A notícia de última hora é a de que a Grécia pretende sair do Euro, face à agitação social, resultante da aplicação da troika.
-Conseguirá a Grécia sobreviver, enquanto país independente, se sair do Euro?
-Será que, com a sua saída, o conceito Euro fica em risco de sobrevivência?
-Como poderá Portugal sobreviver sem o Euro?

Perguntas para as quais eu não tenho resposta, mas que, alguns de vós, têm.

Litlehouse

É mau...

A Economia ou melhor o modelo mecânico de economia em que o mundo capitalista é matemática pura.

(*Na verdade de economia pode sugerir economizar e modelo de capitalismo assenta é no consumo e não poupança )


Ora bem, do meu ponto de vista o problema de sair do € é a inflação da moeda...


Os gregos re-establecem de novo o Dracma como moeda e vão precisar de colocar uma quantidade dinheiro bastante grande em circulação e continuar a emitir moeda para poder pagar as suas dividas.


Ao emitir a moeda nova vão desvalorizar fortemente o Dracma em relação ao €, USD, etc

Como a divida grega publica e do estado é em USD ou € cada vez que houver uma desvalorização os gregos vão aumentar a sua divida. Bens essenciais, importacoes e energia que sao importados são pagos em USD pelo que o preco destes vai disparar.


Um dos outros grandes perigos penso ser a adopção de uma moeda paralela ao Dracma, gerando-se assim uma espécie de mercado negro onde os bens transaccionados, o são feitos em hard-currency


A desvalorizacao da moeda é uma excelente artificio para ultrapassar crises como a que vivemos, e tornar competitiva as exportacoes, facilitando assim a captacao de divisas... que o digam os ingleses que desvalorizaram a £ em quase 30% nos ultimos anos

No nosso caso específico, tendo nós grandes reservas de ouro, isso poderia salvaguardar-nos de alguma forma? Ou seguiríamos o mesmo caminho que traçaste para a Grécia?

Acho que a saída da Grécia do euro seria mesmo muito mau para eles, mas a zona euro tambem iria sofrer um pouco.
No entanto penso que isto se trata duma tipica manobra politica por parte dos gregos para tentar aliviar as medidas impostas pelo FMI/BCE.
Depois de verem Portugal negociar melhores condições é natural que queiram renegociar as deles.
Tal como os finlandeses vão ameaçar não aprovar o apoio a Portugal até conseguirem satisfazer algumas exigencias que têm junto da EU.

Nao entendem que eles estao claramente a fazer bluf? Foderam-nos o Euro, e agora que foder novamente. put* q pariu os gregos, sao piores que alguns que conhecemos ca

Reservas de ouro?! Quanto é que valem?

A saída do euro só provoca que o País terá de ter moeda própria transacionável.
No caso grego, ninguém irá aceitar a dracma e é só por isso que a falência deles seria imediata no circuito financeiro mundial.
Teriam de não pagar a dévida, escaloná-la, renegociá-la e talvez emergissem daqui a uns anitos.

No caso português passar-se-ia o mesmo.
Escudo hoje? Ninguém o queria.
Viveríamos do que há cá dentro e que é pouco para os mais de 10 milhões. As reservas de ouro de nada servem. Até porque existem acordos aceites mundialmente para a sua comercialização no mercado internacional.
Teríamos de não pagar as dívidas, de sair do circuito financeiro internacional e de nos dedicarmos todos a produzir o suficiente para sobrevivermos. Teríamos de alimentar, produzindo, para satisfazera s nossas necessidades.
É um caminho, que para mim não me serve, mas que as gerações futuras talvez pudessem dele beneficiar.

Melhor isso, que pagar a ladrões. Porque, na minha opinião, fomos roubados e continuamos a sê-lo.

Segundo as últimas avaliações valem 12.000 milhões. A CE não permite a sua venda, segundo julgo saber, permitindo apenas utilizar a sua valorização, isto é, com o ouro em alta o seu valor cresceu "n" milhões e este valor pode ser utilizado.
A mim, o que me preocupa não é tanto o caso da "ameaça" da Grécia, preocupa-me é o desmoronamento da própria CE, porque, aparentemente, nesta altura há quase mais coisas a dividi-los do que a uni-los e isso, se isso viesse a acontecer quem se lixaria seria o mexilhão.

Essas reservas de ouro, que muita gente diz, foi um dos grandes méritos do Salazar, podem ou não ser utilizadas ?

Acho que ha ai uma confusao com a historia do ouro...

o que acontece é que devemos um pais que tem uma das maiores % das nossas reservas (14º) em ouro mas apenas temos 380 toneladas

(http://en.wikipedia.org/wiki/Gold_reserve)


O motivo que não nos deixam vender penso estar relacionado com garantias sobre a nossa divida




Ja agora um facto interessante: penso que nos últimos anos o pais no mundo que mais ouro tem vendido foi Espanha, vendeu cerca de 50% das reservas

Poder provavelmente podem, mas existem valores "de referencia" para as reservas de um banco central... se nao estiverem em ouro terao de estar noutra forma de valor (USD, €, £, Ouro, produtos financeiros, etc etc etc)


Estas reservas funcionam como suporte ao valor da moeda mas tambem como o teu patrimonio quando pedes um emprestimo ao banco... senao os tiveres não tens credibilidade financeira.

Há muitas inverdades, que se tornam verdades absolutas. Eu habituei-me a ouvir da boca dos mais velhos, mesmo aqueles, que não eram salazaristas, que os dois grandes méritos do Salazar, eram as reservas de ouro e ter livrado Portugal da 2ª guerra mundial.

outro merito teria sido a reducao da divida externa

Com a desvalorização da moeda, como aconteceu em 2001-2003 na Argentina,os emprestimos das pessoas, que por exemplo seria de 50 000 dolares, passou para 200 000 pesos, mas os ordenados continuamvam os mesmos, ou seja, de 1000 dolares= 1000 pesos.
O dinherio que esta depositado no banco tb não é 54vexes como as dividas, no maximo 1,4.

Ou seja o aumento da pobreza da população é acelerada. mas por outro lado aumentas as exportações pois o valor da moeda é baixo. A China continua com a moeda baixa, para motivar as exportações.E o aumento de entrada de turistas, pois o País torna-se atrativo, os turistas pensam que é tudo barato!!!!

Esta é a minha opinião

Existe de facto um acordo entre bancos centrais que limita a transação de ouro, se não estou em erro, em 400 toneladas anuais. Por isso, quem pretende vender tem de manifestar essa intenção e de se sujeitar a uma espécie de distribuição entre os vendedores. E isto porque a entrada em grandes quantidades de ouro, possível de ser realizada por países como a Rússia e mesmo a África do Sul, entre outros, faria diminiur o seu valor no mercado e criar alguma instabilidade numa das referências usadas para avaliar riqueza.
Desde Nixon que o ouro já não é utilizado como garante da moeda. Os mercados hoje estimam a capacidade de endividamento dos estados por outros parâmetros. Que têm muito a ver com produção, exportação, consumo interno, rendimento, dívida privada, dívida pública e crescimento, entre outros.
A questão salazarenta sobre o ouro esconde a realidade de que o nosso País gastava cerca de 60% do que pobremente produzia na guerra colonial. E esse facto por si só, aliado à poupança em ouro em vez de investimentos produtivos, reduziu o nosso País a um nível de desenvolvimento muito inferior aos países europeus. Basta ver que em 1974 tínhamos a mais baixa escolaridade, uma alta % de mortalidade infantil, uma baixa perspectiva de vida, rendimentos baixos per capita, segurança social deficiente... No entanto, existiam em contrapartida grandes fortunas europeias também elas não condizentes com o tamanho e a realidade económica do País.
A entrada na UE foi-nos vendida como meio de superar essas muitas deficiências. E algumas até o foram. Mas havia e há um preço a pagar. E esse tem tido a sua expressão nas diversas intervenções externas. Que deixam sempre um desequílibrio maior em favor de quem tem menos. A longo termo, um dia nada haverá que os que têm menos possam disponibilizar, para pagar este processo de endividamente para pagar dívidas ad perpetuam.
A UE não funciona como instituição solidária entre os diversos países mas sim como garante da colocação da produção dos países ricos nos mais pobres possibilitando assim o crescimento dos primeiros. Daí a existência de quotas em vários sectores como, por exemplo, o leite. Não se compreendendo porque um país não pode produzir o leite que consome. E também quotas para exportação de certos produtos e matérias.
Isto já vai longo, mas mesmo estando para lá da metade do resto da minha vida, se me aguentar, creio que ainda assistirei a grandes convulsões na Europa incluindo em Portugal.

Pois parece, segundo um gráfico apresentado pelo Medina Carreira mas ocultado pela maioria da imprensa, Portugal nos ultimos 200 anos sempre gastou mais do que o produziu.
Apenas no periodo de 1940 a 1970 esse ciclo se inverteu.
Aliás é curioso ver tambem o grafico publicado pelo Expresso que compara o crescimento da nossa divida nos ultimos 20 anos com as privatizações. Podemos verificar que nos 10 anos do Cavaco a divida subiu pouco ( mas continuou a subir ) mas foi á custa da venda de Empresas públicas que tinham sido roubadas aos donos a sguir ao 25A.

Sobre o nosso ouro, de facto tinhamos até ao 25A muitas toneladas que tinham vindo da Africa do Sul em troca de trabalhadores moçambicanos que iam trabalhar para as minas. O meu pai esteve envolvido no transporte desse ouro pelo que conheço a história desde criança.
A maior parte desse ouro foi vendido a seguir ao 25A para pagar dividas, mas mesmo assim a divida subiu sempre excepto nos periodos em que tivemos cá o FMI.