CASOS DE POLÍCIA
Caso "estripador" prescreve
ilustração: neno


Valdemar Pinheiro

Dois dos cinco homicídios de prostitutas do tristemente célebre Estripador de Lisboa prescrevem este ano sem que a Polícia Judiciária (PJ) tivesse conseguido deslindar aquele que foi, nos últimos 15 anos, o mais mediático dos processos da investigação criminal em Portugal.

À beira da prescrição estão as mortes, a 31 de Julho de 1992, da primeira vítima -, Cristina (Tina), de 22 anos, cujo cadáver foi encontrado num barracão junto ao Pingo Doce da Póvoa de Santo Adrião - e da segunda, Ângela, também de 22 anos, descoberta a 22 de Novembro do mesmo ano junto a uma lixeira, na Trafaria. Os processos das outras três vão prescrever, nos primeiros três meses do próximo ano.

As últimas notícias sobre os 14 volumes que constituem os processos 13659/*.1; 3236/*.5 e 1/*.3, remontam a 2002 quando foram reanalisados por um magistrado do DIAP (Departamento de Investigação e Acção Penal). Desde então que o megaprocesso do Estripador de Lisboa ficou parado, sem qualquer evolução.

Mas, porque é que o estripador foi, até hoje, o maior logro da PJ portuguesa? João de Sousa, um dos mais experientes investigadores na área dos homicídios, que liderou as primeiras investigações, disse, ao JN, que "não há crime perfeito" e o estripador nunca foi descoberto porque "faltou a recolha da prova".

Tirava-lhes o fígado

"O estripador foi ou ainda é, no caso de estar vivo, um indivíduo inteligente, frio e calculista", lembrou aquele antigo coordenador da PJ, reformado há 6 anos, e que, por que ainda hoje ignora, foi afastado do inquérito pela então Direcção da Judiciária que criou uma superbrigada para investigar o caso. "Não sei até que ponto teria mais ou menos sucesso do que os outros. O que sei é que durante muito tempo todos os meus homens trabalharam estoicamente nas investigações, noites e dias a fio", diz, com mágoa de não ter conseguido apanhar o misterioso personagem.

Barra da Costa, conhecido criminalista e antigo inspector-chefe da PJ também não tem dúvidas [ver caixa] "Os novos "supervisores" da investigação criminal conseguiram, com este "distanciamento", impedir a análise, a correlação e a formulação de novas hipóteses de trabalho que teriam possibilitado outra recolha de prova e a descoberta do autor".

Por seu turno, José Sombreiro, o médico-legista com mais de 40 mil autópsias efectuadas em 36 anos de serviço, aposentado há oito, ficou "impressionado com o que viu" nos exames que fez a três das vítimas. "Ele [o estripador] estrangulou-as, penso que com as próprias mãos e depois fez-lhes uma mini-autópsia. Todos os corpos apresentavam um corte na região abdominal, a partir do qual foi extraído parte do fígado". Uma arma branca, talvez uma navalha, foi o instrumento "cirúrgico" utilizado pelo assassino, que "nunca terá mantido relações sexuais com as vítimas".

Perfil das vítimas

As vítimas do "Estripador de Lisboa" tinham traços comuns. Eram prostitutas, frequentadoras das mesmas áreas em Lisboa (Técnico, Defensores de Chaves, 5 de Outubro e Descobertas), franzinas, morenas e toxicodependentes. Cristina, de 22 anos, foi a primeira vítima, morta a 31 de Julho de *. Ângela, a segunda, também de 22 anos, frequentadora do Técnico, apareceu junto a uma lixeira. Fernanda, 24 anos, foi a terceira e a única que deixou dois filhos órfãos, uma menina de seis anos e um bebé que dera à luz poucas semanas antes, foi encontrada a 27 de Janeiro de * num barracão em Entrecampos. Na Margem Sul encontraram numa mata, a 24 de Fevereiro, o cadáver de Ana Cristina, de 24 anos. A última vítima foi Maria João, 27 anos, que vivia com cinco gatos em Santo António dos Cavaleiros.

"Incompetência estratégica"

Para o criminalista, docente universitário e antigo inspector-chefe da PJ, Barra da Costa, "a Judiciária tem muitos êxitos", mas no caso do Estripador de Lisboa "a única razão que pode justificar a retirada da investigação à equipa de João de Sousa só pode ser uma incompetência estratégica por parte dos comissários políticos que, então, dirigiam a PJ, que, a partir de certa altura pretenderam chamar a si a condução das diligências". "A verdade", prossegue, "é que esses "páraquedistas", sem qualificações para a investigação criminal, nada mais conseguiram do que empatar os trabalhos". "O que os novos "supervisores" da investigação criminal conseguiram com este "distanciamento" foi impedir a análise, a correlação e a formulação de novas hipóteses de trabalho que teriam possibilitado outra recolha de prova e a descoberta do autor, Logo, o êxito da PJ".


Morta com 5 facadas

Nos últimos quatro anos, em Lisboa, três prostitutas foram assassinadas. Dois casos foram deslindados, mas o outro está parecido com o do "Estripador", por não ter sido encontrado o homicida. É o caso de uma mulher, de 50 anos, que fazia da prostituição o seu modo de vida na Estrada do Guincho, em Cascais, morta com cinco facadas.



"Polícias" de Moita Flores

As especulações em torno das motivações para os crimes do Estripador de Lisboa têm sido várias. Uma delas era que o misterioso personagem fora infectado com o vírus da SIDA e decidira, por vingança, matar prostitutas. A tese deu o mote para a série de ficção portuguesa "Polícias", escrita porMoita Flores, ex-agente da PJ.



"Fantasma" inteligente

O Estripador de Lisboa - uma espécie de fantasma, que depois de atrair as suas cinco vítimas, esgueirava-se na noite à mesma velocidade com que as matava - conseguiu duas vitórias sobre a PJ nunca ser descoberto e confundir os investigadores ao levar, a partir de certa altura, a Polícia a separar os processos das mulheres mortas em Lisboa das duas outras duas. "Uma estratégia, que resultou, própria de um serial killer, que prima pela inteligência", admite o antigo coordenador da PJ João de Sousa.



Centenas de pistas

Nos anos seguintes aos homicídio, a PJ seguiu centenas de pistas e investigou mais de duas dezenas de potenciais suspeitos. Teve mesmo a colaboração do FBI, que enviou a Lisboa dois peritos em "serial killers". A par de um "retrato robô", contendo apenas dados muito vagos, a PJ investigou um professor catedrático, um escritor, um funcionário forense, com um estranho gosto por "fígados" e dois técnicos, um de telecomunicações e outro de reparação de electrodomésticos. Em vão.

in http://jn.sapo.pt/2007/06/18/primeiro_p ... creve.html

Tanto quanto eu sei, o "Homicídio Qualificado" não prescreve......

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... decorridos 20 anos após os factos, processo prescreve.
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Parece que foi descoberto...

Por aquilo que vi na mini entrevista a Felicia Cabrita não me pareceu nenhum tipo esperto por ai além,julgo ter sido mais uma questão de sorte que outra coisa mas vamos ver o que nos vai dizer a evolução desta investigação e o perfil do tipo.

Portugueses acharam que Vítor Gaspar tinha sido preso quando souberam da captura do estripador de Lisboa

«Esta detenção vem mesmo em boa altura, pode ser que ainda fiquemos com o subsídio de Natal», comentava Alfredo, funcionário público, quando soube que tinha sido preso o estripador de Lisboa. «Não é esse estripador, é o outro», terá explicado a esposa do Alfredo, que a olhou de alto a baixo como quem se interroga "afinal, quem é que diz nesta casa quem é ou deixa de ser o estripador?!".
No entanto, a esposa de Alfredo tem razão. O estripador que foi capturado não pertence à Troika, actuando, ao que tudo indica, sozinho.
Já esta tarde, o Imprensa Falsa tentou obter uma reacção de Vítor Gaspar, mas o ministro foi peremptório ao dizer «agora não!», numa altura em que estaria agarrado a um contribuinte, a arrancar-lhe os rendimentos. Entretanto, António josé Seguro chegou e gritou «Nããooo! Deixa-lhe pelo menos um rendimento!», mas o ministro não lhe deu ouvidos
in http://www.imprensafalsa.com/

apoto que isso foi so para ver se o figado delas estava a trabalhar bem..
raiu do homem era curioso demais

Segundo as ùltimas notícias de hoje o filho do tal senhor, agora vem desmentir tudo, e agora levantam-se muitas dúvidas, e a entrevista dada à jornalista do jornal Sol, será que ela tmabém foi enganada...

Pois... tudo isto pode ser uma boa encenação, com ordem politica e afins por trás!! Não esquecer que o Pais atravessa uma das mais duras e sérias crises sociais e económicas das últimas décadas... afinal de contas há que desviar a atenção do povo, para também aliviar um bocado o momento, e já agora, faço ideia a quantidade de revistas do género "cor-de-rosa" que todo este caso vai vender nas próximas semanas!!

ouvi dizer que as mulheres da margem sul foram mortas a tiro, por isso a pj inclina-se mais para as mortes não estarem relacionadas. uma mudança de modus operandi do assassino (alvejar vs estripar) é muito incomum, mas não pode ser descartada. parece que na ultima morte o estripador deixou uma pegada de bota. da analise da pegada concluiu-se que era robusto e teria 1,75m de altura. se tal for verdade jose guedes (mais baixo consta) não é o estripador. uma das testemunhas da ultima morte ouviu uma discussão em que a vitima mencionava o nome Luis. Luis Campos, já falecido, foi um dos suspeitos principais dos homicidios. Ironia das ironias escreveu em 1983 um policial chamado - O estripador de lisboa , e a grafica onde foi feito o livro ficava na Povoa de St.Adriao.

Esse escritor foi e ainda continua a ser um dos principais suspeitos (entretanto já faleceu...), não sei se era ou não mais parecido ao perfil entretanto traçado, mas parece que afinal o perfil é pouco credivel... até porque este Guedes nada tem a ver com as carateristicas que foram faladas (robusto, cerca de 1,75... mais de 80kg...). No meio deste mistério todo, quem continua a defender toda a sua tese é a jornalista do Sol, aparece em tudo o que é sitio a manter o discurso convicto que encontrou de facto o verdadeiro estripador, mas acho que se vai saber se é ou não este Guedes o autor dos crimes, nomeadamente os associados ao "estripador"!!