Pois é, na próxima sexta, festejam-se querenta anos de democracia e liberdade!

O meu balanço, apesar de tudo é positivo, apesar da péssima descolonização e muitas injustiças que vamos lendo e assintindo!

Tinha 13 anos, quando se deu o acontecimento e, mesmo vivendo numa pequena cidade da provincia, vivi intensamente esses anos, tive uma consciencia politica precoce, nas altura era aluno liceal do terceiro ano e vi professores serem saneados, outros a constarem em celebres listas também para esse fim, vi pessoas de família, nessas listas, outros que o foram, apenas porque ocupavam lugares importantes na administração pública...

Como se pode ver, não foram periodos faceis, mas, apesar dos pesares, valeu muito a pena, acima de tudo pela liberdade de expressão...Isso não tem preço!

Aguarda-se a todo o momento a chegada da brigada "Volta, António!".

Rodado pensava que fosse mais velho que eu mas... me enganei-me...

Caros confrades,
aqui fica um site http://www.donosdeportugal.net/ (com o respectivo vídeo) que acho que toda a gente deveria ver... isto das liberdades é sempre muito subjectivo... quando era mais ingenuo acreditava que dada a suposta "liberdade adquirida", o mundo era nosso... depois cai (acho que já caímos todos) na real e afinal é tudo uma questão de nomes, é tudo uma questão do dá aqui, tira dali...

Cumprimentos

sendo alguém que nasceu depois de 1974, não poso julgar grandes diferenças. Mas, sinceramente, há quem devesse estar calado, embora muitos ainda considerem uns génios.

Liberdade parece muito bonito até alguns terem mais liberdade que outros, mesmo que seja de vez em quando ou para dizer qualquer coisa.

A Revolução teria sido muito mais profícua se tivesse partido do Povo. Mas não partiu.

E o Povo não estava preparado, nem tinha como estar, para um novo modelo. Só não se notou tanto enquanto a torneira de Bruxelas jorrava dinheiro.

Agora nota-se.

A melhoria da qualidade de vida foi uma evolução natural e transversal a todos os países, embora em Portugal até tenha sido mais lenta, o que facilitou a vida aos governantes, uma vez que qualquer pequeno incremento podia ser visto como uma grande conquista.

O certo é que comparativamente, estamos tão longe do Centro da Europa como estávamos antes do 25 de Abril.

Para rematar, e a talhe de foice, Democracia não é simplesmente ir depositar um papel rabiscado de 4 em 4 anos.

Como a Liberdade não se queda por poder juntar um grupo de amigos na rua ou num café, para desancar no governo sem medo do Tarrafal.

Não me revejo na abrilada.
Não digo que o estado novo tenha sido um regime perfeito mas não o considero pior que o actual entre o deve e haver.

Em relação ao "campo de concentração" do Tarrafal morrem mais presos em Paços de Ferreira com a agravante de não termos doenças tropicais por cá.

Ainda é cedo e a história dos últimos anos está a ser escrita pelos rosas, varelas, pcp, fundação Soares...
Quando uma historiografia independente for escrita outros valores se levantarão.

É difícil para mim perceber a verdadeira dimensão e importancia de Abril pois nasci depois disso, mas reconheço o verdadeiro valor porque mesmo aqueles que ainda não eram nascidos nesse tempo devem refletir no quanto é importante a liberdade.
No entanto acho que as coisas foram mal conduzidas, e que no meio houve quem se tivesse aproveitado desse desgoverno.

Não podemos ignorar a falta de liberdade existente antes do 25 de Abril de 1974. É algo irracional não julgar que o povo Português está melhor com democracia do que com ditadura.

Aquilo que o defensores do antigo regime podem alegar com alguma razão é:
- a ignorância é uma benção (as pessoas não sabiam nada de liberdade, de escolhas e de possibilidades. Assim, ao viverem as suas vidinhas com a dificuldade que se sabia, já achavam que tinham uma boa vida. Talvez fossem mais felizes que actualmente. Se não sabemos que há melhor pensamos que vivemos bem.
- actualmente há liberdade a mais. Neste ponto têm-se ultrapassado várias vezes os limites do razoável. A propagada liberdade de imprensa mais não é do que o direito a se ultrapassarem todos os limites da falta de privacidade e do achincalhamento. Tem havido exageros que não deveriam nunca ser ultrapassados e que são a bandeira da democracia. Erradamente a meu ver.

Eu vivo bem em democracia. Se não estivéssemos em democracia este fórum também não existiria.

Pois há coisas que não entendo.
Em 1974 tinha eu 7 anos de idade e lembro-me bem do dia 25 de Abril. Termos ido para casa a meio da manhã, sem entender o porquê de não haver escola, haver uma massa humana a apanhar o barco para Lisboa com caras de alegria e felicidade.
Caras essas que hoje já mais velhas não se vê alegria nelas.
Dizem que se ganhou a liberdade de expressão ? Ora vejamos o que é liberdade de expressão: Caso veridico " Um conhecido meu comprou uma viatura mercedes em 2010. A viatura passado 6 meses começou a ter problemas ( centralina ) e foi para a oficina da marca, pois estava dentro da garantia. A marca dizia que tinha de levar uma centralina nova. Entretanto e com a viatura na oficina a pessoa continuava a pagar o credito/automovel como se nada tivesse acontecido. Passado um ano da data de aquisição a viatura contiuava à espera de uma centralina que deveria de vir da fabrica na Alemanha. Essa pessoa minha amiga começou a querer denunciar a situação, pois continuava a pagar o carro e este estava na oficina. Depois de ter conseguido chegar à fala com o director de um jornal diario de grande tiragem, para que publicassem a noticia, a resposta foi: Não podemos publicar a noticia senão a marca corta a publicidade que faz no nosso jornal e perdemos esse rendimento tão importante para nós.
Apenas em termos de conclusão, a viatura teve mais de 8 meses na oficina e as deslocações para solucionar o problema foram mais de 20 à oficina.
Exposto este caso veridico, não sei porque continuam a apregoar a liberdade de expressão.
Façamos um exercicio, comprem o expresso, vejam as empresas que publicitam nesse orgão de informação, e puxem as vossas memorias para ver se alguem se lembra de alguma noticia publicada em desfavor dessas empresas.
Inclusivie o que aqui escrevemos, requer aprovação. E falam de Liberdade de expressão?
Eu acho que estamos priores que antes de 1974 em muitos aspectos, muitos mesmo.
Para não me esticar muito no comentário, apenas recordo que o estadio nacional no Jamor ( Oeiras ) foi construido por presos, a casa da moeda foi construida por presos, pelo que deduzo que estes obrigatoriamente participavam na economia e até deixaram obra feita. Hoje os presos nada fazem, ainda são alimentados por empresas de serviço de refeições que o estado paga com o que me é retirado em impostos. Passam o dia apenas a ter de estarem presentes numa das refeições diarias ( podem ficar o dia todo a dormir e a ver tv, ou a jogar playstation ) e por crimes de esfaqueamento passados 4 anos estão em casa. Pergunta: Antes do 25 de Abril de 1974 passava pela cabeça de alguem assaltar com uma faca ou esfaquear ? Hoje é normal, nada acontece. E ainda tem um advogado de defesa a defender quem pratica crimes. Fez-me lembrar da historia daquele que mata o pai e a mãe e nas alegações finais o advogado de defesa diz: ò Sr. Dr. Juiz, tenha clemencia e faça justiça, mas tenha em atenção que o pobre rapaz agora é orfão !!!!
E mais inumeras situações que se podem relatar.
O que isto necessita é um novo 25 de Abril do Sec XXI

É mesmo.

Mas bênção maior, para quem nos governa, é o ignorante acreditar que não o é.

Relativamente à imprensa, mais uma vez de acordo, e há quem acredite piamente que isso é liberdade.

Vou trazer aqui mais uma "achega"...

Antes do 25 de Abril, eu era muito novo, mas já muito atento ao que se dizia, frequentava meios populares e não as avenidas bem pensantes do dr.Soares, portanto não tinha a visão dele, mas nesses meios o que realmente procupava as pessoas era a guerra colonial e a perspectiva de jovens de 18 anos partirem para uma guerra, que apesar da ideologia dominante, nos ensinar, logo nos bancos da escola, que Portugal ia do Minho a Timor, para as pessoas não era bem assim, apesar de tudo a ideia geral é que aquelas terras não eram nossas e se o preço a pagar era a vida da mocidade, como então se dizia, esse era um preço inegociavel...

Pelo que nessa altura o ambiente de angustia, da rapaziada preste a fazer 18 anos e das suas familias, era algo de muito concreto...

Mais do que tudo o resto, que para a maioria era acessório, a grande mágoa era mesmo a estupida guerra...

Estive mesmo para abordar essa questão no meu primeiro post do tópico. E partindo dela fazer uma pequena resenha do que se passou até hoje, mas como ficava um texto maçudo, deixei de lado e cingi-me apenas ao resultado prático.

Bem,………………….como alguns confrades sabem, eu sou um perigosíssimo esquerdálho!

Feita esta declaração de interesses, tenho que acrescentar o seguinte:

A) Antes de 74, 5% dos portugueses tinham o grau de licenciado, hoje é maior que 40%;
B) Antes de 74, havia crime de opinião, punível com prisão e até tortura, hoje não há;
C) Antes de 74, havia um órgão Público que decidia o que ler, ver no cinema, etc, hoje não há;
D) Antes de 74 havia uma guerra colonial, hoje não há.

E poderia continuar por aí adiante, mas bastam-me estes 4 pontos para ficar muito satisfeito com o 25 de Abril!

Foi tudo bem feito desde lá? Nem pensar, as asneiras foram mais que muitas.

Mas em querendo assacar responsabilidades pelo nosso fraco desenvolvimento, culpo mais a expulsão dos Judeus e dos Jesuítas, do que, mesmo “a longa noite fascista” ou os incompetentes dos nossos actuais governantes.

Caro camarada perigoso esquerdalho, estou contigo nos três ultimos pontos, no primeiro só em parte, porque em relação a isso, na altura existia um ensino técnico muito eficaz, que até era considerado ensino de segunda, para pobres, mas nem era assim, aquilo não dava licenciados, mas dava empregos, muitas vezes bem remunerados, ora muitos licenciados, como se vê agora, nem sempre é bom sinal...