Aqui vai uma historia.

O meu avô foi para a guerra, o meu pai foi para a guerra do Ultramar e eu fui o unico conas da familia que nem teve na tropa.

Cheers!

Estória ou História

A palavra estória surgiu para distinguir a ficção de factos reais (história). Assim, vimos aparecer a estória da Carochinha. Não vejo a necessidade de usar uma outra palavra já que sempre distinguimos a história (factos ficcionais) da História (factos históricos).
In "embomportugues"

Pois bem, basta ter-se passado pela guerra colonial para se ter umas quantas histórias para contar independentemente do teatro de guerra em que se esteve. Como estive em Angola e como estamos num site de putanheiros, lembro-me dumas quantas histórias passadas no famoso B.O. (Bairro Operário) com os mais diversos intervenientes (Fuzileiros, Páras, Comandos, etc). Esse bairro (para aqueles que não passaram por Luanda) tinha GPs às paletes, logo, com tantos militares instalados e muitos mais em trânsito (Grafanil)...histórias não faltam! Quando tiver um bom bocado de tempo e pachorra para escrever, contarei umas coisas...

Como dizes, há coincidências do cacete
O meu interlocutor foi-o ao longo de vários envelopes iguais ao teu

No meu caso foi um bocado ao contrario. Aos 18 anos fui voluntário para umas tropas especiais e ainda passei por Angola.
Por mero acaso estava em Portugal no 25 Abril de 74 e lá andei em Lisboa de G3 e camuflado armado em revolucionário até ao dia 3 de Maio. Aquilo parecia um Woodstock com musica do Zeca Afonso que para um puto de 19 anos foi muito cool como se diz hoje. Claro que tenho muitas estórias e histórias, mas dificilmente não seria identificado se as contasse. Aliás existe um DVD publicado com as nossas aventuras por Angola mas não inclui as GPs do bairro Operário nem da estrada de Catete ou da IIlha.

Guerra, guerra, não tenho histórias - é que desertei para França, depois de ter sido expulso da universidade e incorporado compulsivamente em Mafra. Fiquei uns tempos clandestino em Portugal. Tinha avisado os meus pais que poderia ter visitas chatas. E assim foi. Ainda estava cá quando dois gajos da Pide foram lá a casa - queriam saber de mim, onde estava, o que fazia, ... A minha mãe é que estava e respondeu: "é um malandro, já nem o considero meu filho, se souber alguma coisa aviso-os". Nunca mais lá apareceram.
Passado um mês de estar em França os meus pais foram lá visitar-me.

Ora foda-se.... os meninos pagaram para se safarem de viverem episódios que hoje, certamente, seriam algumas das melhores recordações das vossas vidas! Tenho pena.

E que sentes hoje por teres desertado? Farias o mesmo nos tempos que correm? Como te sentiste sabendo que outros jovens , que não tu, iriam combater em Àfrica, por ti e pelos teus, numa terra que à data era nossa? Que farias hoje?...

Anos 70. Meses antes do 25 de Abril. Um soldado que tinha acabado a recruta foi mandado para o serviço da porta de armas. Logo pela manhã entra um sujeito vestido à civil. Então o soldado faz a posição de sentido (para os sargentos). O sujeito vestido à civil disse " Então não me conheçe ? ". O soldado faz ombro arma (para os oficiais) . "Não sabe quem eu sou ? " disse o sujheitop vestido à civil . O soldado faz apresentar arma (para os oficiais superiores) . "Eu sou o barbeiro" disse o sujeito à civil . Ora f* respondeu o soldado e poisou a arma.

Alto aí !!!
Este menino pagou por adiamentos expeditos, sim. Mas foi mancebo como os outros, jurou bandeira e cumpriu todo o tempo regulamentar sem qualquer constrangimento.

Este menino comandou uma Companhia e tem estórias deliciosas. Só não as partilha aqui por privacidade

Lamento ter provocado juizos precipitados

Provavelmente, feliz por não ir combater em África às ordens de uma quadrilha de bandidos que o fodiam a ele e aos dele numa terra que à data, há muito já não deveria ser "nossa".

Entendi mal....sinceras desculpas e siga a Marinha!

Tinoni - grande resposta, nem tinha reparado nesse post, que nem sei como hei-de considerar.

De qualquer forma, deixei bem explicito que tinha sido expulso da faculdade (do estado, obvio) com 20 anos e no 3º ao do curso (nem sequer era cábula ou gajo para deixar de estudar por causa das «reuniões») - com certeza que esta expulsão tinha de estar relacionada com as minhas convições politicas globais, e não só com uma guerra colonial injusta .

Na recruta, estavamos em dias de provas fisicas, e a companhia toda na piscina a fazer tempos individuais para 50m e depois competição para 100m.

Há um gajo q diz ao Instrutor q não sabe nadar. O instrutor diz q se não sabe, passa a saber e manda o gajo pá piscina e diz-lhe q a piscina tem sempre pé (era mentira), diga-se de passagem que este recruta era um bocado lerdo, o tótó do grupo, e diz para o tipo ir andando e a dar aos braços.

Lá vai o gajo a fingir q nadava, a andar e a dar aos braços, chega a meio da piscina e fica sem pé e começa a engolir pirolitos e a entrar em pânico. O cabrão do instrutor, de fato de treino, na maior das descontras em vez de mergulhar e ajudar o tipo diz, "vá rápido, vão lá buscar o xxxxx".

A alcunha do xxxx a partir daí passou a ser "O Nadador" e claro q o rapaz foi dispensado da prova de 100m

Fónix, ainda bem que o gajo não era surdo. Imagina que era, estava passado a ferro... É mesmo à tropa... e estou à vontade para falar, porque também lá marrei com os cornos... um aninho do melhor!