A visão da minha bíblia no impacto daquilo que mais parece um " queijo suíço cheio de buracos" na vida de todos nós ...
BES: IMPACTO DA CRISENo primeiro semestre deste ano, o BES apresentou fortes prejuízos o que afectam a solvabilidade do banco e agravam uma situação que já era difícil. Com a forte queda dos capitais, o rácio de solvabilidade Common Equity Tier One recuou para 5%, o que fica aquém da exigência do Banco de Portugal de 7%. Agora, será imprescindível um aumento dos capitais próprios.
Esse reforço poderá ser feito através de capitais privados ou públicos, nomeadamente recorrendo ao montante disponibilizado pela troika para a recapitalização da banca. Recorde-se que, entre os principais bancos, somente o BES não recorreu a esta linha de crédito.
Em bolsa, a acção perdeu mais de 80% nos últimos três meses. No entanto, não é motivo para recomendarmos a compra deste título. As incertezas são muitas: venda a acção.
Depósitos estão segurosOs depósitos feitos no BES até um montante de 100 mil euros por titular de conta estão salvaguardados pelo Fundo de Garantia de Depósitos. E o Banco de Portugal já veio garantir que não há motivos de preocupação no que à capacidade deste Fundo diz respeito. E só numa situação extremamente grave é que os valores depositados acima dos 100 mil euros poderiam ser postos em causa.
Um cenário que nos parece muito improvável.
Com base na informação disponível, não recomendamos que retire os seus depósitos do BES. Um levantamento em massa seria injustificado e só agravaria os problemas deste banco e do sector financeiro nacional, com consequências muito negativas para a economia portuguesa.
Fundos com património autónomoOs fundos de investimento possuem um património autónomo, fruto das entregas dos clientes, que é investido nos títulos. As dificuldades do BES teriam impacto no valor das unidades de participação dos fundos cuja política de investimento estivesse muito exposta ao Grupo Espírito Santo. Por isso, actualmente não encontramos motivos para alterar o conselho de compra dos fundos Espírito Santo Obrigações Europa e Espírito Santo PPR.
No entanto, nos fundos especiais de investimento, onde as regras são menos apertadas, existem casos de fundos que estavam sobre-expostos a títulos emitidos pelo Grupo Espírito Santo. Foi uma situação para a qual alertámos.
No caso dos seguros de capitalização, na generalidade a cargo da Tranquilidade, não se conhece qualquer problema. No entanto, era importante que a entidade supervisora (Instituto de Seguros de Portugal) se pronunciasse sobre o património que garante estes seguros. Sobretudo, para avaliar se existe uma sobre-exposição ao Grupo Espírito Santo.
Títulos de dívidaOs títulos de dívida (obrigações, papel comercial, credit linked notes, etc.) não beneficiam de garantias de reembolso e o investidor está sempre exposto ao risco de crédito das sociedades emitentes.
Apesar de não ter de o fazer, o BES comprometeu-se em assumir as dívidas dos títulos vendidos a particulares em que o emitente foi uma das entidades do grupo que se encontram em dificuldades: Espírito Santo International, Espírito Santo Financial Group e Rio Forte. Desta forma, o BES poderá salvaguardar melhor a sua reputação junto dos clientes.
A forma como esses produtos foram vendidos nunca foi muito clara ou respeitadora das obrigações dos bancos, nomeadamente a adequação do risco dos produtos ao perfil do investidor e a compreensão, por parte deste, do produto que estava a subscrever.
Sempre desaconselhámos estes produtos que nos chegaram através do serviço de Avaliação a Pedido. A remuneração não compensava o risco acrescido destes títulos.
Fonte : Proteste Investe 