Acabo de o ler numa edição muito cuidada da editora Guerra & Paz. Capa dura, com uma introdução, excelente tradução e ilustrado com desenhos do Cutileiro.

No entanto, devo dizer que a escrita do pobre Claude Le Petit (queimado morto em 1662 pelos seus escritos imorais) não me conseguiu cativar.

Lê-se facilmente apesar de ser grandote!
É daqueles livros que se lêem numa "golfada", se houver tempo para isso. Acho que o li numa semanita, mais ou menos.

Se o livro saísse hoje em dia, talvez alguns leitores fossem mais exigentes e críticos quanto à precisão em relação a este tipo de temática, e quanto aos estereotipos das personagens. Refiro-me aos mais fanáticos por temas medievais, que gostam de precisão nos factos históricos.
Eu tenho um amigo assim, e ele uma vez resmungou algo sobre esse assunto. Não percebi sequer bem do que se queixava. Mas eu acho que ele gosta de livros em que as personagens têm nomes complicados.

Mas quem gosta de temas tipo Idade das trevas, história medieval, etc., acho que em principio irá gostar deste livro. Além de que acho que até teve uma dose de pesquisa.

De qualquer forma acho que é um livro em que é interessante acompanhar o desenrolar da história, acompanhar as personagens.

Ainda não vi a série!

Li há uns anos os dois volumes de Os Pilares da Terra, editado pela Presença.
A primeira razão que me levou a comprá-los foi o facto de a acção se desenrolar em Inglaterra no mesmo momento em que D. Afonso Henriques andava atrás da Fundação da Nacionalidade (como diria o Professor José Mattoso).
Para além dos séculos XII e XIII serem dos meus favoritos (em termos de imaginário), a dupla linha de acção é bastante apelativa. Por um lado temos uma Inglaterra dividida pela guerra civil após a morte de Henrique I (1135), na qual o rei Estevão, seu sobrinho, luta contra a imperatriz Matilde, sua filha, durante 19 anos, até que o poder é tomado pelo filho desta, Henrique Plantageneta (isto para simplificar!). As razias, as guerras de cerco, assassinatos, populações dizimadas, revoltas, a fome, o caos e a desordem (que acabam por crismar este período como o da Anarquia) são os acontecimentos que não deixam de fora a cidade de Kingsbridge.
Por outro lado, a segunda linha de acção segue o sonho de Tom, um humilde pedreiro e mestre de obras. Ele sonha construir a mais bela e imponente das catedrais góticas. Pelo que anteriormente se disse, a tarefa tomará contornos quase de missão impossível e levará, como era habitual, vários anos a ser concretizada.

Para além do ambiente de constante tensão provocado pela guerra civil, Ken Follett consegue recriar magistralmente hábitos e costumes da Baixa Idade Média, transportando o leitor para o quotidiano de uma pequena cidade medieval.
Assim, vemos tratadas questões tão díspares como a justiça, a feitiçaria, as guildas (corporações ou mesteirais) e as suas severas hierarquias, as portagens, os mercados, as artes e ofícios e muito mais.
E, entretanto, a catedral vai sendo erigida lentamente, ao sabor da guerra, das intempéries, dos acidentes e das questiúnculas religiosas.

Para todos os que gostam de romance histórico (embora ultrapasse em muito esse género literário) e que conseguem ler TDs com mais de 10 linhas (os dois volumes têm mais de 1100 páginas), aconselho vivamente.

Romance histórico? Veja lá que comecei a ler O Conde de Monte Cristo. São umas 1500 páginas.

A partir de determinada idade os livros técnicos tomaram controlo.
O Conde de Monte Cristo fui um dos que li antes dos livros técnicos chegarem. Essas 1500 páginas lêem-se num ápice.

Obrigado confrade

Obrigado confrade gup

Sempre achei interessante a forma como os romances históricos, sobretudos baseados na histórias e lendas da época medieval, nos conseguem envolver.
A temática, por si só, tem uma influência no nosso imaginário, que ajuda a tornar tudo mais interessante.
Um bocado talvez como acontece com a temática da espionagem.
Mas tem a vantagem de conseguir ensinar certos pormenores da História. Para mim, pelo menos, essa parte até acaba por ser importante... saber que me posso deliciar a ler um romance, e que no fim estou um bocadinho mais culto. Posso não pensar nisso no início, mas muitas vezes sinto-o no fim.

O Nome da Rosa, por exemplo, é (quase) praticamente uma simples história de detectives.
Aliás, William de Baskerville tem esse apelido, como referência a Sherlock Holmes, e o romance O Cão dos Baskervilles.
Mas ao longo do romance vamos sendo informados sobre o facto de na Idade Média o riso ser um pecado, a Inquisição, a Igreja, etc.

Mas são os ambientes que nos envolvem.
Os cenários, os adereços!
Os cavalos, as armaduras, as espadas.

Sempre que começo a ler uma obra do género, quase que automaticamente se forma logo a imagem de cavaleiros a saírem do nevoeiro, e quase que consigo ouvir a Carmina Burana.

O raio do filme (Excalibur) nem era muito bom, apesar de contar com Liam Neeson, Patrick Stewart, Gabriel Byrne e Helen Mirren (UAU!!!), mas é daqueles que me marcaram, em parte devido à banda sonora, que continha a Carmina Burana de Carl Orff e vários excertos de Wagner.

Excalibur também me marcou muito e por várias razões. Uma delas (talvez a menos importante) foi ter visto pela primeira vez uma mulher (Helen Mirren) em cowgirl. Lembro-me que o que mais me fascinou foi ver as suas mamocas a abanarem…

A propósito, para os incondicionais do Ciclo Arturiano, aconselho o último que li há quase um ano:

De momento," A Biblioteca Esquecida de Hitler", de Timothy Ryback

Um livro maravilhoso que tenho de ler todos os anos, por esta altura, várias vezes e em voz alta, da autoria de Tim Burton: O Estranho Mundo de Jack.
A história é por demais conhecida e também está transposta para um filme fabuloso realizado em stop-motion.

Leiam aos vossos filhos, netos ou sobrinhos. Dêem uma certa cadência à leitura e vão ver que ficam viciados!

Tratamento e Reabilitação de Fraturas
de Stanley Hoppenfeld, Vasantha L. Murthy

Galveias - José Luis Peixoto

Eu comecei a preparar-me para o próximo ano....

How Star Wars conquered the Universe - Chris Taylor

Desculpe a correcção, mas o que é dito no livro, é que o texto de Aristóteles sobre o riso não só dá uma leitura diferente a toda a sua obra - não esquecer que na idade média, os fundamentos filosóficos da Igreja Católica estavam todos baseados na teoria aristotélica, o que "obrigava" que este livro não podia aparece- e, que embora não fosse pecado, o riso é inimigo do medo, e sem medo era difícil impor as regras da Igreja.