Conta-se que em Abril de 1974 na esplanada da Praça do Giraldo, em Évora, dois latifundiários já entradotes negociantes de gado comentavam os recentes acontecimentos em Portugal. Dizia um que estavam bem fodidos que os comunas iam ocupar as terras e que eles tinham de organizar as suas
gentes para o não permitir. O outro respondeu que se fodessem que setenta anos de boa vida ninguém lhos tiraria.
As máquinas de guerra tão poderosas como as que aqui são mostradas (as dos submarinos andam sempre debaixo de água) poderão destruir muito e, sobretudo, quem as produz. Mas creio que o Homem resistirá. Houve em tempos uma comissão que estudou um cenário de guerra total no hemisfério norte, incluindo os planos do Pentágono para bombardear a URSS, arrasando-a.
Concluiram que certamente haveria uma enorme destruição com efeitos a longo prazo mas que talvez não conseguisse destruir a espécie humana.
Carl Sagan subscreveu esta tese.
De certa forma é o que me anima quando reflicto em certos aspectos da humanidade.
A sobrevivência da vida até que ela própria vá eliminando as espécies de que não necessita para sobreviver.
Nós, humanos, somos só uma pequena engrenagem no mundo vivo.
Deixaremos, tais como milhões de espécies já deixaram, de existir no momento estabelecido pelas leis naturais e não pelas que vamos fabricando para em nome da defesa atacarmo-nos uns aos outros.
Estaremos condenados a sermos os mentores da aceleração de tal processo de destruição?
E que restará dos bens materiais dos quais tanto gostamos e pelos quais lutamos?
