Bem, agora é que os tubarões devem estar competamente à rasca... eles sabem que um deles terá de enfrentar o Benfica!
O trabalho que era mais importante fazer na Europa, está feito!
Conseguiu-se algumas vitórias, que dão pontos, prestígio e Milhões.
Conseguiu-se a passagem aos oitavos que dá Milhões.
Teria sido melhor ficar em 1º, mas praticamente quase que vai dar ao mesmo.
O Benfica não tem equipa para 80% das equipas que chegam aos oitavos.
Pode ganhar a qualquer um, mas perder é quase sempre o mais provável.
A esperança é apanhar um equipa que faça 2 jogos mais fracotes, e o Benfica fazer 2 exibições muito seguras. A esperança é sempre grande, mas a realidade é que o Benfica neste momento, com este plantel e com este treinador, não tem grandes hipópteses de ir muito mais além do que já foi.
A equipa não tem jogadores com pedalada para estas andanças em quantidade suficiente, e o treinador não é nenhum mago do futebol.
Portanto, o que resta?...
Tentar fazer 2 bons jogos na Liga dos Campeões, com coragem e ambição, acumulando mais algum estofo para este tipo de jogos que poderá ser util no futuro.
E começar a focar no resto do campeonato, tentando amealhar o maior de pontos possível, e ir preparando a evolução da equipa para o futuro.
Se se concentrarem nesses pontos, no final da época logo se verá. O mais importante é garantir a Liga dos Campeões. Se der para ganhar o campeonato, melhor ainda. Mas a equipa tem de evoluir. Tem de se encontrar um modelo para os jogadores que se tem, tentar procurar alguns jogadores para as posições mais fragilizadas de forma cirurgica, e continuar a integrar os jogadores mais jovens da melhor forma possível. Com conta, peso e medida. Não lhes meter travão só porque sim, nem deixar que acelerem demasiado a sua evolução só porque sim.
A exibição no jogo não foi nada por aí além (como seria de esperar), mas a verdade é que contra uma das mais dificeis equipas da Europa dos ultimos anos até que o Benfica deu uma boa luta.
O grande bónus foi a visibilidade que foi dada a mais um jovem da Academia do Benfica aos olhos da Europa.
Mais do que o empolamento que está a ser feito pela comunicação social em Portugal ao Renato Sanches, os clubes europeus neste momento ficaram com mais uma evidência de que têm de estar atentos a muitos dos jovens que saiem da formação do Benfica. Os indicadores já são mais que suficientes, depois de André Gomes, Bernardo Silva, Nélson Semedo, Gonçalo Guedes, e agora Renato Sanches. Para além de outros como o Cancelo ou o Cavaleiro.
É que, para além do mais, de caso para caso, o tempo desde que saiem da formação até terem visibilidade tem sido cada vez menor. Daí a ser surpresa ser também maior e mais inesperada. O André Gomes andou assim 2 anos, o Guedes foi 1 época, o Bernardo Silva foi só meia época, o Nélson Semedo demorou 2 meses, e o Renato Sanches nem um mês demorou.
Atenção, que não estou a dizer quanto tempo eles demoraram até serem bons, ou alguma coisa assim do género. Todos ainda têm muito que pedalar.
Estou a falar do tempo que demoraram desde o momento em que saiem definitivamente da formação até terem tido alguma maior visibilidade mediática, com sorte ou não.
Depois do jogo de ontem, o Renato Sanches, para a Europa do futebol, parece literalmente um gajo que saiu ontem debaixo duma pedra qualquer, e que se aguenta hoje relativamente bem a jogar em jogos europeus dificeis.
Neste momento, os clubes europeus já não olham para este jovens do Benfica como um acaso. Neste momento eles já devem ter alguma certeza que algo deve estar a ser realmente bem feito na formação do Benfica. Sobretudo os clubes mais atentos...
Quanto a este grau de atenção que os clubes têm, e quanto a este caso específico do Renato Sanchez, quero realçar uma coisa.
Todos têm opiniões sobre muitos jogadores. Muitas vezes certas, muitas vezes erradas. Quer o publico em geral, quer os profissionais do mundo do futebol, como treinadores, olheiros, etc.
O que é certo e se tem a certeza hoje em dia, muitos são os que se enganam, ao basearem as suas opiniões em coisas que não são muitas vezes as mais importantes.
Sabe-se que isso acontece no futebol, como se sabe que acontece e já aconteceu noutros desportos.
O filme Moneyball fala só sobre esse fenómeno no mundo do baseball. Quando uma equipa começou a contratar jogadores com base em dados estatísticos, e com base em análises desse dados feitas também por computadores, e não somente por pessoas, essa equipa revolucionou o mundo do baseball.
Os mesmo princípios começam a aplicar-se no mundo do futebol. O livro Soccernomics, que já vai na sua 3ª edição, e que tem sido atualizado e melhorado consideravelmente de edição para edição, versa bastante sobre este assunto.
As pessoas conseguem distorcer a realidade com base em muita coisa. O clubismo é o caso mais evidente de uma dessas coisas. Um adepto demora sempre mais tempo a admitir a qualidade dum jogador dum clube adversário do que de um da equipa da qual é adepto, por exemplo. Mas até os olheiros, que suspostamente deveriam ser muito mais isentos, se enganam muito. Demasiado para o que seria de esperar.
Ora, algoritmos e estatisticas são iguais para todos. Não existem "filtros" pessoais a favorecerem uns e a prejudicar outros.
E é era aqui que eu queria chegar, no caso do Renato Sanches.
Indepedentemente da opinião que cada um tenha acerca do seu desempenho neste ultimo jogo, as estatísticas do jogador não se alteram.
E existem ferramentas que analisam essas estatísticas sempre de igual forma. Não é para uns assim, e para outros assado. Todos são analisados exactamente da mesma forma, pelo mesmo algoritmo. Ora, umas dessas ferramentas que nós temos disponíveis é o GoalPoint Ratings. E o que nos diz o GoalPoint Ratings?
Bem, diz isto... o Renato Sanche foi o homem do jogo.
Fica aqui a infografia e o breve comentário do site goalpoint.pt à mesma...
Renato, o puto dos números anormaisSendo cedo para entusiasmos excessivos (e nocivos) a verdade é que o “puto” Renato Sanches voltou a responder à chamada apresentando um registo anormal até para jogadores experientes, quanto mais para um menino de 18 anos. A infografia “Man of the Match” fala por si, sobretudo para quem já está mais familiarizado com as “escalas”. Ominepresente, atrevido e abnegado, Renato apenas parece deixar uma de duas dúvidas: até quando ou… até onde Renato?E é isto... é muito cedo para entusiasmos excessivos e nocivos, mas o facto é que os números do puto demonstram que ele esteve bem neste ultimo jogo, e indiciam que ele poderá ter muita qualidade.
Agora é necessário ele continuar a ter juizinho, e a ser bem acompanhado na sua evolução, para que esta seja constante e progressiva, e para que ele não se torne outro Fábio Paim!
Ainda existiu um outro bónus.
Numa altura em que o Benfica talvez ande a negociar o Lisandro, em que os clubes compradores oferecem sempre menos do que o Benfica pede, este jogador deve ter valorizado um bocadinho depois deste ultimo jogo. Os argumentos do Benfica ficaram assim fortalecidos.
