Fiquei emocionado com o programa de governo. O impeto reformista é de tal ordem, que nem sei o que dizer. Vejamos um piqueno exemplo: brutal aquilo que se propôem fazer o governo em relação aos funcionarios publicos, considero mesmo que é o maior ataque que lhes é feito desde o 25 de Abril. Então não é que para reduzir os custos na Administração Pública, o governo pretende proceder a rescisões por mútuo acordo. Já estou a ver as filas de FP´s a rescindir o seu vinculo...paletes deles. São sempre os mesmos a pagar a crise...http://economia.publico.pt/Noticia/gove ... ca_1500593
Em relação aos outros, ou seja, a rapaziada dos carros de serviço, telemoveis e plafond pra ir ás meninas, nada, nickles, rien...tirando uma ligeira alteração, que é a flexibilização do período experimental no recrutamento inicial e a introdução de simplificações no despedimento. http://economico.sapo.pt/noticias/feria ... 21554.html

Não sei qual vai ser o impacto da rescisão por mútuo acordo, porquanto, uma amiga minha, quando lhe falei nisso, ela disse-me que com as regras do contracto normal de trabalho já era difícil, muito menos se fosse com as novas regras. Este ponto, não foi ainda comentado.

http://blasfemias.net/2011/06/28/uma-tragedia-grega/

A rescisão por mútuo acordo não vai acontecer. A estrutura da administração pública é tão estranha que quem quiser fazer alterações tem que ter muita paciência, paciência de chinês, e começar a mexer devagarinho e com calma. Quem for com muita pressa acaba por desistir. Convém fazer pouco barulho ou idealmente não fazer barulho nenhum.

As rescisões por mútuo acordo funcionariam bem, se fossem praticáveis. Há um mês aposentou-se uma pessoa da minha família, para se dedicar a outras funções e sofreu um corte de 60% na pensão de reforma. Mesmo assim veio embora, e toda contente.

De qualquer forma, o número de efectivos tem vindo a diminuir significativamente - e vai diminuir mais rapidamente nos próximos tempos, pois atingem o momento da passagem à reforma muitos milhares de funcionários por ano vai deixar de haver admissões descontroladas no ensino e na saúde, sectores que até há pouco não estavam contigentados, e o peso dos salários na despesa pública e em percentagem do PIB vai continuar a baixar.

Gosto da simplicidade com que o meu caro Jolinho aborda o assunto... deixemos portanto correr o tempo e com ele os funcionarios acabarão por se reformar. Parece-me bem, no entanto, contudo, porem, todavia, existe um pequeno problema nesse raciocinio, que tem a ver precisamente com a reforma. Deixam de receber um salario e passam a receber uma reforma. O encargo para o estado pouco baixa e tendo em conta que os funcionarios publicos se podem reformar sem penalização 2/3 anos antes dos restantes trabalhadores e ainda o facto de as reformas serem de uma maneira geral baixissimas, faz com que esteja a substituir basicamente uma despesa por outra. Mas para efeitos estatisticos, faz diferença...lá isso faz. Tira-os do quadro da função publica e integra-os no "quadro" da caixa geral de aposentações. E queria dizer-lhe que ao contrario da propaganda do MONSTRO, o nº de funcionarios publicos não tem vindo a diminuir. Anda por aqui algures um link em que é explicada a engenharia que foi feita ao longo dos ultimos anos, para atirar areia para os olhos do zé povinho. Se quiser posso relembrar-lhe...

Meu Caro

Ninguém sabe quantos são os funcionários públicos, porque o Estado, como em tudo o resto, não tem sistemas de informação e faz uns levantamentos de vez em quando, levantamentos esses que são mais ou menos válidos para o momento em que foram feitos e deixam de o ser no momento seguinte. Mas uma coisa é verdade: a despesa com salários tem vindo a diminuir de forma sustentada, quando expressa em percentagem do PIB, como o PIB anda anémico, a despesa tem que estar a diminuir.

Quando eu digo que os funcionários acabam por se reformar, é uma forma de dizer que o problema se vai resolvendo - e a única forma que o Estado tem de o resolver, pois não tem dinheiro para pagar as indemnizações - ou melhor, não tem a folga orçamental para o fazer, o que vai na prática dar mais ou menos ao mesmo.

Tenho lido as opiniões dos confrades com agrado,algumas concordo outras não,embora aqui todas as abortadagens dos assuntos devido ás circunstâncias.

Este Sr.PPC ainda não fez nada,o Governo ainda não fez nada,os ministros e secretários de estado ainda não fizeram nada.E já toda gente começo a dizer mal do que ainda nem foi feito,já se vê todas as classes e grupos de interesse a se mexerem para que nada se faça. Caso dos Governadores Civis,já há meio pais contra e outra a favor,os que estão contra é os que perdem tachos.

Ns minha humilde opinião que estou ligado á area de gestão e económica.Portugal têm um problema estrutural que só se resolve com a "morte" dos funcionários publicos e seus conjugues, com todo o respeito.



Como é obvio a despesas do estado vai subir cada vez mais,além de deixarem de trabalhar! Vão aumentar o peso das reformas.

O problema Português é que no 25 de Abril de 1974,absorvei todos funcionários Publicas das Ex Colónias.Na anos 80 e 90 o Estado admitiu e reformou funcionários em excesso,estamos e vamos pagar por muitos e bons anos.

Os cerca 2 Milhões de Portugueses do sector privado que trabalham,não vão conseguir sustentar os outros 8 Milhoes restantes !!!!!

O problema de uma económia não está em quanto se ganha,mas que valor económico esse pessoa acrescenta ao todo económico.
Se o pais fosse uma empresa e fazendo uma analise dos CashFlow futuros e com esta taxa de risco,se me sai-se no exame de Análise Financeiro, sinceramente acho que não temos saída como já referi algumas vezes.

Remédio:Única e solução final reduzir drastiscamente o peso das pensões públicas e privadas
Contras Indicações:Redução excessiva do procura interna, recessão económica.

Todos os remédios vão matar o doente....................

O problema destas medidas é que quase tudo tem impacto do lado da receita e do lado da despesa. Passar pessoas do activo para a aposentação não seria problemático se o sistema de pensões estivesse bem pensado e devidamente robusto. Eu faço descontos há mais de trinta anos, mas esse dinheiro não existe. É este o problema do sistema - e não é pequeno problema.

Depois há outra coisa: o Estado faz rescisões amigáveis com os funcionários públicos e eles no dia seguinte estão cá fora a concorrer com os trabalhadores do privado e com os seus filhos - nem duvidem.

É por estas e por outras que eu digo que o ideal é os funcionários públicos irem saindo ao longo de vários anos, para que os side effects sejam menores - e o efeito de esvaziamento consegue-se não deixando entrar novos. Os novos terão que emigrar.

As novas medidas

Eu até entendo todas as medidas anunciadas para aumentar as receitas.
Mas cadê as medidas para diminuir as despesas ? Afinal há mais de ano que andou a criticar os PEC's e similares dizendo que o Socrates só aumentva os impostos e não fazia nada para diminuir as despesas. Agora temos um programa de governo e aonde é que estão as medidas para diminuir a despesa ? Pinóquio versão II !

Bem, os gajos já anunciaram medidas para reduzir despesa: extinção de governos civis, paragem do TGV. Já é alguma coisa.

As medidas para reduzir a despesa foram a olhómetro. Não vou gozar, vou explicar como se faz:
- Quanto gasta em toner da impressora cada ministério?
- Quanto gastou em combustível cada ministério?
- Quanto pagou em horas extraordinárias aos motoristas?
- Fotocópias a cores só com autorização do chefe de departamento.
- etc... etc... etc...

Como é que vocês pensam que se cortam despesas numa grande empresa? Vocês sabem quanto se pode poupar se passar a cobrar 10 cêntimos por café? 25.000 Euros num ano.
Depois aplica 10% de redução de custos para cada rubrica e informa os ministérios. Está aplicado.

Eu conheço bem estes processos de redução de despesa: os cortes são cegos, infelizmente. X% de redução, agora amanhem-se. E perto do fim do ano lá vem uma cativação de Y%. Os governantes só trabalham com números redondos.

Claro Jolinho. Mas vocês não considerem que estou a brincar.
Façam uma conta simples. Se querem poupar mil milhões, dividem por 12 meses e fica 800 mil por mês, agora dividam por 11 ministérios e 35 secretarias de estado e alguns departamentos de maiores dimensões.
Acabam por ser "trocos".

Divida por 35 secretarias de estado e dá 2,4 milhões por mês a cada uma. Nuns casos é fácil, noutros nem tanto.