O ministro da economia deverá ser o Pires de Lima.

Por questões que nada tem a ver com política, já troquei umas palavras com ele algumas vezes e parece-me inteligente. Antes desta semana louca cheguei a ler umas opiniões dele em que acha que o IVA da restauração deveria baixar, bem como se deveria investir mais no impulso ao emprego jovem.

O problema é que as opiniões antes de chegar ao governo são bem diferentes das acções depois de lá estar.

Concordo com o Kwacha, o Portas soube gerir isto e acaba por cima, mesmo considerando a questão do irrevogável e da dissimulação.

É um homem das cervejas e da industria, prefiro isso a um professorado que estava enfiado nos livros em Vancouver.

O Portas já tem muita experiencia, conhece os truques, e sabe como fintar esta garotada toda..


O relvas e o passós coelhós fartaram-se de rir dele na AR aqui há tempos, nao foi?

O relvas já se foi...

Quem ri por ultimo, ri melhor.

Não vou defender nenhum político, nem nenhum governo, no entanto devemos ter em consideração o seguinte:

a) a maioria deles não conhecem a fundo as realidades que vão defrontar;
b) a maioria deles não tem experiência na gestão de "máquinas pesadas";
c) a maioria deles não consegue ficar imune às pressões exercidas de fora;
d) a maioria deles não conhece as limitações da sua tomada de decisão;
e) a maioria deles não percepciona e lidera as mudanças de contexto;
f) a maioria deles não sabe simplesmente comunicar, explicar e decidir;

Em relação aos líderes principais, a nossa maior desgraça prende-se com a defeituosa ou míope visão estratégica (a seguir à queda do muro):

a) o processo económico de integração europeu (principalmente os 2º e 3º quadros comunitários);
b) o atraso na identificação e implementação da prioridade com o Atlântico Sul (eixo da língua);
c) a percepção mal interpretada e adiada sobre o problema estrutural grave da demografia;


Quando temos estes problemas de substância, as questões da forma como a credibilidade (promete e não faz) só ganham peso na consciência das pessoas (eleitores), quando as condições económicas e a coesão social atingem patamares muito graves (por isso se costuma dizer que em política a memória é muito fraca, tanto para políticos como para eleitores).

Espero que esta crise governamental, pelo menos permita a entrada de pessoas com maior visão e capacidade de negociação e realização.

Era a isso mesmo que me referia Kwacha.

Antes de integrar o governo têm boa opiniões e intenções, o problema é que depois de entrarem não conseguem pôr isso em pratica, seja por desconhecimento do que ia encontrar, pressões internas e externas, prioridades dos partidos viradas para outras medidas e principalmente os 'lobys', enfim um conjunto de situações a que só apenas os mais fortes conseguem enfrentar/resistir.

Não tenho visto muitos com coragem e força, vemos por exemplo o Álvaro Santos Pereira cheio de boas intenções a lutar contra os poderes instalados, mas perdeu quase todas as guerras pois não tinha apoio politico e agora é corrido.

Qual deu cabo do Álvaro foi a EDP, a PT e as petrolíferas.

Uiiiii... é um génio. (não leves a mal, Matic, mas é como dizer que com este calor, o que faz falta são umas bejecas fresquinhas... oops, é o negócio dele, não é?... o problema é haver dinheiro para isso - as bejecas e o resto)

Tinoni,

Sei bem que uma coisa é querer outra é ter dinheiro para o fazer, contudo há que estabelecer prioridades. Se a prioridade for o impulso ao emprego jovem, gasta-se uma fatia do orçamento neste aspecto e deixam de se fazer outras coisas ou tem de se ir buscar o dinheiro a outro lado. Neste campo lembro que na Europa esta questão foi indicada esta semana como a mais urgente a ser tratada, sendo libertados varias milhares de milhões de euros para combater este flagelo a nível europeu.

Em relação ao IVA da restauração, é possivel baixar sem afectar o deficit publico. Essa questão está mais do que falada e demonstrada e só por clara casmurrice ainda não foi alterada. Lembro que a troika disse esta semana que nunca pediu para se subir o IVA da restauração.

Sei bem o tempo em que estamos e sei bem as contingências orçamentais que temos, mas não podemos pensar que os governos/ministros não têm poder para tomar medidas benéficas para o país. Existe um acordo com a Troika mas existe um sem número de coisas que não estao nesse acordo e que podemos melhorar. O problema é se há força e capacidade nesta gente para as fazer. Se o Pires de Lima tem capacidade/força não sei, gostava que tivesse.

O emprego jovem (ou nem por isso) não se cria lançando dinheiro sobre... o quê? Haverá emprego quando as empresas puderem (re)começar a bombar e tiverem consumidores com poder de compra para adquirir o que produzem. E "a Europa" todas as semanas diz uma coisa e o seu contrário.

Concordo totalmente, se as empresas não têm capacidade para contratar, vale de pouco jogar dinheiro em cima e é tão claro como agua que isto só se resolve quando aumentar a procura interna.

Mas alguma coisa tem de ser feita e toda a ajuda é bem vinda às empresas e colaboradores.

Ainda este mês de Junho tratei da contratação de 2 estagiárias ao abrigo do passaporte emprego em que o estado subsidia com uma parte importante. Segundo sei muito deste dinheiro vem da comunidade europeia.

As miúdas arranjam emprego durante pelo menos 1 ano, a empresa tem mais pessoas para ajudar e no fim caso seja possível até podem permanecer (o que até tem acontecido).

Amigo Tinoni, é pouco mas se o estado ajudar já é qualquer coisa. Não estejas tão pessimista.

Não leves a mal, mas essa será a pior maneira por onde começar. Aliás nesta fase nem será a pior maneira, é impossível. As pessoas nem têm a noção das condições actuais em que os bancos portugueses estão a negociar os colaterais.

O aumento da procura interna deve ser resultado da maior riqueza interna, e não o contrário. Neste momento, não temos nem crédito nem poupança para financiar um aumento da procura interna.

O nosso ajustamento tem dois problemas cruciais de concepção: o modelo de balanceamento interno através da reforma do estado e da política de rendimentos e preços, e outro problema é a politica de dinamização da competitividade das nossas fileiras industriais. Claro que o programa está mal "desenhado". Mas para mudá-lo, é preciso ter ideias consistentes e poder político de negociação. Nesta matéria claramente que PP e PL tem mais capacidade que VG e SP.

Vamos aguardar ...

Concordo que o PP e o PL nesta fase podem dar mais que VG e SP, mas discordo na questão da procura interna.

Um conhecido político, curiosamente do PSD, dizia à poucos meses num jantar em que estive presente, que cada vez que o Gaspar falava na TV na semana seguinte não se vendiam carros em Portugal. ele exagerava logicamente, mas o significado era que as pessoas deixavam de comprar não pela falta de capacidade financeira, mas principalmente pelo sentimento negativo incutido. É importante que a procura interna aumente, não podemos pretender que o PiB aumente apenas pelas exportações, falta procura interna, desde a mais simples, como as pessoas voltarem a comer fora de casa regularmente, até às de maior porte que necessitam de financiamento.

Aliás o próprio VG assumiu isso. Ele disse que as famílias fizeram os ajustamentos mais depressa que o estado e mais depressa do que ele previu (Porra que o homem não acerta numa previsão) o que levou a uma quebra enorme na receita do estado, logo maior recessão.

É verdade o que dizes, os bancos não têm dinheiro para financiar o crescimento da procura interna, daí reafirmo que esse impulso pode e deve ser dado pelo estado. Quando saíram as ultimas linhas de crescimento PME (julgo que em Maio) era ver os bancos a ligar para as empresas a perguntar se queriam dinheiro (pudera, é dinheiro do estado e ainda por cima garantido pela Lisgarante).

Já sei que vais dizer que o estado também não tem dinheiro, mas aqui voltamos às prioridades. Há que fazer escolhas e ter coragem de as manter.

Dinheiro existe para dinamizar o mercado. O que não existe é vontade das pessoas, anda tudo com medo.

Eu penso muito mais agora nas compras do quotidiano que faço do que há 3 ou 4 anos? E não é apenas por ter ou não menor capacidade financeira, simplesmente porque o sentimento é negativo.

Eu bem que disse:
"na politica o que hoje é verdade, amanha é mentira, e o que era mentira vira verdade se for necessario..."

Subscrevo.

A procura interna, se bem me recordo das aulas de economia é a despesa realizada por residentes, seja ela consumo ou investimento (posso estar a dzer uma barbaridade na medida que, em economia, a única coisa que não suportava mesmo era exatamente contabilidade nacional)

Se é o consumo de bens e serviços (como carros, apartamentos, gelados e toalhas de praia), não se pode ir por aí, simplesmente porque muito pouco a nada produzimos, e não estou a ver uma empresa de qualquer área deslocar uma fábrica para portugal porque subitamente passamos a comprar os sapatos que faz.
A componente do investimento, não estou a ver ocorrer no curto espaço quer devido a dificuldades de financiamento, quer porque, enfim, já não se abre hoje um café e um pronto-a-vestir como se abria à 15 anos atrás.

O que é relevante - e eu basicamente penso só privado - é produção. Sem produção não há absolutamente nada. E nós não temos produção. Sem produção, não se gera riqueza que patrocine o consumo. Basicamente, penso alemão nesta questão: 1º a fábrica, e depois a estrada. O esforço tem que ir para aqui... as famílias estão a poupar em força, e, no mínimo, que não se crie condições para transferir essa poupança para consumo importado.

Reforma do estado (com reengenharia de processos a clarificar-se quem faz o quê, e quanto tempo pode demorar a fazê-lo), e da política de rendimentos e preços, claramente (não podemos continuar a ter uma máquina governativa que consome tantos impostos em componentes que não traduzem benefício para os contribuintes).

Ponto critico para quem já está no mercado: competitividade. Eu não restringiria este princípio à indústria, não obstante seja essa que gera mais emprego. Creio que somos muito bons ao nível dos serviços, e que nos falta alguma competitividade nesta área.

ab.

Depois de ler as notícias do "putativo" governo e a sua orgânica, não resisto a fazer uma pergunta:

com o poder "atribuído" a Paulo Portas, fica vice do quê ?

a quem souber explicar, aqui deixo os meus agradecimentos

[quote="kwacha"]

com o poder "atribuído" a Paulo Portas, fica vice do quê ?

Vice do nosso 1º no papel deve ser para quando este saí do país para consultas mostrar as penas como o pavão

Só não entendo para que foram nomear ministra para as finanças ... afinal à tanto por onde se pode poupar

E este povinho energúmeno ainda vai votar no gajo nas próximas eleições, não haja dúvidas.
E candidato á presidência daqui a uns anos, arrisca-se a ganhar, com a estupidez que grassa por aí...