Reformas na educação pública
| Autor |
Mensagem |
|
mustanggto
Registado: 19 Fev 2008 Mensagens: 3
TD's nos últs 90 dias: 0
- Voyeur
|
 Reformas na educação pública
Assino em baixo e subscrevo tambem com todo o gosto!!!
|
| 10 Mar 2008 |
|
|
 |
|
foulaam
Registado: 28 Nov 2006 Mensagens: 1959
|
 Re: Reformas na educação pública
"É o resultado de 30 anos de políticas ao sabor das muitas mudanças de governos e ministros e da incapacidade dos responsáveis do Ministério da Educação lidarem com duas forças poderosas: os sindicatos dos professores, que se tornaram nas únicas formas de representação da classe, e as novas modas pedagógicas.
(...)
Mas a sucessiva experimentação de modelos, muitas vezes de forma acrítica, resultou numa cadeia de disparates com efeitos perniciosos em sucessivas gerações de jovens e também nos próprios professores."
Por outras palavras: o que vai ser avaliado são os 30 anos que ao sabor das novas modas pedagógicas e de uma cadeia de disparates com efeitos perniciosos formaram (melhor: deformaram!) os professores a quem tudo isso foi enfiado pela mona dentro com os resultados que se conhecem. Portanto, serão 30 anos de disparates de sucessivos ministros e ministérios a ser avaliados... certo?
Podiam começar por este ministério e esta ministra: desde o famigerado TLEBS (mais uma "nova moda" na "cadeia de disparates") ao "estatuto do aluno" são legítimos herdeiros dos anteriores.
|
| 10 Mar 2008 |
|
 |
|
White Knight
Registado: 14 Jun 2007 Mensagens: 1402
|
 Re: Reformas na educação pública
Piotr Escreveu: Bruno Wanderley Escreveu: Subscrevo : http://www.jornaldenegocios.pt/default. ... tId=312955 Bruno Wanderley Escreveu: E assino por baixo : http://www.jornaldenegocios.pt/default. ... tId=312697 Direi mesmo mais Assino por baixo e subscrevo 
Mais um a subscrever inteiramente...
Aliás, em particular a opinião do Daniel Bessa, bate certinho com o que já havia escrito.
(Ò BW, também lês o Jornal de Negócios ? )
|
| 11 Mar 2008 |
|
 |
|
RUC
Registado: 27 Jan 2007 Mensagens: 1094
|
 Re: Reformas na educação pública
Triste, é triste...
Eu não sou propriamente um defensor de professores, aliás, nunca dei uma única aula na vida, pelo que não faço a mínima ideia do que seja educar jovens mentes.
Mas quando leio estas postas de pescada, vindas directamente de quem não sabe (nem quer saber) do que está a falar, é que começo a pensar no futuro...
Mas começando no passado, porque eu ainda tenho memória.
Eu faço parte de uma geração que nasceu tipo coelhos, estávamos no inicio da década de setenta, o PIB a crescer a 7%, e toda a gente se lembrou de fazer o amor... Lindo!
Passámos toda a nossa vida escolar enlatados em turmas de 40, a ter aulas em pavilhões pré-fabricados, com idiotas que vinham substituir professores que estavam doentes (ou ausentes, ou destacados para serviços no ME). Nessa altura, a substituição era logo no trimestre seguinte... agora 3 semanas são notícia na TVI. Bons tempos...
Sofremos o drama de sermos os alunos que os nossos professores não sabiam ter. Os mais novos porque simplesmente não sabiam o que seria ensinar (tinham acabado de tirar um qualquer curso e sido atirados aos leões), os mais velhos porque estes não eram os alunos que eles estavam (mal) habituados a ter.
Oiço falar muito da massificação do ensino... pois eu faço parte da primeira fornada. E deixem-me que vos diga, a escola nessa altura não era má, era uma grandessíssima merda!
Como sempre, quando a escola falha (embora a escola nunca falhe realmente) culpam-se os professores. Ninguém fala dos pais nem da sua responsabilidade sobre a educação dos seus filhos.
Em Portugal, ao contrário do bom senso responsável e natural, a educação das crianças é responsabilidade do Estado. Os progenitores nada têm a ver com o assunto! pois se os fizeram foi para que o Estado os eduque! temos o socialismo inscrito no nosso código genético e nem me tinha apercebido.
Pensando no presente:
Depois de três dezenas de anos e outros tantos ministros para a educação, contabilizadas umas 20 reformas do ensino e com 30.000 funcionários na 5 de Outubro, lembraram-se dos sacanas! esses mesmo, os tipos que dão aulas É verdade, se os alunos portugueses têm fracas prestações nos exames internacionais e a taxa de abandono escolar no ensino obrigatório (mas quem é que deve garantir que seja obrigatório?) é elevada, então a culpa é dos professores.
E porquê? porque alguém tem que ter culpa, e minha não é!
O futuro:
Pois... a culpa é minha (fodasse é sempre o mesmo...). Ou melhor é nossa. Uma sociedade que não valoriza o conhecimento é uma sociedade que reproduz a ignorância.
Querem exemplos? (para além da estupidez do que o Camilo Lourenço escreveu e a parvoíce ambígua da Luísa Bessa)
o nosso PM comprou um curso,. e isso é tido como natural. Outros também o fizeram...
Paizinhos em Guimarães compraram um 2ª exame aos filhos. Outros também o fizeram...
Um senhor doutor mandou a filha para o estrangeiro no 12º para entrar facilmente em medicina. Outros também o fizeram....
Uma desejável (enquanto nova) senhora de largos quadris agrediu uma professora. Outros também o fizeram
O cromo de serviço perguntou "stôra como se diz sumol em inglês?" outros também o fizeram
Mesmo, mas mesmo no futuro:
Já por aqui escrevi que terminaram com todos os potenciais aspectos que tornavam interessante a carreira docente. Os EUA e o UK também o fizeram entre os anos 80 e 90. Agora andam a tentar recrutar professores no estrangeiro ou a obrigar voluntários da forças armadas a cumprirem o serviço militar nas escolas! E aqui vamos nós, a caminho do futuro radioso!
O problema do ensino não está nas escolas, está no valor que a nossa sociedade dá ao conhecimento.
Querem alunos suecos? então fodam suecas!
|
| 12 Mar 2008 |
|
 |
|
foulaam
Registado: 28 Nov 2006 Mensagens: 1959
|
 Re: Reformas na educação pública
E a "reforma" da Milu continua a todo o vapor e no melhor caminho: agora nos exames de Matemática do 12º ano as provas vão ser de 3 horas!!!
A ver se assim as estatísticas lá melhoram 1 ou 2%... 
|
| 12 Mar 2008 |
|
 |
|
Bruno Wanderley
Registado: 16 Nov 2006 Mensagens: 2048 Localização: Backdoor
|
 Re: Reformas na educação pública
RUC Escreveu: Querem exemplos? (para além da estupidez do que o Camilo Lourenço escreveu e a parvoíce ambígua da Luísa Bessa)
Tens toda a razão ... aquilo que o Camilo escreveu é uma enorme estupidez , além de ser uma grosseira mentira , porque os professores até querem a avaliação , mas afinal qual  A resposta está neste artigo , do jornal de negocios :
--------------------------------------------------------------------------------
Carlos Filipe Mendonça
carlosmendonca@mediafin.pt
" Os professores querem ser avaliados? Sim. Mas não segundo o modelo definido pelo Governo que consideram ser um mecanismo "apenas vocacionado para controlar a progressão na carreira". Então? Os sindicatos propõem um modelo "essencialmente formativo", que tenha uma influência mínima no condicionamento dos ritmos de progressão na carreira. O decreto-Lei nº15/2007, de 19 de Janeiro, procedeu à alteração ao Estatuto da Carreira Docente (ECD), consagrando a necessidade de aprovar um novo regime de avaliação de desempenho. É precisamente por causa desse regime, mas não só, que os professores voltam a sair à rua.
Progressão dificultada
De acordo com regime de avaliação de desempenho, só os professores que consigam uma avaliação igual ou superior a "Bom" podem progredir na carreira. Além disso, essa progressão é tanto mais facilitada quanto melhor for a avaliação. Por exemplo, um professor que consiga dois "Excelentes" consecutivos vê o tempo necessário para ascender ao topo da carreira – categoria de professor titular – reduzido em quatro anos. No entanto, o Governo decidiu introduzir quotas para a atribuição das classificações, um cenário que os sindicatos contestam. Da mesma forma que não aceitam que docentes avaliados com "regular" não vejam o seu tempo de serviço contado.
Avaliação vocacionada para diagnosticar problemas
O modelo alternativo apresentado pelos sindicatos é o de uma "avaliação essencialmente formativa". Isto é, que tenha uma influência reduzida sobre o ritmo de progressão na carreira, mas que seja voltada para "melhorar o desempenho docente, ajudar a superar eventuais falhas, ajuizar a evolução de processos e, se for caso disso, propor ao órgão de gestão pedagógica uma alteração estratégica".
Todo o processo na mão do director
Quando entrar em vigor o novo regime jurídico de autonomia, administração e gestão das escolas, o director substitui os actuais conselhos executivos. Ou seja, conforme explicam os sindicatos, a avaliação de desempenho passa a estar centralizada nas mãos do director, não só porque ele próprio tem a responsabilidade de avaliar directamente o docente, como lhe cabe ainda a responsabilidade de avaliar o coordenador do departamento responsável pela etapa de avaliação anterior. Isto é, os sindicatos põem em causa esta "dupla" concentração numa só pessoa e pedem ao Governo que avance para um modelo onde existam dois avaliadores com total autonomia um do outro.
Notas dos alunos influenciam nota do professor
Os sindicatos não aceitam que os resultados escolares dos alunos, assim como as taxas de abandono escolar, sejam parâmetros que sirvam para avaliar o desempenho de um professor. Além disso, os professores acusam ainda o Governo de, com este modelo, criar "situações ilegítimas de pressão sobre os docentes". O Ministério esclareceu que as "notas" dos alunos só terão um peso de 6,5% na avaliação final do professor. "
Eu diria : triste , é triste ...
|
| 12 Mar 2008 |
|
 |
|
metses
Registado: 15 Mar 2007 Mensagens: 395
TD's nos últs 90 dias: 0
- Voyeur
|
 Re: Reformas na educação pública
Grande RUC, toma lá um abraço pelo que escreves-te. Revejo-me completamente.
Embora verdade entre pelos olhos dentro, alguns não vêem e outros não querem ver. É o país que temos e sinceramente não merecemos outro.
_________________ Enquanto houver língua e dedo...
|
| 12 Mar 2008 |
|
 |
|
Bruno Wanderley
Registado: 16 Nov 2006 Mensagens: 2048 Localização: Backdoor
|
 Re: Reformas na educação pública
http://www.faccioso.blogspot.com/
Hércule Poirot, where are you?
Apenas quem estiver de má fé poderá dizer que os professores não querem ser avaliados.
Claro que querem. Governo após governo, a avaliação dos professores tem figurado no primeiro lugar da lista de exigências que os sindicatos apresentam a cada ministro da educação e a cada governo.
Os actuais dirigentes sindicais, e os professores que eles representam, não fogem á regra. Continuam, segundo disse ontem o famoso Vilaverde Cabral, a ansiar por um sistema de avaliação.
A única divergência existente é que “esse sistema tem que ser justo”, e não pode ser um sistema qualquer.
E além de ser justo, também “tem que ser equitativo”, conceito que ele não desejou explicar, mas que as mentes com boa vontade saberão compreender o que seja.
O problema reside exactamente no facto desagradável, no contratempo, de ainda não ser conhecido esse tal sistema, justo e equitativo.
Nem tem sido suficiente a ajuda incansável dos sindicatos, que ainda ontem fizeram deslocar milhares de professores ao Terreiro do Paço, a procurá-lo.
O sistema justo e equitativo não estava lá, ou se estava, ninguém o viu. Não foi, uma vez mais, encontrado.
Ora, isto é que não é justo, nem se compreende, pois se todas as demais profissões já conhecem os seus sistemas justos de avaliação, pergunta-se:
- Por que razão permanece incógnito, o sistema de avaliação para professores?
- Quem, ilegitimamente, se apropriou dele e o mantém escondido?
- Quem, e com que direito, continua a impedir que os professores vejam satisfeita a sua vontade e concretizado o seu direito a serem, justamente, avaliados?
|
| 13 Mar 2008 |
|
 |
|
White Knight
Registado: 14 Jun 2007 Mensagens: 1402
|
 Re: Reformas na educação pública
Eia RUC, estás em grande !! Ora aqui vão uns comentários:
RUC Escreveu: foi para que o Estado os eduque! temos o socialismo inscrito no nosso código genético e nem me tinha apercebido. E como tal estamos bem fo*****.... É que, ao que consta por ai, não funciona... avaliação ? nada disso... Responsabilidade ? naaaaah Emprego para a vida, casa para a vida, ambulância à porta... Só falta mesmo é garantir uma Giselle Bundchen a cada um (se for possível, viro já militante do PC) Mas bem tirada, sim senhor Ruc. RUC Escreveu: Uma sociedade que não valoriza o conhecimento é uma sociedade que reproduz a ignorância. .... O problema do ensino não está nas escolas, está no valor que a nossa sociedade dá ao conhecimento. Pois é... e num pais sem petróleo, nem grandes (ou nenhumas) riquezas vamos ficar mt, mas mesmo mt mal na foto... Curiosamente existem países que valorizam... até colocam a educação, no papel-moeda:  (e não é uma paixão , é mesmo a sério  ) RUC Escreveu: Querem alunos suecos? então fodam suecas!
Ora um ponto, em que prevejo todos estaremos de acordo
(sindicatos incluídos, até aquele senhor com barbas !! )
Editado pela última vez por White Knight em 04 Abr 2008.
|
| 13 Mar 2008 |
|
 |
|
RUC
Registado: 27 Jan 2007 Mensagens: 1094
|
 Re: Reformas na educação pública
Bruno Wanderley Escreveu: Tens toda a razão ... aquilo que o Camilo escreveu é uma enorme estupidez , além de ser uma grosseira mentira , porque os professores até querem a avaliação , mas afinal qual
BW, eu nunca afirmei que os professores queriam ou não ser avaliados. E isso é relativamente irrelevante, porque nem tu nem eu fazemos a mais pequena ideia se querem ou não. Nós sabemos, isso sim, que a Fenprof não quer que os professores sejam avaliados, ou que o sejam mas continuem a ser aumentados na mesma. Mas isso não é sequer notícia.
E já agora, sendo a fenprof um sindicato, que é pago para defender as condições de trabalho dos seus associados (por quem é paga é uma outra história, que podemos abrir noutro tópico...), estranharia é que defendesse outra coisa.
Mas seguramente não pensas que foi a fenprof que convenceu aquela gente toda a passear pelo centro de Lisboa num sábado à tarde?
Sabes qual a melhor maneira de não mudar nada, mas conseguir convencer muita gente que temos razão. É dizer que algo não funciona porque "os gajos" são uns coirões. Os gajos são os outros, quaisquer uns servem. O problema é quando "os gajos" são quem pode mudar alguma coisa. A não ser que o Sócrates estivesse a pensar em despedir 750.000 gajos...
A maioria das reformas da Milu (bom, pelo menos as mais importantes para mim) são correctas. Mas padecem de um pecado capital... O discurso dos "privilegiados". Pois os "privilégios" estavam contratados, livremente, pelo Estado. A primeira coisa que uma pessoa decente faria quando tivesse de resolver a situação que o Sócrates encontrou em 2005 (e que ele já bem conhecia...) era pedir desculpa. Pedir desculpa por terem sido contratadas condições (pelos seus antecessores) que o Estado não estava em condições de cumprir. Pedir desculpas por ir defraudar as expectativas que levaram numerosas pessoas a enveredarem por carreiras na função pública. Pedir desculpas porque não poderia honrar os compromissos assumidos. E depois apelar ao espírito de sacrifício.
Como ele sempre foi um boy, pensa que qualquer funcionário público também será um boy do PS ou do PSD. É um erro comum, tomarmos a nossa realidade próxima pela realidade "real".
A partir desse engano, entendeu que os professores, médicos, juízes, militares, polícias, etc. também seriam todos eles boys encartados, e como tal, maleáveis e bovinos.
Pelos vistos acertou em quase todos... menos nos professores
O problema actual no ME não tem nada a ver com a avaliação de professores. É o resultado de 3 anos de insultos e humilhação por parte de uma casa a que os professores devem mesmo muito pouco respeito. Fica na 5 de Outubro. E uma boa reforma na educação poderia começar por desalojar de lá muitos inquilinos com mais de 30 anos de casa.
E já agora, sobre o Camilo Lourenço e outros comentadores de serviço. É possível discordámos da posição de uma classe (ou de um sindicato) sem afirmar que são uma cambada de coiros. Aliás, a melhor forma de evitarmos a discussão de argumentos é partir logo para o julgamento de intenções alheio. O exercício é giro, mas apenas no campo retórico.
um abraço
RUC
|
| 14 Mar 2008 |
|
 |
|
Bruno Wanderley
Registado: 16 Nov 2006 Mensagens: 2048 Localização: Backdoor
|
 Re: Reformas na educação pública
Ainda a proposito : http://www.jornaldenegocios.pt/default. ... tId=313686
Leonel Moura
Boa oposição
leonel.moura@mail.telepac.pt
--------------------------------------------------------------------------------
" Toda a gente parece estar de acordo: é preciso pacificar o conflito aberto na Educação, pois nenhuma reforma no ensino é possível contra os professores. Ora, olhando para a realidade das últimas décadas, é fácil perceber que esta ideia não faz qualquer sentido. Todas as reformas na educação foram feitas contra os professores e a muito custo.
Trata-se de um sector profissional que tem vivido em contestação permanente desde sempre e onde se segue o princípio do “se há ministro sou contra”. As manifestações, as exigências de demissão, a resistência permanente à mínima alteração têm sido a regra e o dia--a-dia da 5 de Outubro. Daí também os vinte e três ministros que passaram pelo cargo. Todos, sem excepção, odiados e vilipendiados pelos professores e tantas vezes também pelos alunos. Lembram-se da Manuela Ferreira Leite?
Dirão que tal se deve a muita e casuística mudança. Cada ministro vem com as suas ideias frescas e vontade de deixar marca. O clima de instabilidade seria, portanto, a razão do mau feitio dos professores. É verdade em parte. Mas a origem dessa instabilidade está tanto no muito querer fazer como no nada deixar fazer. O sector vive uma desesperante incapacidade em realizar qualquer reforma de fundo, afogado em tanta contestação irracional e limitado à breve duração dos mandatos. A maioria dos vinte e três ministros não teve tempo para fazer nada de relevante. A rua deitou-os abaixo antes disso.
Chegados aqui põe-se portanto a questão: será a actual mais uma meia reforma por medo das manifestações? Ou, pelo contrário, por uma vez, consegue-se concretizar uma mudança fundamental para a melhoria do nosso sistema de ensino, mesmo, e como sempre, contra os professores? Afinal trata-se de decidir o que deve prevalecer? O interesse do País, da escola pública e o futuro dos nossos jovens ou o apaziguamento temporário de uma classe que vive em estado de convulsão praticamente desde o 25 de Abril?... "
|
| 19 Mar 2008 |
|
 |
|
White Knight
Registado: 14 Jun 2007 Mensagens: 1402
|
 Re: Reformas na educação pública
White Knight Escreveu: A geração que está entrar no mercado, não está preparada para o desafio global, e a que se encontra em formação, duvido que vá a tempo de corrigir a trajectória
É que não vai mesmo a tempo... O problema é tão complexo, as posições estão tão "pré-estabelecidas" na mentalidade (tacanha) da maioria das pessoas, que vai mesmo ser muito difícil.
Este tópico, terá uma relação subliminar com o da revolução. Só mesmo assim lá iremos. Creio.
(e já agora quem será a pessoa minimamente capaz, que esteja para aturar isto ??)
Gosto deste tópico porque penso muito sobre este assunto, tenhos putos e obviamente quero o melhor para eles.
E o melhor passa por estarem devidamente preparados para o "mundo global" ai pelos 22/24 anos. Como se chega lá ?
Eu valorizo 3 factores: a qualidade de ensino, a educação e "pica de ganhar".
A qualidade de ensino pode ser comprada (para quem tiver essa possibilidade), mas não devia ter que ser comprada. Pagamos impostos, investimos imenso na educação, temos professores bem pagos... Mas face ao que se discutiu em cima, quem puder que pague em duplicado e fica com menos um problema, talvez o mais fácil de resolver...
Em contrapartida a educação, na verdadeira ascensão da palavra não pode ser comprada (então se for ensino público nem falo...).
Cabe aos Pais, aos avós, enfim a quem rodeia os putos, educá-los e transmitir-lhe valores. É difícil e trabalhoso, é certo. ( e a merda são os morangos, e os colegas de 7 anos com telefones de 500 € e tal e coisa), mas lá se vai levando a coisa a bom porto (espero).
Mas há algo de fundamental que nunca ninguém fala, e será para mim talvez o factor pelo qual não saímos do lodo. Como se transmite aos putos um espírito vencedor ? Em que eles acreditem que não há limites, e que através do trabalho podem atingir tudo ?
Obviamente que a maioria não chegará lá, mas os 5 ou 10% bem sucedidos serão o motor da criação de emprego e da economia. E servirão de exemplo para uma geração melhor.
Espanha é o que é porque o povo tem este espírito. Inditex, Imaginarium, Santander, .....
Transmitir este espírito caberá aos pais (e não é fácil), mas o estado podia dar uma ajuda. Os EUA adoptaram um modelo que funciona bem e é barato: desporto. Mas não é só por os putos a correr à volta da escola. Nada disso, é organizar competições, criar brio, transmitir a noção de sacrifício....
E já agora, a TVI podia dar alguma cobertura a algumas provas, em vez de em prime-time entrevistar a vizinha do 3drt-traz, por causa da bilha de gáz que explodiu no prédio em frente....
Enfim.... Não há paciência...
Desculpem lá, tenho andado fugido e postado pouco, mas o meu amigo Hang anda meio pálido (para não dizer branco cadavérico)....
WK
|
| 20 Mar 2008 |
|
 |
|
White Knight
Registado: 14 Jun 2007 Mensagens: 1402
|
 Re: Reformas na educação pública
nem sei o que dizer....
http://www.publico.clix.pt/videos/?v=20080320191746&z=1
É o falhanço total dos pais como educadores e do estado pela mais-que-garantida inacção...
Nestes casos, estou totalmente dol lado dos professores. É difícil exigir resultados sem ordem.
Os pais que educam os filhos desta forma devem ser penalizados, na minha opinião criminalmente.
E estes miúdos(a) tem que ser fortemente penalizados...
É preciso não esquecer que estavam 30 miúdos naquela sala.... que imagem se lhes passa (aos 29) se não existirem consequências ??
|
| 21 Mar 2008 |
|
 |
|
foulaam
Registado: 28 Nov 2006 Mensagens: 1959
|
 Re: Reformas na educação pública
White Knight Escreveu: A qualidade de ensino pode ser comprada (para quem tiver essa possibilidade), mas não devia ter que ser comprada. Pagamos impostos, investimos imenso na educação, temos professores bem pagos... Mas face ao que se discutiu em cima, quem puder que pague em duplicado e fica com menos um problema, talvez o mais fácil de resolver... Investimos mas só €€€. O erro trágico deste ME (e dos outros todos anteriores) foi ter entregue a formação dos profs à máfia do "eduquês" e das "pegagogias" da treta e ter criado sucessivas levas de profs cientificamente medíocres mas muito, muito, muito compreensivos, pedagogos e amiguinhos. Agora querem "avaliá-los". Se a avaliação for a sério (claro que nunca irá ser) vão descobrir que de facto a maioria é muito má. Só que quem estará a ser avaliado não serão os profs mas 30 anos de política de formação de profs. E não há-de tardar muito que mesmo os privados tenham de ir recrutar profs ao mercado estrangeiro. Se os quiserem minimamente competentes. White Knight Escreveu: Mas há algo de fundamental que nunca ninguém fala, e será para mim talvez o factor pelo qual não saímos do lodo. Como se transmite aos putos um espírito vencedor ? Em que eles acreditem que não há limites, e que através do trabalho podem atingir tudo ?
Quando lhes puderes mostrar que há de facto algo por que valha a pena lutar. Enquanto eles tiverem a noção de que no fim do curso o mais provável é irem conduzir um taxi, trabalhar num call-center ou na caixa de um hiper do tio Belmiro, vai continuar a cultura magrebina do-mais-esperto-é-quem-se-safa-seja-lá-como-for.
|
| 21 Mar 2008 |
|
 |
|
foulaam
Registado: 28 Nov 2006 Mensagens: 1959
|
 Re: Reformas na educação pública
foulaam Escreveu: O erro trágico deste ME (e dos outros todos anteriores) foi ter entregue a formação dos profs à máfia do "eduquês" e das "pegagogias" da treta e ter criado sucessivas levas de profs cientificamente medíocres mas muito, muito, muito compreensivos, pedagogos e amiguinhos. Claro que o resultado é este: White Knight Escreveu: http://www.publico.clix.pt/videos/?v=20080320191746&z=1
E como os pais ou não "existem" ou também beberam do veneno da "pedagogia" dificilmente poderia ser doutra maneira.
|
| 21 Mar 2008 |
|
 |
|
Quem está ligado: |
Utilizadores a ver este Fórum: Nenhum utilizador registado e 86 visitantes |
|
Criar Tópicos: Proibído Responder Tópicos: Proibído Editar Mensagens: Proibído Apagar Mensagens: Proibído Enviar anexos: Proibído
|
|