Ora cá vai o meu contributo para o arquivo histórico da iniciação putanheira.
Eu nem devia contar o lamentável episódio que esteve na base do meu "baptismo", já que temo vir a ser alvo da chacota geral, mas mesmo assim, cá vai.
Em primeiro lugar, tenho que vos dizer que entrei neste "magnífico" mundo por acidente...bem, por acidente, acidente, não foi bem, mas quase. Tive que chegar aos "entas" para me convencer de vez de que o sexo pago, além de poder ser óptimo, é da mais elementar racionalidade económica, além de nos pôr a salvo de trabalheiras dispensáveis, quando o objectivo é mesmo pinar e não jantar, dançar, viajar e mentir. Até aí, tinha uma série de preconceitos, que não só me fizeram perder tempo e paciência, como nalguns casos me acarretaram cargas de trabalho inimagináveis. Mas isto agora não interessa nada.
Passemos ao que interessa para o caso.
Numa daquelas noite intermináveis de copos e cigarradas, e depois de percorrer todas as capelinhas para os lados da Duque de Loulé, fui levado por dois putanheiros seniores para o Black Tie. Perdida a conta às Cubas-Livres bebidas nessa noite, acabei por perder também a noção do plano ardiloso que estava traçado para mim naquela noite. Sim, fui vítima da "boa vontade" dos meus dois amigos, que aproveitando o meu estado de completa etilização, resolveram "arranjar-me" uma "namorada fugaz".
O episódio conta-se em poucas palavras. Sentado a uma mesa, sou abordado por uma menina giríssima de seu nome (de guerra) Camila, menina esta que para os frequentadores do Gallery, poderá ser reconhecida como uma das "namoradas" mais fieis do Manuel Vila-Vinho (sim esse putanheiro-mor do Benfas). loira (cabelo muito curto), de olhos azuis (com o patrocínio Multiópticas, creio), magra e razoavelmente alta. Lembro-me dela porque continuo a vê-la por aquelas bandas e não pela noite em que me "descabaçou", já que nessa noite a minha memória estaria tão afinada como a da Beatriz Costa três dias antes de se finar.
Bem, já chega de intrólitos e passemos ao que verdadeiramente interessa. A menina, já vinha com o manual de instruções todo estudado, sobre a forma como me poderia convencer a levar para a "festinha": conversa de ir ao pito, apalpões mais ou menos descarados,

s provocantes no pescoço, um ou dois chochinos subtis e um apelo descarado à prova da minha masculinidade, que venceu toda e qualquer resistência que ainda pudesse ter. Alcool, gajas boas e orgulho macho formam um cocktail explosivo capaz de vencer qualquer tentativa de manter o bom senso.
Levado para a Residencial (Photus, creio ser o nome), lembro-me que tive que pagar 20 euros ao recepcionista, para poder descer para um quarto, cuja cama ocupava quase todo espaço. Vá lá que a casa de banho estava incluída na "suite". Mandado para o banho sozinho, obedeci na esperança de recuperar parte da sobriedade perdida, mas sem grandes resultados. Volto para a cama e quase adormeci enquanto a Camila tomava a sua banhoca. Lá me abanou e começou as hostilidades de que fui mero espectador, e de que guardo os seguintes detalhes: bico agasalhado (quanto ao tempo, perdi a noção) e um papai-mamãe, seguido de um rodeo (cow-girl) apressado que pôs fim ao nosso "relacionamento". Enquanto a minha "madrinha" se vestia na casa de banho e dava os últimos retoques para a última caçada da noite, adormeci que nem um anjo. Só a honestidade e brio da Camila me salvaram de piores engulhos, já que podia ter-me deixado literalmente despido(carteira incluída), que eu não dava por nada. Simpática, ainda me levou à praça de taxis em frente do Gallery/Night and Day, de onde fui recambiado para casa.
O tombo ficou-se pelos 100 euritos de honorários, mais os 20 da pensão, seguido de uma ressaca monumental no dia seguinte, amenizada por um milagroso Gurosan.
Não foi uma estreia auspiciosa, mas o suficiente para perceber o encanto da coisa e prosseguir com novas tentativas. Até hoje.