A golden share por si só não seve de nada, se servir para tomar decisões erradas como foi a não venda da PT á Sonae. Hoje não tínhamos uma NOS meia angolana a fazer frente á PT. Mas agora é fácil dizer, porque na altura quase toda gente estava contra o Belmiro e pelo Bava/Salgado.
Por outro lado era muito difícil manter a golden share pois a UE não queria.

Se formos ver o historico recente a unicas estrategias que existiram na PT foi recompensar accionistas com dividendos e fuga para a frente para uma fusao com uma empresa brasileira com com accionistas muito complicados, mais que angolanos. Tiveram a oportunidade de sairem do negocio na ultima assembleia geral. Agora, a PT cumpre o seu destino de ser retalhada.

Espanta-me é que eles tenham pensado que as coisas iam correr bem no Brasil. Se até agora nada corru bem para empresas portuguesas no Brasil, porque diabo ia isso acontecer desta vez?

Está visto, temos uma classe empresarial incompetente, sonhadora e lenta, muito lenta. Veja-se a rapidez com que os brasileiros se livraram do Zeinal; foi num abrir e fechar de olhos. Se isso acontecesse em Portugal haveria notícias e desmentidos durante meses e, ao fim de muito tempo as coisas lá aconteceriam.

Não conheço o Brasil, mas o que mais me espanta é a incapacidade dos grupos portugueses para perceberem que a dimensão das coisas é completamente diferente lá - e que um grupo muito grande cá é pequeno por lá. É isto que nos trama: não fazermos a leitura local das coisas.

Voltando ao GES, acho que aquela cena triste do Passos à mesa com o Ricciardi foi feita de propósito. Culpados da falência e de má gestão? Não, nem pensar, até se sentam à mesa com o PM. E depois temos Mário Soares a dizer "Ricardo Salgado, de quem sou amigo, faz muito bem em estar calado". Chocante, tudo isto.

Depois de um Administrador do Bes ter dito que lhe tinha entregue uma mala cheia de dinheiro que melhor recomendação haveria de fazer.

qualquer ferramenta só por si não tem utilidade ... e nas mãos erradas pode ser um desastre ... mas isso não justifica a venda da golden share ...




talvez ... mas não foi por isso que o Belmiro está a fazer parcerias com os angolanos na área da distribuição e da indústria ...




mais de 30% dos accionistas da PT estava a favor da OPA ... além disso granjeou o apoio desinteressado do Santander ...




sim difícil mas não impossível ... aliás continuam a existir golden share por essa Europa fora (a começar pela Alemanha) ...

Oh Kwacha, a minha pergunta não era de retórica, era de curiosidade mesmo e não chegaste a responder...

Bastante interessante, http://expresso.sapo.pt/salgado-tentou-todos-os-truques-para-salvar-o-seu-imperio-mas-descobriu-que-o-regime-portugues-nao-podia-ou-nao-queria-salva-lo=f893147 , gostava de apanhar por aí o artigo completo.

cá se fazem cá se pagam !!!!!

ora bem o que vai acontecer a rapazinho:

1º por se ter "despedido", vai ser indemnizado em 5,4 milhões de euros (em 36 prestações suaves e mensais de 150 mil euros) !
2º parece que já recebeu diversas propostas de trabalho, entre as quais de Carlos Slim, coitado deve ser para moço de recados !

juízos apressados e preconceituosos dão sempre merda

Só quem anda fora da área das telecomunicações é que pode continuar a suportar o endeusamento de Zeinal Bava.

Eu pelo menos trabalho na área das telco desde 1991 e tenho acompanhado as aventuras e desventuras deste menino queque. A própria mãe já deu uma entrevista a dizer que sabe que o filho faz muitas coisas que são condenáveis pela religião deles. Parece que são ismaelistas(uma corrente da religião muçulmana)...
Um indivíduo que é CEO e que diz que não tinha conhecimento de um movimento financeiro de 900.000.000€ só pode ser alguém que não é sério. Se não tinha devia ter porque as funções obrigam a tal! A prova disso é que os accionistas da Oi disseram que não acreditavam nele e ele ficou sem condições para se manter no lugar. Essa é que é essa. Convém ler e informar antes de fazer juízos precipitados. Quanto à indemnização que ele leva, é algo normal. Pelas condições remuneratórias que tinha e com um contrato plurianual como normalmente têm os administradores, acho perfeitamente normal. O mesmo se passa com os treinadores de futebol.

O ponto é que desfez-se um mito e eu como não sou bajulador e nem ando nas empresas a endeusar os administradores, não tenho nenhuma admiração por este sujeito. Duvido que ele possa aceitar o lugar oferecido pelo milionário mexicano porque ouvi dizer que há uma cláusula de rescisão que o impede de trabalhar no sector das telecomunicações durante três anos. Mas como já vi muita porcaria no sector empresarial privado, tudo é possível...

As pessoas que se interessam pelos temas da gestão sabem que o resultado global de uma empresa normalmente é resultado de uma equipa e não um homem só. A PT tem quadros muitos competentes e valiosos. Além disso tinha muito dinheiro e alguma protecção do Estado tal como as suas congéneres europeias. Era incumbente, tinha monopólio da Rede, etc, etc... Quando é assim é fácil apresentar resultados.

O senhor Bava se for assim tão bom gestor pode recorrer a uma Venture Capital e criar uma start-up. Depois é só fazê-la crescer e transformá-la numa SGPS, quiçá uma empresa líder mundial. Foi o que fez o Steve Jobs e muitos outros quando foram despedidos nos EUA.

Agora que se escreve o epitáfio da Portugal Telecom considero o Bava o principal responsável pela situação actual desta operadora e devia ser processado pelos danos que causou. Se a PT está hoje na situação em que está, ele é um dos principais responsáveis porque antes de ser CEO foi CFO.

A Oi ficou ferida com a estratégia que foi definida com a PT e o grupo BES. E quem foi o responsável pela aproximação da PT à Oi? Obviamente Zeinal Bava. A Vivo é que era a empresa certa. A Oi é uma empresa mediocre. É uma empresa tecnologicamemte subdesenvolvida. É uma empresa fortemente endividada com um elenco accionista pouco recomendável.

O fundo Altice que agora se posiciona para adquirir a PT é um accionista financeiro, os chamados accionistas voláteis. São os accionistas de hoje e não de amanhã, os tais accionistas oportunistas. É um grupo que não tem background tecnológico. Tem a ONI e a Cabovisão mas não tem sinergias e a PT necessita de um parceiro estratégico de cariz tecnológico.
O fundo Altice pode até ter sinergias mas é mais a nível fiscal.

Falei estes dias com alguns amigos e ex-colegas de curso que trabalham na PT e constatei que há uma grande desilusão, uma desorientação e procura de uma construção.
Estamos a falar de um projecto de impacto nacional que começou com os CTT-TLP. São 12.000 empregados!
Quem conduziu uma empresa destas a esta situação devia ser responsabilizado.

Mas isso não era só no sector público? O privado não era um modelo de virtudes?...

qualquer dos sectores tem virtudes e defeitos ... por norma, as empresas espelham a qualidade dos accionistas (seja o Estado ou privados) ...

nas grandes empresas cotadas em bolsa, como a PT, as decisões estratégicas são tomadas em assembleia geral ou no conselho superior ...

o Estado esteve sempre presente em todas as decisões ... desde da sua génese até ao passado recente ...

diz-me com quem andas dir-te-ei quem és

gpmonger

"The 2013 VW law judgment and Essent, even though decided on different legal grounds, both seem to move the “golden share” case law into a similar direction: in the former judgment, the Court shuns the Commission’s overly expansive, instrumentalist interpretation of the application of Art 63 TFEU in the 2007 judgment, which the Commission would have liked to understand as a carte blanche for challenging all measures deviating from its preferred model of corporate governance. The latter judgment reiterates a similar point in substantive terms: not only can Member States organize transmission system operators as public companies, they can also impose additional obligations on energy providers, if these requirements are justified on overriding grounds of the public interest. Ultimately, these decisions point towards a more prudent understanding of the “golden share” case law. The Treaty provisions do not impose a specific form of corporate governance, such as the one-share-one-vote principle. Member States may design the corporate architecture of certain companies in ways that deviate from the general system laid down in their respective corporate laws if these alterations are justified on overriding grounds in the public interest." (europeanlawblog)

Certo Kwacha. Quer portanto dizer que o Estado não estava vinculadamente obrigado a desfazer-se da golden share, e que se a tal
fosse pressionado por parte da C.E. haveria jurisprudência argumentativa para se socorrer. Isto, claro está, caso verdadeiramente
não a quisesse vender.
Só que a minha questão ("o que é que teria sido diferente caso a golden share não tivesse sido vendida") era a parte importante do meu
comentário, e não se a sua venda era obrigatória ou não. E como mais ninguém se chega à frente com uma resposta, vou eu dar aqui
a minha admitidamente pouco informada opinião:

Nada

Dito de outra forma, as razões que levaram a que a PT tivesse levado o rombo no casco que levou iriam existir com ou sem golden share.

ok já percebi a questão ... presumo que a sua resposta se consubstancia no pouco (ou nenhum) crédito que os governantes lusitanos lhe merecem ...

apesar de os ter em pouca conta, e neste caso em particular, acredito que com golden share, alguns dos últimos erros não tivessem sido cometidos ...

hoje ainda volto ao tema para explicar melhor a minha resposta

Sobre esta questão da PT, sugiro a visualização do programa, "Expresso da meia-noite", de sexta-feira passada, dia 10.10.2014, precisamente, sobre o caso PT onde se descodificou muita coisa.

Chamo particular atenção ao que Luis Nazaré disse, sobre a "fase Vivo" (com o Telefónica e a OPA da Sonae pelo meio) e a posterior opção pela Oi, empresa que, o próprio, classificou e cito com a devida vénia: "... a Oi é uma empresa mediocre..." , "...tecnologicamemte subdesenvolvida..." uma empresa "....fortemente endividada.." com "...um elenco accionista pouco recomendável...."

Falou ainda sobre a ALTICE, desvendando que é um fundo accionista de cariz meramente financeiro , que classificou como, "... volátel..." com um inexistente "... background tecnológico..." (apesar de possui a ONI e a Cabovisão), "...sem capacidade de originar sinergias...", (exceção feita à fiscalidade) e, por esse facto, "... necessita de um parceiro estratégico de cariz tecnológico...".

Fala quem sabe.

http://sicnoticias.sapo.pt/programas/ex ... ameianoite