Como podem constatar sou novo no fórum, que tenho vindo a ler desde há algumas semanas.
Longe de me considerar um Master no assunto, já levo um bom quinhão na arte.
Pergunto então aos confrades se têm este hábito. Eu não repito. E isto porquê? Pela história que se passou comigo e que passarei a contar.
Conheci a gp numa casa aqui mencionada, no tópico dedicado a Coimbra. Chegada há pouco tempo ao assunto, na altura teria 18/19 anos. E eu mais 4 ou 5. Morena, cabelo liso impecavelmente cuidado, pele de seda, carinha laroca linda como poucas, pequenina mas bem proporcionada, sentou-se uma noite ao meu lado para meter conversa. Perguntou se lhe pagava um copo. Respondi que não. Perguntou de seguida se queria "subir". Respondi que de momento estava apenas para beber um copo com um amigo, sentado ao meu lado. Mas a miúda ficou. Falámos um pouco e entretanto aparece uma cavalona que trata de se ocupar do meu amigo. Falámos durante largos minutos, até que a "chefa" do balcão lhe fez sinal, que entendi como um convite a que ela saísse do meu lado e fosse tratar dos restantes clientes. Antes de se levantar, deu-me um beijo na cara e disse que se eu não lhe pagava um copo, não poderia estar comigo a "perder tempo". Ok, vai lá, disse-lhe eu.
Seguiu para uma mesa repleta de "gandins", que mandaram vir champanhe, e por lá esteve mais de hora, subindo depois com um deles. Por essa altura também o meu amigo já havia despachado a cavalona e por ali ficámos a conversar sobre trabalho. Para mais, àquela hora não havia nas redondezas estabelecimento aberto, por isso ali permanecemos.
Vejo-a de novo passada uma hora, talvez. Veio junto de mim, e perguntou se só estava mesmo ali para conversar com o meu amigo. Disse-lhe que sim, e até lhe expliquei que na zona não havia um café sequer aberto, e sendo um amigo quem com estou poucas vezes, uma vez por ano que é quando vem a Portugal de férias, estávamos ali a pôr conversa em dia, mas que mais dias viriam.
No dia seguinte voltei. Sentei-me numa mesa pequena, ao fundo, e a gp vem ter comigo. Sentou-se e meteu conversa. Voltou a perguntar se lhe pagava um copo. E eu disse que sim, algo muito raro de fazer. Conversámos durante uma hora, com certeza. Com as devidas distâncias, contei-lhe um pouco sobre mim e ela um pouco sobre ela. Falámos de gostos, de interesses, enfim, uma boa conversa. Até que "tive que subir", estava doidinho por lhe meter as patas em cima. No final os dois beijinhos da praxe e até amanhã. Pronto.
Voltei lá dois dias depois. Logo quando entrei veio ter comigo, e sentou-se. Falámos um pouco e logo lhe disse que não pagaria um copo, ficava caro e era uma tolice pagar 25 euros, da outra vez foi apenas uma excepção. Ficou ainda assim comigo e falámos durante algum tempo. Quando alguém a solicitava, dava-me um beijo e dizia: "tenho mesmo de ir, mas eu já venho". E nos intervalos das "subidas" ou da companhia que fazia a alguns confrades a troco de copos, lá vinha ela dar um dedo de conversa comigo, isto a noite toda. No dia seguinte voltei e assim que cheguei "subi" logo, para a aproveitar fresquinha.
Nos dias seguintes repetiu-se o cenário, mas sem a parte da subida. Eu chegava assim que o estaminé abria, e nos intervalos dela ficávamos a falar. Num desses momentos disse-me que estava mesmo a apetecer-lhe beber alguma coisa. Coloquei logo de parte a possibilidade de pagar 25 paus por um copo. Perguntei-lhe se gostava de cerveja. Disse que sim, mas que isso não podia ser, não fazia parte do cardápio da bebidas das gp. Avancei logo: "eu vou buscar uma imperial, trago-a e bebes aqui. Nesta mesa a gaja do balcão nem topa, só se aqui vier. 25 euros é que não." E assim foi. Isto arrastou-se por vários dias. Sentava-me a beber o meu copo, ela lá andava na vida dela, e assim que tinha um tempinho vinha falar comigo e dar um ou outro amasso.
No fim-de-semana perguntou-me porque eu não ia "lá acima" com ela. A resposta foi esta, caros confrades:" és linda e fofinha de mais para eu pagar para estar contigo.Até podia ir com uma qualquer que aqui está, contigo, não." Ela disse-me: " assim fico com vergonha, estás é a dar graxa". Disse-lhe que não, que era mesmo o que pensava. E acreditem que era.
Na semana seguinte a história repetiu-se nos moldes que descrevi. Nem que fosse uma hora ou duas, ia sempre para estar com ela a falar. Só. Nunca me pediu um "copo". Volta e meia lá vinham as outras com investidas. Dizia sempre que estava apenas a beber um copo. Uma vez uma perguntou-me..."Tu só queres é a ######, ela está sempre contigo, a gente vem aqui, e mandas-nos embora". E dei por mim a pensar dia e noite na gp, a quem eu chamava porta-chaves, entre amigos, pela estatura. Quando me levantava já só queria que fosse horas de jantar, para finalmente estar com a menina. Sempre que eu passava a porta os olhos dela brilhavam. E os meus de certeza também....mas nunca tive discernimento para ver o que se passava.
Certa noite, numa das conversas e amassos a gp pergunta-me se não queria ir à praia com ela. Disse que de manhã ia dormir, para descansar e depois de almoço podia ir buscá-la. Fiquei petrificado. Imaginava aquele corpo ao sol, de biquíni a meu lado numa toalha, só para mim, sem esperas nem intervalos, era minha e só minha. E foi aí que me apercebi que estava apaixonado (é que é mesmo o termo adequado) por ela.
Nem dormi a pensar no convite. Vinha sempre o pensamento "caraças, tu estás apanhadinho pela gp". "Estás maluco ou quê"?
Recusei o convite. Nunca mais lá fui. Ainda hoje tenho dois pensamentos distintos. Um mais simples e frugal, porque perdi uma borla com aquele pequeno avião fofinho que também sabia conversar e com que gostava de estar.
Outro, porque penso sempre que seria difícil para mim ter de abrir mão do meu porta-chaves. E caso tivesse que ser namorado de uma gp? É que as coisas apontavam para isso...
Digam lá de vossa justiça...isto já vos aconteceu?