Ah ah ah!
Realmente é contraditório quando todos nós falamos em crise, perda de poder de compra, ausência de poupanças, falar também do que vai acontecer ao nosso dinheiro no banco.
Cá para mim o meu está (muito bem!) coberto pelo fundo dos 100000€ por conta.
Ah ah ah!

Mas qual fundo?
A verdade é que o Estado está falido e se a coisa der para o torto bem se podem agarrar ao papel do Diário da República onde reza essa garantia...
Fiem-se na virgem e não corram!

Ah ah ah!
Eu queria era ter os 100000, pelo menos sentia-me mais confortável, agora do fundo...

Ontem ligou-me a minha gestora bancaria para pedir se não fazia uma poupança

Perguntei-lhe quanto pagavam.... era 4 ou 5...

E eu perguntei-lhe se não podia investir na divida portuguesa que pagam 8


E ela respondeu-me no gozo que eu não tinha perfil de investidor em produtos de risco

Euro/Crise: Bancos irlandeses vão precisar de mais 24 mil milhões de euros

Dublin, 31 mar (Lusa) -- O plano de salvamento dos bancos irlandesas necessita de mais 24 mil milhões de euros, anunciou hoje o Banco Central do país, que publicou os testes de esforço a quatro das maiores instituições financeiras irlandesas."Coletivamente, os quatro bancos terão de ir buscar 24 mil milhões de euros de capital", disse em comunicado o banco central. As entidades submetidas aos testes de esforço são a Irish Life & Permanent, a Educational Building Society, o Bank Of Ireland, e a Allied Irish Banks, estas duas nacionalizadas, junto com os bancos Anglo Irish e Irish Nationwide.

in Expresso

Com o mal dos outros...

Infelizmente não é bem o mal dos outros porque eles pertencem à zona Euro e como já estão a ser intervencionados esse graveto vai ter de aparecer de algum lado que não é do interior da Irlanda.

Terão de ser os restantes países da zona Euro (menos a Grécia) a fazer mais esse empréstimo (ou pelo menos parte dele).

Mas relativamente às poupanças dos particulares tugas a minha preocupação nem é com as dívidas soberanas da Grécia, Irlanda e Portugal. O problema será se a Espanha, Itália ou Bélgica também tiverem de pedir ajuda ou se em 2013 na Alemanha as eleições legislativas forem ganhas por um partido que queira sair do Euro.
Qualquer um destes dois riscos é que poderão ser catastróficos se se materializarem.

Valha-nos o bom humor

P.S. - E o Paulo Futre

Não tenho poupanças em lado nenhum,nem mesmo no colchão.

Como ambicioso assumido,sempre apostei no investimento em produtos de risco,com expectavivas de maiores ganhos.No entanto,o produto escolhido,cuja sigla GPs todos conhecem por aqui, até agora teve como retorno zero. Mas como também sou teimoso,continuei a insistir,até me tornar num investidor compulsivo nesse produto, até porque nos dias em que invisto,o prazer é sublime.

Embora este Forum seja mais especializado em GPs, já verifiquei que existem alguns Confrades especialistas em Massa, por isso gostaria de colocar uma dúvida :
Fala-se muito nas taxas de juro do mercado secundário relativamente ás dividas dos Estados, sempre muito mais altas que as taxas efectivamente contratadas quando dos leilões das dividas.
É aqui que eu fico sem perceber - vamos num suponhamos :
Portugal vende 1 milhão á taxa de 5% no leilão aos investidores habituais. Depois estes investidores vão vender esta divida no mercado secundario a um juro de 10% ?
Porra não consigo perceber quem é que paga a diferença..

Os principais bancos estão em grande e vão continuar a estar. Desde logo, as pessoas depois dos escândalos do BPP e do BPN, começaram a canalizar o dinheiro para os maiores bancos (Millennium BCP, santander, Espirito Santo, entre outros), evitam investir o dinheiro em correctoras e afins, com planos de investimento de risco na bolsa. Por outro lado, há ainda a taxa de juros dos Certificados de Aforro que baixaram, o que levou a mais uma transferência de dinheiros para contas poupança nos referidos bancos. Basta ver, que os lucros dos principais bancos continuam a aumentar.

Eu tenho contas no Millenium e no Santander e confio que o meu "pé de meia" está protegido em ambos os bancos. Quando não estiver, significa isso, que vamos estar, numa situação de caos total.

Imaginemos que comprámos 1 milhão de dívida a 3%, quando a probabilidade de default é de 5%. Passado uns tempos, a possibilidade de incumprimento passou para 20%. Aí ficamos preocupados e vamos vendê-lo no mercado secundário, mas só nos dão 500.000 por ele. O comprador paga isso, mas continua a receber os juros contratados e no fim receberá o capital na totalidade; logo obtém uma taxa de 10%. (Isto é um exemplo tosco, com números ao acaso; que me desculpem os especialistas).

Claro que o nosso comprador faz uma óptima operação se receber e enfia um barrete se isso não vier a acontecer. Claro que isso não nos interessa: nós comprámos por um valor e vendemos por muito menos. Lixámo-nos. Uns ganham, outros perdem, mas no fim o resultado dá zero. É como no King.

O mercado de dívida tem certas parecenças com o mercado acionista.
O mercado primário é quando o emitente vende dívida (por exemplo quando o Estado Português, através do IGCP, vende dívida através dos leilões que hoje em dia, infelizmente, ouvimos falar).
Para fixar ideias vamos pensar que o IGCP realizou hoje um leilão de mil milhões de euros de Obrigações do Tesouro com a maturidade de 5 anos e que o juro de fecho do leilão foi de 5%/ano (era bom era!). Essa Obrigações têm, suponhamos, o nome "OT 5 anos Abril 2016".
Quem comprou essas Obrigações pode, durante o período de maturidade (5 anos), ter vontade de as vender. Ora estas "segundas" vendas feitas por quem comprou as Obrigações mas não as emitiu, são feitas no chamado mercado secundário a quem estiver interessado em comprar pelo preço que o vendedor está disposto a vender (parecido com as acções, mas algo mais nebuloso porque não há propriamente um "bid" e um "ask" conhecido por todos a todo o momento...).
Supondo que as "OT 5 anos Abril 2016" foram emitidas com o valor de 1 euro cada, podem no mercado secundário ser negociadas acima ou abaixo desse valor. Se forem negociadas abaixo quer dizer que o comprador exige uma "yield" (taxa de juro efectiva) superior à taxa de juro de emissão para ficar com elas devido ao risco percepcionado de não pagamento dos juros/capital por parte do emitente (Estado Português) durante a maturidade.
Bom, isto na prática é mais simples que na teoria...
E tal como nas acções ninguém paga a diferença.

A única poupança possível hoje em dia é investir numa boa casa de GPs. Mas os custos paralelos são astronómicos!