Bom...
esta história não é propriamente um desbravamento meu.
Foi uma história real que, no fundo, penso que a maior parte dos grandes negócios, acabam no meio do GPs.
Dia chuvoso, levantei-me cedo e embora a manhã estivesse por minha conta, era sabido que tinha um almoço importante.
Era uma reunião, uma almoçarada num restaurante bem conhecido pelo seu cabrito divinal.
Para compreenderem a importância do tal negocio, em vias de ser adjudicado, tinha marcado com dois dias de antecedência, uma mesa junto à janela para duas pessoas.
Durante a manhã, sem nada para fazer, tento ocupar o tempo com uma qualquer GP. Telefonei, mandei mensagens e, ora estavam no cabeleireiro, ora estavam "ocupadas, ou então não atendiam.
Que tédio!
Uma manhã disponível, sem nada para fazer e não encontro nem uma!!!!
Só uma ou duas é que estava disponível depois das 11:30
Assim não dá!!!
O almoço estava combinado para as 12:30. Tinha de ir mais cedo para dar um ar de
british pontual.
PareciA impossível.
Ocupei o tempo no pc, a ver sites, a jogar o solitário!
Chegada a hora, sigo para a empresa do suposto cliente. Aguardo 20minutos na sala de espera até que, ele aparece pronto para o dto Cabrito no forno.
- Espero que seja muito bom como referiu. -disse.
As minhas palavras foram muito breves:
- Você não se vai esquecer do dia de hoje.
Sorriu como quem diz, "estás a dar numa de vendedor mas....tá bem"
- Vamos no meu carro. -diz ele.
ok. Chegamos ao parque de estacionamento e lá entramos num Porshe com uma matrícula bem recente.
A ideia que eu tenho deste gajo é que, até da merda, faz dinheiro!
Lá entro no automóvel...bla bla bla... sem nunca tocarmos no assunto que nos fazia estar ali.
Chegamos ao restaurante, fomos recebidos com uns aperitivos, duas de letra, venha o cabrito e uma garrafa de Monte das Servas.
O almoço estava divinal. E as garrafas, acabaram por ser três!

a Ultima ficou a meio...vá lá...
A minha pasta, que continha a adjudicação do dito trabalho, esteve sempre ali ao lado. Estava impaciente para que ele assinasse a tal adjudicação. Os valores eram elevados e a margem estava na ordem dos 45%.
Era muita nota!
Um negocio destes, com um cliente destes, sabendo que o gajo primordia pela excelência, que as re^ferências são "um cliente que paga bem", tinha de o cativar, tinha de o fazer assinar o contrato a todo o custo.
Depois da sobremesa, lá vieram os cafés e dois digestivos.
Saco do meu cigarrinho e ele de um charuto.
Fodasse....é mesmo à lorde!
....já estou com uma "parda"(vulgo, alcoolizado!)!!!!
Começamos a divagar, temas fúteis e, eis que a conversa estancou nas meretrizes.
hmmmm!
Pensei: Calma...vou tentar agarrar-te pelos tomates.
Mas calma!!!!! não vou ser eu que te vou agarrar. OBVIAMENTE que NÃo.
Conversa puxa conversa, digo-lhe que tenho uma "amiga" que, por 150euros ele nunca mais vai esquecer aquele dia.
Entretanto, veem mais dois digestivos!
fonix...mais dois pensei eu!!!
A conversa fluía normalmente até que, decido pegar no teléputas e ligar a uma conhecidíssima GP.
Peço licença, afasto-me e telefono.
Toca uma, duas, três....e não atende. Insisto até que:
-Olááá...- diz ela.- há quanto tempo....
- Olá! opá preciso de um favor teu!
- hmmmm? então?
- Tenho aqui um possível, futuro, cliente. Estás disponível daqui por 1h:30?
- Sim, estou. Mas ele é malandro?
- Olha não sei!! Só quero que o trates como se fosse o teu namorado. Cobra-lhe o habitual por 1h e eu depois passo aí e dou-te mais 200balas!!!!
-

ok. ok. Manda-o. Mas olha.....se quiseres, tenho aqui uma amiga e por mais 100euros ele tem as duas....
KSAFODA!
- Pode ser.
300balas que vou pagar, sem pinar!
Caral**!
ou vai...ou racha!
E o gajo ainda vai pagar 200paus pelas duas...foudasse!!
E racha, pelos vistos, é mesmo o que ele gosta.
Entretanto, vêm mais dois digestivos....
"Já estou fodido..." pensei.
Digo-lhe que tenho duas surpresas para ele. Olhou-me de lado, só com um olho e diz:
- Embora já tenha comido cabrito melhor do que este, o almoço estava muito bom. Mas se você diz que o que se segue ainda é melhor, eu vou confiar.
Peço a conta e "arroto" *.
Dasse! Put* que Pariu.
Saímos do restaurante e :
-Como deve ter percebido, já estou um pouco alcoolizado. Não se importa de levar o meu automóvel?
-

Não.- digo. Claro que não me importo.
- Trate-o como se fosse a sua esposa.
Lá entramos no automóvel e seguimos até à praia. Conduzi praí a 50kms/h a cumprir todas as regras de condução que existem. Paramos num café, mais duas de letra e pede-me os papeis. Dá uma vista de olhos novamente no contrato.
Ele já o tinha lido. Tinha uma cópia. Devia estar a confirmar se estava tudo igual.
Duas de letra e não adiantei mais nada.
Pago novamente, agora os cafés e digestivos.
Seguimos para o local, telefono à menina a dizer que ele vai subir.
Ele abre a porta para sair.
Com o dedo a apontar para mim diz:
- Se quiser vá dar uma volta mas, não se esqueça: trate este automóvel como se fosse a sua esposa.
Ele entra no prédio e desaparece.
Vou direitinho ao café mais próximo, estaciono e dali não saí mais.
Pedi água... café...pedi um qualquer bocado de bolo para ensopar aquele vinho todo, nervoso, fumei 2ou3 cigarritos.
Ali fiquei 1:30...
Entro dentro do carro, e volto a estacionar onde o deixei.
Aguardo 30min e lá vem ele, "dentro" da sua gabardine, com o cabelo "esgazelhado", com um sorriso de orelha a orelha.
Abre a porta, entra:
- O contrato?
-

está aqui.
Saca da sua esferográfica, reluzente, assina o contrato e diz:
- Você....agarrou-me pelos tomates.
![hehehe [bigsmile]](./images/smilies/snork_lach.gif)
Assinou!!
Acrescento:
- Não diga isso. Você está aqui para receber serviços com qualidade.
Sorriu, babado e seguimos para o escritório.
