Que se mantivesse o ensino técnico, então! Agora 5% de licenciados, cria, inevitavelmente, um sistema de castas. Só os filhos de alguns é que teriam acesso a um grau de conhecimento que lhes permitiria ter sucesso na sociedade, e isso é muito mau!

Se o esquema de ensino é bom agora? Temos algumas "bolsas" de valor, mas a maioria é fraca, e principalmente, nem o Estado nem a sociedade valoriza a cultura e civilidade como valores fundamentais.

Caro tamanhoparasenhoras, (chiça que é mesmo grande )

Vou deixar o meu ponto de vista.

A) Primeiro que tudo, corrigir os números. Não temos, nem de perto, mais de 40% de licenciados. http://www.pordata.pt/Portugal/Populaca ... ercentagem)-884 Depois, uma grande fatia destes são analfabetos funcionais. Quer pela baixa exigência, quer pelos cursos superiores de "tudo e mais alguma coisa e de coisa nenhuma". Além de que o que sempre fez falta foi quadros médios. Neste ponto cabe dizer que foi Veiga Simão, já com Marcello Caetano no poder, que estoirou com o excelente ensino técnico-profissional que havia.

B) A tortura não é só física, também pode ser psicológica. Apraz-me dizer também, que trocava de bom grado um aumento de 20% nos rendimentos em troca de não poder manifestar a minha opinião política publicamente. Sem problemas. As opiniões não servem para comer. E quando caem em saco roto, que é o que acontece sempre, então não servem mesmo para nada, a não ser alimentar o ego de quem as debita e dar uma falsa ilusão de liberdade.

C) Ao invés, hoje há órgãos privados que fazem esse trabalho. Decidem o que nós devemos ler, ver e ouvir. Quem tem mais dinheiro pode dar-se ao luxo de escolher, mas isso já acontecia anteriormente.

D) É um facto. E ainda bem.

Sobre os Judeus, nem percebo onde quer chegar, sinceramente. A culpa do país estar como está é de todos. Dos que elegeram medíocres e continuam a eleger. E desses medíocres, que não têm escrúpulos.

Aproveito para dizer que me identifico mais com algumas ideias da esquerda moderada, digamos assim. E chamo-lhe moderada e esquerda, porque de facto essas ideias deveriam fazer parte de toda e qualquer ideologia. Neste momento, não fazem parte da esquerda, nem da direita. Até porque esquerda e direita não têm outras ideias senão aquelas que lhes são ditadas por alguém...

Caros confrades (e caro camarada tamanhoparasenhoras ),
isto de liberdade é subjectivo, o que para o tamanhoparasenhoras será liberdade pode ser para mim insuficiente ou liberdade a mais...

A guerra colonial foi um gigante erro e que deixou marcas nos países intervenientes.

Mas os outros pontos que se têm falado, poderão ser mais ou menos comparados com o que temos agora, e muitas vezes não se vêm grandes melhorias. Claro que há quem se contente por poder escrever aqui no fórum (ou seja, ter internet livre), há quem se contente em ir para o café (espaço publico) dizer o que lhe apetecer, há quem afirme que a liberdade de imprensa é o expoente da liberdade e há quem afirme que dantes a população era quase toda (alegremente) ignorante (já o Fernando Pessoa o escrevia) e que hoje uma parte significativa da população tem formação superior.
Certo, concordamos todos em parte com isso... mas... vejamos, como escreve o confrade spykes, o que aconteceu ao ensino técnico-profissional?
Alias, estou inteiramente de acordo com os pontos do (camarada ) spykes, pois até atendendo á informação contida no link que postei anteriormente, qualquer pessoa facilmente percebe que isto não mudou muito, os donos aqui do burgo continuam a ser os mesmos...

Eu chamo a isto a ditadura dos números, quem mais tem mais manda, poe e dispõe, e o mais incrível é que andamos todos a apregoar o bom que é poder dizer o que nos apetece, mas levamos com a tortura da qualidade de vida miserável com salários completamente desajustados á realidade, com os diferentes interesses a mandar na nossa alimentação (saúde no geral), na nossa educação e na nossa imprensa (a tal livre)...

Caro Matic, eu diria que somos alegremente estúpidos/ignorantes (mas com mais pessoas com estudos académicos)

Cumprimentos

Estás a falar de Portugal antes de 74 e da Finlândia hoje?


Pelas minhas contas, 1.353.500 a dividir por 8.947.600, dá qualquer coisa como 15%.

Para te facilitar a vida, oh TPS:

o problema base deste povo é este:pessimismo enraizado...

alguém referiu que a Revolução deveria ter sido feita pelo Povo e não pelos Militares...

a questão é que como o Povo foi remetido para a ignorância e lá se acomodou...e ainda hoje vemos isso, o pessoal reclama, reclama,mas nada faz para alterar a situação...

É por isso que eu gosto de Espanha......

Já agora, mais uma achega relativamente ao grau de alfabetização dos tugas durante a "longa noite do fascismo": irrita-me, por ser desonesto, atribuir ao Botas a miserável situação em que Portugal se encontrava às portas da Abrilada. Como já foi referido por um confrade, a história em Portugal tem sido escrita pela esquerda e 40 anos ainda não é o tempo suficiente para deixar assentar a poeira.

Vamos a factos:

Quando o António subiu ao poder, depois do regabofe jacobino da 1ª República, havia cerca de 70% de crianças entre os 7 e os 14 anos analfabetas. De 1930 a 1960, ou seja, em 3 décadas, esse número tornou-se residual (3%). O que se manteve elevado, foi o analfabetismo adulto, embora mesmo assim tenha diminuído quase 15 pontos percentuais. A ideia de que o malandro do Botas foi o principal responsável pelo alto grau de ileteracia do Zé Tuga em 20-04-74, é mais um daqueles mitos que carece de fundamentação. Que o homem se fartou de fazer merda, fartou, com destaque para o chamado "condicionamento industrial", de que resultou em grande parte aquilo que é retratado no vídeo que o Zé Pombo colocou, mas isso seriam outros quinhentos.

, na minha cabeça! Eu juraria, mal, mas juraria, que foi o numero que ouvi, as minhas desculpas por esta calinada.

Obviamente não vou discutir politica aqui, o meu post foi apenas um desabafo, nunca uma sessão de "esclarecimento" .



E só irei fazer esta nota, que percebi que pode dar azo a interpretações dúbias, e como eu não tenho nenhum tipo de simpatia ou antipatia por este povo, aqui vai.

No final do sec XV, D. Manuel expulsou os judeus de Portugal. Na minha opinião, esse foi um erro crasso pelo qual continuamos a pagar, visto ter eliminado um conjunto de banqueiros e comerciantes, que após terem saído de Portugal,ajudaram a fazer prosperar os países baixos, para onde foram na sua maioria. Passado algum tempo, O marques de Pombal expulsou os jesuítas, que eram à altura, quem detinha o conhecimento. Assim em duas penadas, eliminamos do país uma parte significativa de comércio, bancos e educação. Enquanto os outros estados europeus aproveitaram os sec.'s XVI, XVII e XVIII para enriquecerem e criarem músculo, nós fomos vivendo, gastando o ouro do Brasil.Nunca na nossa história tivemos uma sociedade civil capaz e forte que não vivesse dos favores do Estado, e esses dois casos ajudaram para que isso sucedesse.

No entanto, devo acrescentar, que sou tudo menos alguém que estudou ou percebe história de portugal, portanto esta minha ideia, pode estar cheia de defeitos.

E estás coberto de razão, TPS. A expulsão dos judeus da Península Ibérica, primeiro em Espanha com os Reis Católicos e posteriormente em Portugal, foi trágica para nós e "gloriosa" para a Holanda e Flandres. E não apenas pelos efeitos imediatos (saída maciça de dinheiro e gente altamente qualificada), mas também pelo que isso significou nos 300 anos seguintes em termos de obscurantismo e total aversão à ciência e razão. Muito daquilo que somos hoje é o resultado desse longo período de "trevas". E os holandeses ainda nos estão muito gratos.

Sem dúvida. O Povo não tinha como, infelizmente. Mas a história seria outra.

Recordo-me de estar sentado num esplanada coimbrã durante o Euro 2004 (isto já depois do "furacão" inglês ter passado pela cidade... ) e a conviver com um Senhor holandês (que depois viríamos a descobrir ser um homem de enormíssima reputação a nível Mundial no campo da "alta finança"...) que nos disse precisamente isso ó Confrade TPS (algo que me era completamente desconhecido até então)!
Sempre gostámos de "dar de mão beijada" muita coisa ao longo da nossa História! Mais recentemente perdoámos dívidas a Angola... enfim, isto era a mm coisa de eu andar aí a perdoa dívida ao Américo Amorim, por ex.
Não sou da geração "de Abril" e muito menos dos tempos de Ditadura, mas não me parece tb que a Democracia só tenha trazido vitórias (alguns aspectos menos positivos tb trouxe ), embora no cômputo geral tenha sido algo de positivo para o país. Acho no entanto que a Revolução de facto não foi feita como devia ter sido (por toda ou a maior parte do povo ) e que se calhar por ter sido assim tão fácil como tudo "parece" neste país... enganou muita gente... Acho tb o 25 de Novembro tão ou mais importante que o 25 de Abril, mas isso já sou eu... ou não (só)...
Eu tenho uma ideia bem vincada: cada vez estamos mais longe dos nossos congéneres europeus "da chamada primeira linha"! Só não vê quem não quer. Se aterrarmos em Frankfurt, Londres, Amesterdão ou Estocolmo, começámos logo a "ver qq coisa" acerca do que falo. E a culpa é de todos nós. Da muito fraca, "tachista" e irresponsável "família política" tuga, até todos nós que sempre fomos mais ou menos coniventes com a "situação"! Eu pessoalmente já fui bem mais patriota que sou hoje (é claro que gosto de ser português, mas gosto mais de o ser "lá fora", a defender "as minhas cores", a minha bandeira, etc ), o país nunca me deu grande coisa (bem pelo contrário, eu sempre contribui bem mais para ele do que aquilo que ele me deu directamente ) e portanto com o "passar dos anos" preocupo-me é comigo e com os meus (não tenho qq problema em o admitir ) pq sei que se eu não o fizer ninguém o fará!
Portanto, resumindo e concluindo, nunca fui nem nunca serei um daqueles que "vivem Abril" como se fosse "Meca para os muçulmanos". Reconheço a sua importância, mas tb reconheço as suas limitações.

Também o facto de não existirem tantos licenciados, deve-se a que na altura apenas existir ensino superior nas principais cidades,(Lisboa, Porto e Coimbra) porque de facto era preciso ter dinheiro para mandar os filhos estudar para essas cidades, nomeadamente os do interior, porque de resto o ensina era bom, melhor do que o actual, as escolas bem apretrechadas, lembro-me de tomar banho sempre depois das aulas de ginástica, boas bibliotecas, até itenerantes, que iam pelas aldeias mais recondidas, enfim, coisas que agora até nem existem! Havia essa pecha, a das universidades...

Sobre o povo e a revolução, ora esta foi feita pelos capitães, que na altura estavam descontentes com os seus vencimentos e outras regalias, isto em relação a outras patentes e o povo aderiu, porque a erosão do regime era notória, devido ao descontentamento crescente sobre a guerra, que consumia e dizimava centenas de jovens...

Depois outros "aproveitamentos" aconteceram, até porque a consciencia politica desses melitares era confrangedora...

Referia-me apenas ao 25 de Abril, visto que o tópico versa sobre o mesmo. E as oportunidades de ouro mandadas para o lixo pela mesma classe política que ainda hoje pulula no poder, são de tal forma flagrantes que têm de ser bem assinaladas na História.

O Botas já está noutro Mundo, mas a esmagadora maioria que não só gastou o que havia, como tratou de gastar o que não havia, anda aí...ainda esta semana um deles apelava à violência para derrubar o governo, com a conivência de um Capitão de Abril.

E é nestes que a malta devia "malhar" e bem. Não deveria ser necessário esperar que a História os ponha no devido lugar, coisa que pode ou não acontecer.

Por essa ordem de ideias o culpado disto tudo pode ser facilmente identificado. Tinha evitado esta desgraça toda e escusava de ter andado à porrada com a mãe: D. Afonso Henriques.