: parte significativa daquilo que aprendemos é aprendido em casa. Muito do crescimento dos jovens faz-se no lar, em família. Faz-se durante as férias, faz-se ao fim-de-semana, faz-se à mesa. Aqui também me parece que as coisas não estão nada famosas. Muitas famílias andam distraídas, andam alheadas; andam a pensar em outras coisas ou a pensar em coisa nenhuma. A televisão, apesar da importância que tem, deseduca, distrai, desinforma. Muitas figuras públicas são péssimos exemplos.

O desenvolvimento necessita de cultura, criatividade e conhecimento. Infelizmente este país ainda não deu conta disso. Como de costume, andamos a pensar noutras coisas e insistimos num projecto de país inviável e insustentável.

Efeitos das Novas Oportunidades!

O “melhor”aluno chegou à Faculdade sem acabar o secundário. As dificuldades surgiram no percurso de Tomás Miguel Bacelos, quando a Matemática se tornou numa verdadeira dor de cabeça.
Por mais que insistisse, não conseguiu passar a esta disciplina e os sucessivos chumbos, acabaram por fazê-lo desistir da escola sem acabar o liceu. No ano passado, arranjou a solução ideal para contornar o problema.
Inscreveu-se num Centro de Novas Oportunidades em Esposende, frequentou dois módulos ( Saberes Fundamentais e Gestão) e em meses conseguiu equivalência ao 12º ano.
Acabou agora por entrar na Faculdade, no Curso de Tradução, na Universidade de Aveiro, e é oficialmente, segundo as listas do Ministério do Ensino Superior, o aluno com a mais alta nota de candidatura do país: 20 valores.
A questão é que a sua média não tem em conta as notas do secundário – que não terminou – e baseia-se apenas no exame nacional de Inglês, o único que teve de fazer para entrar em Tradução e onde conseguiu a nota máxima.
(…) Ainda tentou concorrer a um curso de Biologia, fez a prova de ingresso, mas não foi além dos 7,4 valores (…).
A Lei para maiores de 23 anos permite-o, mas o jovem sente que beneficiou de uma injustiça (…). (…) Por exemplo quatro jovens que também colocaram a licenciatura como primeira opção acabaram por ficar de fora. O último a conseguir entrar teve 14,4 valores de média (…).
Claro que os dados oficiais que nos mostrem quantos alunos já entraram por esta via no ensino superior, não são divulgados.
No fundo e como conclusão basta atentar no seguinte: com as Novas Oportunidades, uma pessoa que só tem o 7º ano pode fazer o 9º em seis meses e a seguir, em ano e meio, consegue tirar o 12º. Se tiver sorte, pode passar à frente, no acesso à Universidade e tirar o lugar às pessoas que fizeram esse esforço. (…) Conheço quem tenha entrado assim no ensino superior (…) admite, o nota 20 deste ano.
Assim vai o Ensino em Portugal! Alguém encontra aqui sinais de facilitismos!?
Força Alçada “Vilar” que segues no bom caminho!

(condensado do Expresso de 18 Set. de 2010)

Grande novidade. Há muitos anos que pessoas com mais de 25 anos podiam entrar nas Universidades sem completar o liceu.
E sabiam que dos 10 mais ricos de Portugal só um é Licenciado. E dos 10 mais a nivel mundial é quase o mesmo.

Confrade Voador:

Evidentemente que não estamos na mesma "onda"!...

Eu se pertencesse à Comissão de Praxe em Aveiro, convidava o tal aluno da melhor nota do "Secundário incompleto", pendurava-lhe ao peito um cartaz, "eu sou o melhor" e convidava o "inginheiro dominical", o Gago e a esfusiante K(alçada), para a Latada, como padrinhos!...

Se fosse há uns anos, em que a piada política tinha conteúdo, era por aí que se desmascaravam os facilitismos...

Se não concorda, paciência!...

O programa das "Novas Oportunidades" é uma fraude completa. O governo que indíces de escolaridade À força toda, para depois apresentar uma estatística "bonita" de que somos um país cuja escolaridade aumentou muito nos últimos anos.

Quando eu entrei para o liceu, em *, a escolaridade obrigatória era o 6º ano. É claro, não era motivo de orgulho, principalmente, quando comparados com muitos países, que na altura, já tinham como escloaridade obrigatória o 12º ano. Mas também, não é motivo de orgulho, criar ficticiamente uma escolaridade, quando na prática, o que a pessoa sabe, corresponde ao 8º ou ao 9º ano.

Cada vez mais concordo, com a minha falecida avó, que me repetia vezes sem conta, que um aluno com a antiga 4ª classe, sabia muito mais que muito alunos, actualmente, com escolaridade superior...

Eu apesar de já ser um cota reformado não gosto de assumir a atitude de " no meu temo é que era..."
No meu tempo para se chegar a Piloto de Linha Aérea levava-se anos e tinha de se passar por várias etapas ( Instrutor de Aeroclube, Taxi Aéreo, bisbastes,etc)
Hoje alguem que nunca voou inscreve-se numa Academia, ao fim de 18 meses é Piloto de Linha Aérea e com uma cunha está a voar um Airbus em pouco tempo.
Tambem detesto a expressão " só em Portugal é que isto acontece..." porque só quem conhece outros Países em excursões turisticas é que não sabe o que de bom e mau se passa em todos os Países do Mundo.

Por caso, lembro-me de uma amiga minha do tempo de escola em que eu, comparando com ela, era o gajo que tinha médias superiores. No entanto, as nossas vidas tomaram rumos completamente diferentes. Eu optei, com esforço e dedicação pela via de ensino ligado à ÁREA B de forma a tentar a melhor média possível com aspiração à Universidade XPTO. Esfalfei-me nas famosas ditas provas de aferição para entrar no curso que pretendia e consegui.

No caso dessa minha amiga, o pai era diplomata e foi para o estrangeiro... terminou o secundário lá fora e entrou na Universidade para Medicina com a corriqueira média de 11 valores... tudo porque existiam, na altura, uma percentagem reservada para estes casos. ENTRAM automaticamente!!!!!!

Hoje ela é médica e ganha o dinheiro que quer...

E esta hein???

Ab.

Existem vagas para muitas outras coisas, atletas e ALTA COMPETIÇÃO por exemplo desde que sejas internacional seja na modalidade que for , têm lugar garantido, existe uma época especial para as candidaturas destas personagens .


uns são portugueses de 1ª outros são os fdp, que andam com este Pais para a frente